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Um Corpo

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Por:   •  21/1/2015  •  Monografia  •  3.202 Palavras (13 Páginas)  •  232 Visualizações

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UM CORPO!?!

Por Selmo Vieira Rêgo

Bacharel em Teologia-UNICAP

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias professa ser a única igreja na face da Terra viva e verdadeira, devidamente autorizada a pregar o Evangelho e realizar as ordenanças de salvação para todos os filhos de Deus. Talvez pareça presunçoso da parte de qualquer instituição religiosa cristã de nossos dias fazer tal afirmação, porém, a questão principal é: Tal alegação é verdadeira?

Para uma resposta sincera a essa pergunta alguns passos são de fundamental importância, entre eles: 1. A necessidade do despojamento de toda e qualquer ideia pré-concebida de doutrinas cristãs, múltiplas por sinal, adquirida nas diversas denominações sectárias existentes, porque sem tal despojamento sincero o Espírito do Senhor fica impossibilitado de atuar na mente e no coração do indivíduo, prestando-lhe um testemunho real e seguro do que realmente é verdade; 2. Todo o indivíduo deverá seguir o padrão estabelecido pelo do Senhor para receber Suas revelações, que consiste em ter uma fé genuína em Cristo, ser sincero e humilde e ser verdadeiro em seu intento para com Deus. No Livro de Mórmon lemos:

“E quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo. E pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas”.

Durante séculos e séculos o verdadeiro conhecimento de Deus, sua natureza e corporeidade, não esteve ao alcance dos homens, mesmo alguns sendo possuidores da mais sincera e verdadeira fé. Por quê? Porque ao longo do tempo o próprio homem afastou-se das verdades claras e preciosas das Escrituras, seguindo os ditames de sua própria consciência. Desde a antiguidade os profetas chamados pelo Senhor já previram o estado no qual o ser humano viria a se encontrar, longe da palavra de Deus. Dentre eles podemos citar o profeta Amós:

“Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão.”

Essa palavra profética faz-nos entender com mais clareza o porquê de um longo período da história humana ter sido chamado de Idade das Trevas (período compreendido entre os séculos V-XV).

Durante séculos, muitos eruditos tentaram definir o período de tempo mencionado pelo profeta Amós. Muitos chegaram à equivocada conclusão de que esse tempo estava relacionado apenas ao silêncio profético que perdurou por cerca de aproximadamente quatrocentos anos entre o profeta Malaquias e o ministério de João Batista. Porém, haviam se esquecido de que a história da humanidade é uma história de afastamento e retorno a presença de Deus.

No idioma grego a palavra para afastamento da verdade chama-se apostasia, απόστασις [apóstasis]. Prevendo o afastamento da Igreja das verdades claras e simples do Evangelho devido à iniquidade e ao sincretismo filo-religioso da cultura helenista, o apóstolo Paulo com o propósito de alertar os cristãos tessalonicenses sobre o retorno de Jesus Cristo, escreveu: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição.”

O apóstolo João, exilado na Ilha de Patmos, teve o privilégio de vislumbrar os acontecimentos futuros e expôs de forma significativa a situação dos santos (pois assim eram chamados os membros da Igreja, além de cristãos) diante da fúria devastadora do Inimigo de nossas almas. Ele escreveu: “Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação.”

A percepção inequívoca de que as igrejas contemporâneas se afastaram do Evangelho simples e puro de Cristo não é só uma prerrogativa dos santos dos últimos dias. Líderes e obras de nossos dias já expressaram essa mesma convicção .

Poderia citar outras escrituras que ratificam o exposto acima , a apostasia ocorrida dentro da Igreja; poderia citar inúmeros fatos históricos ocorridos após a morte dos apóstolos de Cristo como, por exemplo, o fim do ministério apostólico, a Igreja associando-se ao Império Romano, os vários Concílios convocados e estabelecidos pela figura do imperador e não pela autoridade presidente da Igreja, as várias nomeações eclesiásticas estabelecidas dentro da Igreja pelos imperadores, etc., fatos esses encontrados em qualquer livro de história geral do ensino médio. Mas, já é o bastante as citações acima para que qualquer pessoa sincera possa perceber a necessidade de uma futura restauração das verdades do Evangelho.

É natural e até lógico que a apostasia durante séculos e séculos trouxesse á humanidade a perda drástica do verdadeiro conhecimento da natureza de Deus. Doutrinas formuladas a partir de textos examinados isoladamente e dentro de uma perspectiva religiosa tendenciosa, trouxeram mais confusão e separatismo religioso do que elucidação as grandes interrogações de significado eterno e essenciais à salvação da humanidade. O próprio Jesus declarou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”

A partir dessa declaração enfática, compreende-se que o conhecimento verdadeiro de Deus é condição inegociável para se alcançar a vida eterna. Porém, desde tempos remotos até os dias de hoje, na maioria das doutrinas sectárias cristãs, duas concepções, dois entendimentos sobre Deus, perpetuaram-se:

1. Deus é espírito;

2. Sendo espírito, não possui um corpo.

É claro que concepções como essas não nascem de um dia para o outro, mas são frutos de um processo histórico de reflexões, sejam elas certas ou erradas.

O cristianismo ao se deparar com o mundo greco-romano e sua cultura helenista, passou a absorver a filosofia dos grandes pensadores gregos, como, por exemplo, Platão e seu discípulo Plotino, até para poder fazer uma releitura dos fundamentos de sua fé, oriunda da cultura judaica, e transmiti-la de forma mais compreensiva a uma cultura totalmente diferente.

É muito importante conhecer, nem que seja um pouco, a compreensão

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