O pai de Ibiapin: vida, trabalho e escritura
Tese: O pai de Ibiapin: vida, trabalho e escritura. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Manoel36 • 8/11/2014 • Tese • 1.199 Palavras (5 Páginas) • 560 Visualizações
Seminário Provincial Nossa Senhora da Assunção
Tema: Padre Ibiapina: vida, obras e escritos.
Aluno: Manoel Messias Lima Ramalho
Orientador: Pe. Jimmy Xerri
Examinadores: Pe. Cícero Lenisvaldo Miranda e Pe. Antônio Lopes
Porque este trabalho?
Vivemos em um período de nossa história, no qual há muito conteúdo e pouco testemunho. Muito se fala do seguimento a Jesus Cristo, da espiritualidade e do amor aos pobres; indicamos o caminho e preparamos as pessoas para percorrê-lo, no entanto, não temos disposição para isso.
Para que este trabalho?
Apresentar o Pe. Ibiapina como modelo de encontro com Deus e consigo mesmo; de renúncia a si mesmo e a uma vida de regalias que a magistratura e o sacerdócio poderiam lhe oferecer; de luta contra as estruturas injustas e opressoras do seu tempo, sejam elas estatais ou eclesiais; de testemunho de vida que foi para seu tempo e, não obstante, é para nós hoje. Pois este profeta de ontem, mas ainda muito próximo de nós, pode também ajudar os cristãos de hoje a rever sua prática espiritual e pastoral; porque foi um homem comprometido com seu tempo, sua história e sua gente.
Esquema
O trabalho está dividido em três capítulos:
I. Trata do contexto histórico e da análise dos principais acontecimentos que marcaram o Século XIX no Brasil.
II. Trata do surgimento de uma personalidade que rompe com as forças opressoras e continuadoras da escravidão do homem ao pecado e a outrem.
III. Trata de uma forma de vida que é modelo de santidade, pobreza, humildade e caridade, isto é, vida de serviço oferecida em favor dos pobres e marginalizados no mundo dos homens, mas amados e enaltecidos no Reino de Deus.
Capítulo I
Padre Ibiapina e seu tempo
1.1. Contexto histórico
A vinda da família real ao Brasil (1808-1840) deu início a uma história institucional; houve as instalações dos primeiros estabelecimentos culturais. Dentre eles se destacaram as Faculdades de Direito fundadas em Olinda, Recife e em São Paulo. Elas foram o principal centro divulgador das idéias positivistas, materialistas e evolucionistas que lutavam contra toda forma de metafísica e transcendentalismo. A filosofia e a teologia deixaram de fazer sentido, e o homem passou a ser visto a partir de uma filosofia social, por ser ela o único meio eficaz de estabelecer a tão sonhada revolução.
A independência que não tocou a real estrutura sócio-econômica do país, porque ela foi só política e não trouxe qualquer modificação social que beneficiasse a grande maioria da população.
A dizimação quase total dos índios, pois em alguns estados foram considerados inexistentes.
1.2. A situação do clero no início do Império.
A Igreja se encontrava em situação bastante crítica: o padroado exercia boa parte das funções clericais; os eclesiásticos, entre eles bispos e padres, eram funcionários de uma religião estatal, seguidores das idéias liberais e membros declarados da seita maçônica. Isso levou o Papa Pio XI, em 1864, a proibir, através da Bula Syllabus, qualquer contato da Igreja com essa sociedade.
Os bispos D. Vital e D. Macedo Costa fecharam todas as irmandades que não excluíssem os associados maçons.
O surgimento das irmandades e das confrarias, que eram mais organizadas e ativas do que o próprio clero. Houve daí, a laicização da Igreja no Brasil.
Surgimento do messianismo como uma forma de resposta a fé popular.
Capítulo II
Vida e obras do Padre Ibiapina
1.1. Infância e ascensão familiar
José Antônio Pereira Ibiapina nasceu em Sobral, Ceará, a 05 de agosto de 1806, e foi batizado no dia 25 do mesmo mês na fazenda de Olho d’Água situada na mesma cidade onde nasceu. Fora filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Ele descende de uma família numerosa, pois teve sete irmãos.
Ficou órfão quando ainda era criança e teve que assumir a casa cedo demais, pois seu irmão mais velho também falecera.
1.2. Estudos
Estudou as primeiras letras na cidade de Icó (Ceará) e já demonstrava grande inteligência. Terminara o curso de humanidade em belo Jardim-CE, o que lhe logrou a oportunidade de freqüentar o Seminário de Olinda, onde fixou residência, em 1823, para estudar. Mais tarde, retornou ao Ceará para cuidar dos irmãos. De volta a Recife, matriculou-se pela segunda vez no Seminário de Olinda, em 3 de fevereiro de 1828. Com a criação do curso de Ciências
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