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O DESTINO DO HOMEM E DO MUNDO

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Por:   •  7/9/2014  •  6.611 Palavras (27 Páginas)  •  1.236 Visualizações

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O DESTINO DO HOMEM E DO MUNDO

1 – Vocação Transcendental e Escatológica da Criação toda

Leonardo Boff faz uma critica ao do homem como ser transcendental e vocacionado dentro de uma realidade conhecida pela humanidade. Nessa crítica ele chama a atenção para o que alguns teólogos chamam a morte de Deus como um fato histórico, onde o mundo não tem mais necessidade de um sentido derradeiro e transcendente decifrado como Deus.

Ele chama a atenção para este fato como a busca do homem pelo ter e não pelo ser, ocasionando uma mudança substancial na sociedade que teve início no Século XVI. Nessa nova forma de pensar, Deus deixou de ocupar o seu lugar para o homem com artífice de tudo. A economia e a política tomaram o lugar que antes eram ocupados pela religião e a cultura como orientadores da humanidade.

Boff já vislumbrava a globalização como um fenômeno que agravaria essa situação quando coloca a disposição de todo tipo de experiências humanas, religiosas, culturais e científicas do passado e do presente e até mesmo do futuro. Essas novas experiências abrem caminho para novos comportamentos e relacionamentos do homem com a Divindade, apresentando diversos caminhos possíveis e não apenas um.

Nessa nova realidade apresentada por ele o homem passou a dividir com Deus o poder escatológico de por fim a tudo, no momento que ele tem a capacidade de por termo a história, a o mesmo tempo ter nas mãos o poder evolutivo tanto para o sucesso quanto para o fracasso. O homem que chegou a este ponto se vê perdido diante da grandiosidade do micro ou macrocosmos sem que tenha sentido disso tudo, e os que pensam em uma realidade natural, sem a transcendência não veem a necessidade de buscar um sentido fim em tudo o que existe.

Mas mesmo com o discurso materialista e antropocêntrico a realidade é que o homem não se afasta de sua transcendência na qual não pode ser mais o centro, mas permeia todo o ser humano. Essa transcendência é ontológica ao homem e mesmo nos atos mais simples e banais ela estará presente.

Apesar de todas as discussões de ideias fica claro que a humanidade seguiu uma linha que foi da cosmogênese, a biogênese, antropogênese, que no caso dos cristãos chegou-se a cristogênese o identificando com a Divindade. Essa evolução contribuiu para a criação do homem com a sua unidade de corpo-espírito, e na busca pelo sentido da vida, mesmo diante de tanto caos a sua volta o homem tem a certeza de que a bondade existe. Essa bondade se expressa na presença do homem no meio, pois onde ele se encontra transforma o caos em ordem. Essa ordem que o homem é tendente, se transforma em uma ordem transcendente que é expressa em gestos diários mostrados através do amor, consolo e aconchego em contraponto a mentira, o caos, a crueldade.

Para comemorar essa realidade o homem celebra festas, tanto religiosas como profanas. São nessas ocasiões em que o homem exerce plenamente as suas relações interpessoais, pois, ele deve ter uma reconciliação prévia, já que ninguém festeja com o inimigo ou desconhecido. Nesses momentos a felicidade se expressa através da música, dança, alegria, gentileza, fineza, bondade. Neste clima mítico de reconciliação plena o homem sente a eternidade da harmonia e do convívio mútuo.

Para o autor o princípio da negação humana a tudo o que o limita é o cerne de sua transcendência chamado de princípio-esperança. Em contrário a essa negação inerente ao homem se apresenta a afirmação a tudo o que é bom e agradável lhe da esperança de melhora. Dessa dualidade apresenta ao homem a questão existencial: a fé ou a sua negação, que emerge o ateísmo, o ceticismo ou o agnosticismo.

A fé se explica no sentido de acreditar na bondade do mundo e que ele se dirige para a plenitude e não para a destruição e o caos, aonde a plenitude de Deus irá se revelar, manifestando a bondade plena sobrepujando todos os inimigos da vida através de Cristo.

Na realidade que é esperada pela fé não haverá bem ou mal, mas a presença de Jesus Cristo que apresentará o ápice da Criação, com o seu Reino estabelecido.

2 - Vocação Transcendental e Escatológica do Homem

O homem está voltado para a esperança que consiste em se tronar uma unidade com o próprio Deus, onde o status quo não se modifica: Deus continua Deus e o homem sempre criatura daquele.

Nesta esperança escatológica o homem tem que buscar a sua humanização, pois quanto mais humano mais se aproxima de Deus. Esta humanização ficou expressa em Jesus Cristo, que homem-Deus foi o mais perfeito de toda história. Nessa perspectiva vemos que o derradeiro alvo do homem é buscar a integração com o seu criador.

Essa integração está na esperança representada pela Paixão de Cristo e a sua Ressureição, que nos leva a um futuro de esperança a todos os seres humanos, inclusive os que estão a margem da sociedade. A ressureição de Jesus é a esperança da ressureição do homem e a mesma possibilidade de ser inserido no ministério de Deus.

O desejo do homem não são as trevas, mas o sonho que se tronará realidade de se tornar um ser integrado consigo mesmo e com Deus.

3 – A Vocação Transcendental e Escatológica do Homem e as Vocações Terrenas

Deus poderia ter criado o homem na eternidade, mas preferiu fazer de outra maneira. Esta opção para o homem possibilitou a ele a liberdade de escolha. A liberdade que lhe foi concedida apresenta-se em um contexto histórico onde ele deve participar do ato criador do próprio Deus de uma forma transcendente e escatológica onde cada um deve conquistar o homem divinizado.

A vocação transcendental do homem se manifesta no plano temporal e se realiza nas suas vocações terrestres, apesar destas não realizarem o seu objetivo que a transcendental. O homem não é o que Deus planejou, sendo plenamente homem. O homem será plenamente homem só no final de sua caminhada evolutiva que culminará no ideal transcendente de Deus. Como estamos caminhando neste sentido, apenas Jesus realizou este desejo divino de humanização do próprio homem.

Aquele que nega o seu crescimento e da própria humanidade está se fechado ao chamado transcendental de Deus, prendendo-se a sua vocação terrena e passageira, tátil, temporal e física, em detrimento da esperança apresentada por Deus ao próprio homem. Agendo assim ele se nega a uma esperança vindoura de uma nova vida, e se aprisiona na possibilidade real de uma segunda morte definitiva.

4 – O Caráter Absoluto da Vocação Transcendental

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