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Unidades de Informaçao Arquitetura

Por:   •  25/3/2019  •  Dissertação  •  1.919 Palavras (8 Páginas)  •  170 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

BIBLIOTECONOMIA

DISCIPLINA: GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO – TB1

PROFESSOR: Cláudio Paixão Anastácio de Paula

ALUNO: Inácio Silva Pereira

As relações entre Bibliotecas e Arquitetura

        Bibliotecas físicas estão presentes até os dias de hoje, sobrevivendo ao surgimento e sofisticação das tecnologias e meios digitais. A reforma, manutenção e construção dos prédios de bibliotecas atualmente se adaptam às aspirações e necessidades da sociedade, o que mostra sua flexibilidade neste aspecto.

        Segundo Botton (2011, p. 216), pensar nos grandes dias da arquitetura de uma forma geral remonta à ideia do pesar em relação ao fim da época das grandiosas arquiteturas religiosas, como se não houvesse nada além da religião para se celebrar ou enfatizar por meio da arquitetura.

        No entanto, a arquitetura não se restringe às questões religiosas e se mostra presente em vários projetos e para diversos fins, como no caso de sua aplicação junto à construção, reforma ou manutenção de bibliotecas.

        Nesse sentido, segundo Botton (2011, p. 90), “a esperança era que a cultura pudesse ser tão efetiva quanto a religião [...] em sua capacidade de guiar, humanizar e consolar [...]”, o que influencia no alinhamento e na exploração da arquitetura predial de bibliotecas.

        Dessa forma, o modernismo das construções, de maneira geral, busca se desligar das questões religiosas, priorizando outras necessidades e aspectos das construções.

        Segundo Botton (2011, p. 175), “[...] mesmo onde não mais erguemos igrejas, ainda construímos grandes edificações que celebram nossos ideais visuais. Os melhores arquitetos competem pela oportunidade de projetar essas estruturas [...]”. Apesar de essa perspectiva ser promissora, o que se percebe é que o conceito dos novos espaços criados nem sempre são pensados por pessoas que atuam na área ou visando atender às expectativas dos usuários destes espaços.

        Para Botton (2011, p. 170), as pessoas têm a necessidade de estar sempre conectadas às ideias de transcendência por meio dos sentidos. Os espaços físicos e construções permitem explorar esses sentidos, oferecendo uma experiência aos usuários de tais espaços, contribuindo para que os frequentem e se apropriem deles, tal como no caso das construções de igrejas e templos na antiguidade.

        Nesse contexto, Botton (2011, p. 12-13) ressalta que “o erro do moderno ateísmo tem sido negligenciar a quantidade de aspectos que permanecem relevantes após o descarte dos princípios centrais da fé [...]”. Tal erro consistiria no fato de que ao desistir do que se relaciona com a religiosidade, permite-se que a religião reivindique como sendo seu domínio exclusivo, áreas que deveriam pertencer a toda humanidade, como por exemplo, a grandiosidade e a importância da arquitetura.

        Isso dialoga com o que afirma Botton (2011, p. 217) em relação à construção dos templos seculares, sem necessidade de seguir leis canônicas, assim, “[...] o único elemento comum dos templos seria a sua dedicação de virtudes essenciais para o bem-estar da alma [...]”. Tais virtudes seriam também reverenciadas em vários locais e sua transmissão ficaria ao encargo de arquitetos e patrocinadores.

        Isso também se verifica na construção de bibliotecas, uma vez que nem todos os bibliotecários têm a oportunidade, ou mesmo interesse, de participar de forma direta junto a um projeto de construção, manutenção ou mesmo renovação de uma biblioteca.

        Torna-se importante a participação dos bibliotecários na construção ou reformulação de bibliotecas, utilizando de suas experiências tanto profissionais como de usuários desses espaços, assim como embasado em seus ideais, para assim promover modelos de biblioteca diferentes dos modelos clássicos, que são centrados unicamente na gestão do acervo. Um novo modelo de biblioteca, atendendo às necessidades de seus usuários, ou seja, centrado nas pessoas que utilizam a biblioteca.

        

[...] ao se analisar a questão, de modo algum se conclui que o fim da nossa crença em seres sagrados deva significar o fim da nossa ligação a valores ou ao desejo de prover um lar para eles por meio da arquitetura. Na ausência de deuses, ainda mantemos crenças éticas que precisam ser solidificadas e celebradas. Qualquer uma dessas coisas que reverenciamos, mas que frequentemente nos inclinamos a negligenciar, pode merecer a fundação seu próprio “templo”. Poderia templos em homenagem à primavera, à delicadeza, à serenidade, à reflexão, ao perdão e ao autoconhecimento (BOTTON, 2011, p. 216).

        Assim, mantendo-se inclusive as crenças estéticas, novos modelos de arquitetura para bibliotecas surgem, apropriando-se de diversos conceitos e espaços, como cafés e bibliotecas que se assemelham a livrarias ou se utilizam da tecnologia com a intenção de encantar e atrair usuários para estes espaços novos ou renovados que formam a biblioteca física.

        Segundo Vergueiro (2007, p. 67) nas últimas décadas se presenciou a utilização de vários conceitos das ciências administrativas na área da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, como é o caso do conceito de relacionamento com clientes, sendo este considerado um dos aspectos mais importantes das atividades do profissional de informação.

        Sendo assim, pensar no espaço da biblioteca embasado nesse relacionamento com clientes, ou seja, usuários da biblioteca se torna importante para atender aos seus anseios e necessidades também em relação à estrutura física e espaços disponibilizados para este fim.

        Esse é um processo longo na história, no qual nos últimos anos se verifica um renascimento da reconstrução das bibliotecas, os quais são beneficiados com projetos de design e renovação. Esses projetos exercem impactos no funcionamento e no engajamento com os usuários da biblioteca.

O plano de serviço ao cliente não representa apenas uma política a mais. Pelo contrário, por incorporar à unidade de informação um ponto de vista pró-ativo em relação aos clientes, ele deve ser elaborado por meio de um processo de consulta e discussão que envolva, principalmente, o pessoal do atendimento, melhor preparado para expressar aquilo que cotidianamente percebem/recebem dos clientes em termos de solicitações, demandas e necessidades de informação. (VERGUEIRO, 2007, p. 75-76)

        Para elaborar tais projetos, deve-se previamente realizar uma sondagem junto aos usuários, como forma de identificar suas reais necessidades. Nisso, o plano de serviço ao cliente deve ser elaborado por meio de consulta e discussão, com pessoal preparado para atender e fazer essa sondagem, expressando o que percebem e recebem dos usuários ou futuros usuários da biblioteca.

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