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Teologia Do Culto

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Por:   •  9/2/2015  •  1.162 Palavras (5 Páginas)  •  912 Visualizações

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É freqüentemente suposto que as reformas litúrgicas de Lutero e Calvino são concordes somente na condenação dos abusos existentes no final da Igreja Medieval. É também admitido que as diferença nas respectivas concepções de Culto e no cerne essencial das suas ordens litúrgicas, refletiam os contrastes no temperamento deles. Isto, eu espero demonstrar, é um grave equivoco no entendimento tanto de Lutero como de Calvino em dois aspectos. Uma tentativa será feita para demonstrar que os pilares gêmeos da Reforma concordavam não apenas no que constituía os abusos do final da igreja medieval, mas também no desejo de retornar para a primitiva simplicidade do culto cristão. Espero demonstrar que a concordância deles sobre os abusos que deviam ser corrigidos, muito mais que a expressão de suas preferências subjetivas, foi devida às doutrinas teológicas que eles mantinham em comum. Em segundo lugar, será demonstrado que é uma simplificação espúria da matéria, declarar que os desacordos entre Lutero e Calvino são explicados como resultado, respectivamente, do conservadorismo de Lutero e da natureza rigidamente lógica de Calvino. Mesmo que esta afirmação seja alterada e venha a produzir a impressão que Calvino foi inteiramente verdadeiro aos seus princípios, enquanto Lutero foi conservador, isto ainda permanece uma concepção injusta a respeito de Lutero. Seu aparente conservadorismo pode ser explicado por princípios teológicos.

Os Reformadores eram concordes com respeito aos abusos da igreja medieval, que deviam ser corrigidos. Em particular, eles investiram contra quatro falsas concepções. Sua comum “aversão peculiar” foi o ensinamento a respeito da Missa da Igreja medieval. Eles concordavam em condenar o ensinamento que proclama ser na Missa mais uma vez oferecido o sacrifício que de uma vez por todas foi feito no Calvário. Não parecia nada menos que blasfemo para eles que homens ousassem asseverar que o sacrifício feito na Cruz exigia ser repetido. Eles estavam igualmente seguros, em segundo lugar, que a Missa como era celebrada não era uma comunhão. O povo não comungava de ambos os elementos; eles eram apenas espectadores de um drama no qual o sacerdote era o ator principal e o coro cantava uma música incidental e complicada. Isso não era tudo; o serviço da Missa não era nem inteligível para a maior parte do povo, porque onde era audível, o era falada ou cantada em uma língua acadêmica [Latim*]. Os Reformadores também objetaram o caráter propiciatório da missa, onde missas poderiam ser oferecidas para aplacar a Deus pelas ofensas de alguém ou obter favores especiais de Deus, como por exemplo, antes de sair para uma jornada de trabalho. De fato os Reformadores contendiam que a Missa medieval foi considerada um officium ao invés de um beneficium.

Aliada à desaprovação deles da Missa foi sua objeção pelas concepções correntes do sacerdócio. Porque se o sacerdócio deveria ser considerado como um instrumento indispensável para obter o bom favor de Deus, ele se tornava, não um veículo de graça, mas um impedimento, um obstáculo para a comunhão entre Deus e o homem. Além do mais, os sacerdotes eram, como Lutero com desprezo insistia, tirânico, insaciáveis, mundanos e mercenários.

A terceira concepção que ambos os Reformadores condenavam era a falsa visão da autoridade dos santos, os quais eram considerados como poderosos mediadores entre Deus e os homens, que poderiam ser influenciados por um indivíduo a remir suas penas e suplícios do purgatório, o que constituía um panteão.

Não é surpresa que, tanto Lutero como Calvino, enfatizassem a primazia da pregação da Palavra de Deus, tanto para acabar com os abusos que estavam incrustados no sacramento da Santa Ceia, como para declarar o que era a verdadeira vontade de Deus nesta matéria.

Os Reformadores não apenas concordavam em suas negações, mas eles eram uma só mente em muitas afirmações positivas. Ambos desejavam restaurar o puro culto da Igreja primitiva. Em sua Formula Missae Lutero declara que não era sua intenção “omnem cultum dei prorsus oblere” (não era obsoleto todo o culto que era prestado a Deus), mas apenas “eum qui in usu est, pessimis additamentis viciatum, repurgare et usum pium monstrare” (alguns usos que estão em prática, péssimas adições viciosas, que pelo uso pio ficam aparentes e repugnam). Ele, portanto não atirava ao mar toda a tradição da igreja não dividida, desde que concordava que “primorum

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