NEUSTÃ – A IDOLATRIA DAS BÊNÇÃOS DIVINAS
Por: Mitaili • 25/10/2017 • Artigo • 1.817 Palavras (8 Páginas) • 1.959 Visualizações
NEUSTÃ – A IDOLATRIA DAS BÊNÇÃOS DIVINAS
“Não é difícil para o povo de Deus forjar ídolos das boas coisas
que já deixaram de ser úteis.” Warren W. Wiersbe
“Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” Habacuque 3.18
Habacuque testifica que servia a Deus não por causa das suas dádivas, mas porque o Senhor é Deus. Mesmo em meio as castigo divino derramado sobre Judá, o profeta opta por regozijar-se no Senhor. Deus seria sua salvação e o manancial inesgotável de suas forças. Ele sabia que um remanescente fiel haveria de sobreviver à invasão babilônica, por isso proclama com confiança a derradeira vitória dos que vivem pela fé em Deus.
Deus está acima de tudo, inclusive das bênçãos que Ele, em suas infinitas provisões nos concede. O mais importante para os santos não é ter bênção: é ter e amar o Abençoador.
Números 21. 4 ao 9:- “Então, os israelitas saíram do monte Hor pelo caminho que vai até o golfo de Ácaba, para dar a volta em redor da região de Edom. Mas no caminho o povo perdeu a paciência e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: - Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados desta comida horrível! Aí o Senhor Deus mandou cobras venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos israelitas. Então o povo foi falar com Moisés e disse: - Nós pecamos, pois falamos contra Deus, o Senhor, e contra você. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente. Moisés orou ao Senhor em favor do povo, e ele disse: - Faça uma cobra de metal e pregue num poste. Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado. Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de bronze e ficava curado.”
- Cobra de bronze:- O que foi originalmente um símbolo da fé na promessa de Deus, se tornou um objeto de adoração. O NT ensina que esta era uma prefiguração de Cristo que foi levantado por causa do nosso pecado. Assim como os israelitas eram salvo da morte apenas olhando para a cobra de bronze, qualquer um pode ser salvo olhando com fé para Cristo. O evangelho é salvação, não é para enriquecer ninguém.
Quando a cura faz tropeçar:- “Ele destruiu os lugares pagãos de adoração, quebrou as colunas do deus Baal e derrubou o Poste-ídolo. Também fez em pedaços a cobra de bronze que Moisés havia feito e que era chamada de Neustã. Até aquela época o povo de Israel queimava incenso em honra dela. Ezequias confiou no Senhor, o Deus de Israel; Judá nunca teve um rei como ele, nem antes nem depois daquela época.” II Reis 18.4 e 5.
- Neustã:- Os israelitas conservaram a cobra de bronze por mais de 700 anos. Nesse período, o símbolo fez-se ídolo, o ídolo tomou o lugar de Deus e acabou por induzir Israel à apostasia. A cobra, agora, era incensada como a deusa Neustã, cujo nome hebraico significa ídolo de bronze. O povo em sua ignorância, devotava-lhe singular estima, pois nela todos viam uma divindade.
Não estaremos nós a incensar alguma Neustã? Pode ser que no passado, determinado objeto, conceito ou atitude, tenha-nos sido uma grande bênção. Agora, porém se continuarmos a mirar em tais coisas, podemos correr o risco desviar-nos da Palavra de Deus, que exige nos renovemos a cada manhã. Nenhum conceito pode estar acima da Palavra de Deus. A Bíblia é soberana! Seus preceitos, suas leis e sua primazia estão acima de qualquer instituição, patrimônio, pessoa, títulos, cargos, influência, posses, fama, bens, dotes ou de qualquer outra coisa que nos seja predileta e talvez já transformada numa Neustã em nossa vida.
Os hebreus não tiveram problemas apenas com os deuses pagãos. Enfrentaram também sérias dificuldades com as bênçãos que lhes dispensava o Senhor. É que eles, como muito de nós, tinham a perigosa tendência de colocar a bênção acima do Abençoador; a cura acima do Médico dos médicos; a prosperidade acima do Dono da prata e do outro; e a vitória acima do triunfante Senhor dos Exércitos. Acontece, porém, que nada pode assumir o lugar de Deus em nossa vida ou na vida da igreja.
Quando a vitória faz tropeçar:- “Com o ouro Gideão fez um éfode e o colocou em Ofra, a sua cidade. Então todos os israelitas abandonaram a Deus e iam lá para adorar o éfode. E isso foi uma armadilha para Gideão e a sua gente.” Juízes 8.27
- Éfode:- Esse “éfode” era provavelmente uma cópia de parte das vestes externas do sumo sacerdote quando oficiava perante o Senhor. Dentro do éfode, sobre o coração do sumo sacerdote, ficavam o Urim e o Tumim (duas pedras preciosas), o meio pelo qual Deus poderia comunicar-se. Eram um meio de determinar a vontade de Deus quando outra orientação não era disponível. Eles simbolizavam o compromisso de Israel de fazer a vontade de Deus, ou seja, o Urim e o Tumim eram usados para saber o que Deus queria que o povo fizesse. Não se sabe exatamente como o Urim e o Tumim eram usados, mas é provável que cada um fosse marcado de modo a dizer sim ou não, Se, ao serem lançados, os 2 dissessem sim ou ambos dissessem não, acreditava-se que essa era uma indicação da vontade de Deus naquela situação, mostrando o papel do sumo sacerdote como porta-voz de Deus. É provável que Gideão fez tal éfode com boas intenções, como memorial ao êxito de Israel na obra de Deus. No entanto, esse éfode não fora autorizado por Deus, vindo a ser objeto de veneração, de exaltação a Gideão e aos feitos de Israel. Esse éfode de Gideão foi usado como instrumento de adivinhação por causa da sua conexão com o Urim e o Tumim, sendo usados de forma errônea, com perguntas de como proceder no sentido de se ganhar bens próprios. Esse ato idólatra trouxe ruína espiritual à nação e aos familiares de Gideão. Podemos aprender desse erro trágico de Gideão que:
- Exaltar e glorificar igrejas, instituições, ou líderes humanos de grande influência, resulta em corrupção e morte espirituais.
- Quando quisermos fazer algo na causa de Deus, devemos antes orar, pedindo sabedoria para prevermos possíveis efeitos que possam causar grandes danos ao reino de Deus.
Sim, Israel foi derrotado em seu próprio triunfo. Por que fazer de nossos triunfos o símbolo de uma vitória que não é nossa, mas de Deus? Se vencemos o maligno, vencemo-lo pelo sangue do Cordeiro, e não por nossos próprios méritos. Não fomos chamados para tropeçar em nossos êxitos e sucessos. Os triunfos passados não devem impedir as vitórias no presente e as glórias no porvir.
Quando uma falsa pretensão faz tropeçar:- “Então, quando vocês se tornarem um povo numeroso naquela terra, ninguém mais falará a respeito da arca da aliança. Vocês não pensarão mais na arca, nem lembrarão dela: não precisarão dela, nem farão outra.” Jeremias 3.16
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