O Valor Da Amizade

O valor da amizade

Em uma bela tarde de primavera fui visitar minha avó materna. Ela morava em um sitio onde a relva verde cobria os imensos pastos. Ela me acolheu com um terno abraço e um sorriso encantador capaz de eliminar qualquer cara amarga. Ele estava muito triste comigo, porque fazia 5 anos que eu não a visitava e pensava que eu tinha me esquecido totalmente de sua existência por um equívoco que havia cometido.

Há cinco anos eu tive um grande desentendimento com minha avó. Durante a separação de meus pais ela havia dito que não queria possuir netos de pais separados porque queria zelar pela imagem e pelo nome da família. Esse posicionamento que ela havia tido me deixou muito triste e decepcionado com ela, até o ponto de não a aceitar mais como avó.

Com uma graça vinda do céu, meus pais acabaram fazendo as pazes e através do diálogo estabeleçam meios para uma vivência harmoniosa. Essa fase do casamento de meus pais ajudou muito para o fortalecimento dos laços entre nossa família, pois nessa fase de conflito entre eles nossos familiares estiveram sempre perto, acompanhando-nos, aconselhando e amando.

Durante o conflito de meus pais minha avó se afastou totalmente de minha família. Logo após a reconciliação ela aos poucos veio com muitas tentativas de reaproximação. Mas logo meus pais a perdoaram e a compreenderam.

Eu e minha irmã não conseguíamos perdoa-la por nada. Suas palavras haviam causado uma erosão em nossos corações. Sentíamos que ela havia nos excluído por zelar mais pelo nome e pela reputação da família mais do que a sua própria família.

Em uma noite de inverno meus pais me chamaram perto da lareira de nossa casa para uma conversa íntima. Eles me contaram toda a dificuldade que haviam passado juntos, todo o sofrimento, toda angústia, todo rancor... Mas por meio do conflito estabeleceram um crescimento e um novo aprendizado. O que me marcou mais foi quando meu pai me disse que eles se reconciliaram porque ambos foram capaz de perdoar um ao outro, e por meio do perdão estabeleceram uma nova relação de amor.

Logo após aquela intensa conversa fui dormir muito pensativo e aprisionado pela dor da consciência. Pensava como meus pais foram capazes de se perdoarem e que eu também tinha que ser capaz de perdoar minha avó pelo equívoco que havia cometido. Custou-me muito para entender tudo isso, logo após vinte estações do ano, depois de muito refletir e pensar conclui que: todo ser humano está sujeito às limitações humanas e que milhares de oportunidades de se reintegrarem.

Então, após 5 anos fui capaz de tapar o buraco causado pela erosão com milhares de caminhões de terra empapadas de amor. Com meu interior liberto por essa mágoa fui capaz de ir à procura de minha avó.

Em uma bela tarde de primavera quando chegava perto de sua casa ela saiu correndo pelos verdes pastos de sua fazenda ao meu encontro e com um terno abraço e lágrimas escorrendo por sua face me pediu desculpas e disse que me amava e o quanto estava arrependida pelo erro que havia cometido.

Nessa perspectiva, nessa tarde de primavera vi acontecer em minha vida um florescer de uma nova vida. Uma vida em que o perdão e o amor formam uma aliança e caminham juntos.