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Obaluayé

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Por:   •  6/9/2013  •  Tese  •  903 Palavras (4 Páginas)  •  263 Visualizações

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Opanijé

O opanijé é uma dança religiosa de origem africana, um dos bailados destinados ao orixá Xangô, nos candomblés jeje-nagôs da Bahia. Para Édison Carneiro, esse nome designa a música instrumental dedicada ao orixá Omulu.

Em círculo, as filhas-de-santo vão cantando o mais alto possível, até que começam a cambalear, num movimento meio trôpego, os braços dobrados, erguidos e abaixados segundo o ritmo.

De repente, uma delas estende-se no chão, apoiada nas mãos e nos pés, as pernas bem esticadas, e toca com a testa o solo defronte dos tambores. Grita “ei-ii !” (grito que denuncia a presença de Xangô), fica de pé num salto e se joga espasmodicamente para a frente; a seguir, repete a exibição.

Depois aparece na roda uma jovem de turbante cor-de-rosa e dourado, trazendo na mão direita uma adaga de latão, de 45 cm de comprimento. De olhos fechados, começa a dançar violentamente, golpeando o ar com a adaga, para a esquerda e para a direita, à medida que o andamento dos tambores vai se acelerando.

Entra na roda outra filha-de-santo, dançando em passos ágeis e fingindo bater com a mão na jovem de turbante. Ficam as duas dançando, fingindo beijar-se, mas sem se tocar; o rufar dos tambores se acelera mais ainda, e elas vão se aproximando, de maneira tal que o choque parece inevitável. É quando as outras filhas-de-santo avançam rapidamente e seguram as duas jovens pela cintura, separando-as, enquanto o andamento da percussão vai diminuindo.

Opanijé - A dança de Obaluaye

Segundo Pierre Verger, opanijé é uma saudação yorubá utilizada na Africa, para saudar Omolu, e significa "ele mata qualquer um e come". Para compreendermos o que os gestos coreográficos da dança querem traduzir, precisamos conhecer alguns mitos. Diz a lenda:

Quando Omulu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o munda para fazer a vida. De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Omulu não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava. E ele teve que pedir esmola, mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber. Tinha um cachorro que o acompanhava e só. Omulu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. Omulu comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquito combriam-lhe o corpo. Omulu ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Omulu, lambendo-lhe as feridas. Um dia, quando dormia, Omulu escutou uma voz: "Estás pronto. Levanta e vai cudar do povo".

Omulu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Obaluaê juntou as cabacinhas, os atós, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu e Olorum partiu.

Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente.Todas as aldeias enterravam os seus mortos. Os pais de Omulu foram ao babalaô e ele disse que Omulu estava vivo e que ele traria a cura para a peste. Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omulu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua

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