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Verdadeira Conversão

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Por:   •  2/9/2013  •  6.320 Palavras (26 Páginas)  •  400 Visualizações

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A CONVERSÃO VERDADEIRA E A FALSA

(True and False Conversion)

Por: Rev. Charles G. Finney

TEXTO --"Mas todos vós que acendeis fogo, e vos cingis com tições acessos, ide, andai entre as chamas do vosso fogo, e entre os tições que acendestes. Isto é que recebereis da minha mão: Em tormentos jazereis."-- Isaías 50:11

É evidente pelo contexto destas palavras no capítulo, que o profeta se dirige àqueles que professam ser religiosos, que se dizem que estão salvos, mas que, na realidade, sua esperança era um fogo que eles mesmos tinham acendido, e as faíscas, criadas por este fogo. Antes de seguir adiante na discussão do tema, desejaria dizer que, como já me foi dada notícia de que minha intenção era discutir a natureza da conversão verdadeira e da falsa, não servirá de nada o escutá-lo, exceto para aqueles que sejam sinceros e se apliquem a si mesmos. Se você espera se beneficiar da mensagem, tem que resolver aplicar-lo fielmente, de modo tão sincero como se pensasse que estivesse no juízo solene. Se o faz, pode esperar que te conduza a descobrir teu verdadeiro estado, e se está enganado, dirigir-se ao verdadeiro caminho da salvação. Se você não quer faze-lo, eu pregarei em vão, e você ouvirá em vão.

Espero mostrar a diferença entre a conversão verdadeira e a falsa, a apresentarei o tema na seguinte ordem:

I. Mostrar que o estado natural do homem é o de puro egoísmo.

II. Mostrar que o caráter do convertido é o de benevolência.

III. Que o novo nascimento consiste numa mudança desde o egoísmo à benevolência.

IV. Contestar algumas objeções que podem oferecer contra o ponto de vista que tomo e terminar com alguns comentários.

I. Vou mostrar que o estado natural do homem, ou o estado em que se encontra o homem antes da conversão, é egoísmo puro e sem mistura.

Com isso quero dizer que não conhece a benevolência do Evangelho. O egoísmo é considerar a felicidade própria como objetivo supremo, e buscar o bem próprio pelo fato de ser seu. O que é egoísta coloca sua própria felicidade e busca seu próprio bem porque é seu. De modo egoísta coloca sua própria felicidade por cima de outros interesses de maior valor; tais como a glória de Deus e o bem do universo. É evidente que a humanidade se encontra neste estado e digo isto por muitas considerações.

Todo o mundo sabe que os outros são todos egoístas. Todos os tratos da humanidade são conduzidos sobre este princípio. Se o homem o perde de vista e empreende tratos com a humanidade como se não fossem egoístas, senão desinteressados, os demais pensarão que aquele homem está louco.

II. No estado do convertido, o caráter predominante é o de benevolência.

Um indivíduo convertido é benevolente, e não egoísta, no essencial. Benevolente é uma palavra composta que propriamente significa desejar o bem, ou seja, escolher a felicidade dos outros. Este é o estado e Deus. Nos é dito que Deus é amor; isto é, que é benevolente. A benevolência compreende todo seu caráter. Todos seus atributos morais são apenas modificações da benevolência. Um indivíduo convertido se assemelha a Deus neste aspecto. Não quero que se entenda que ninguém é convertido a menos que seja pura e perfeitamente benevolente, como Deus é; mas sim que no equilíbrio de sua mente a característica que prevalece é a benevolência. Com sinceridade busca o bem dos outros por amor a eles. E, por benevolência desinteressada não sente interesse no objeto que persegue, senão que busca a felicidade dos outros por amor a eles e não com olhos a sua reação a favor de si mesmo, que vai aumentar sua felicidade. Decide fazer bem porque se alegra na felicidade dos outros, e deseja a felicidade deles por ela em si mesma. Deus é benevolente de modo puro e desinteressado. Ele não faz as criaturas felizes para assim aumentar a sua própria felicidade, senão que as ama por sua felicidade e as busca por amor à mesma. Não que não se sinta feliz ao fomentar a felicidade das criaturas, mas não o faz por a sua própria satisfação. O homem que é desinteressado se sente feliz em fazer bem. De outra maneira o fazer bem em si não teria nenhuma virtude. De outro modo o fazer bem não seria virtuoso em si. Em outras palavras, se não lhe fosse agradável fazer bem e não se alegrasse fazendo-o, não seria uma virtude nele.

A benevolência é a santidade. É o que a lei de Deus requer: Amarás ao Senhor teu Deus com todo teu coração, e com toda tua alma e com toda tua força, e a teu próximo com a ti mesmo. Com a mesma certeza que o convertido rende obediência à lei de Deus, e de modo tão seguro como ele é de Deus, é benevolente. É o rasgo mais saliente de seu caráter, o buscar a felicidade dos outros, e não a sua própria, como seu objetivo supremo.

III. A verdadeira conversão é uma mudança do estado de supremo egoísmo à benevolência.

É uma mudança no objetivo da atividade, não uma mera mudança no meio de alcançar o fim. Não é verdade que os convertidos e os não convertidos difiram apenas nos meios que usam, enquanto perseguem o mesmo objetivo. Não é verdade que Gabriel e Satanás estejam tratando de alcançar o mesmo objetivo, os dois procurando sua própria felicidade, ainda que a busquem de modo distinto. Gabriel não obedece a Deus com olhos a incrementar sua própria felicidade. Um homem pode mudar seus meios e contudo apontar a conseguir o mesmo objetivo, sua própria felicidade. É possível que faça bem com olhos a um benefício temporal. Pode não crer na religião, nem na eternidade, e contudo fazer bem porque isto lhe é vantajoso neste mundo. Suponhamos, pois, que seus olhos se abrem, e vê a realidade da eternidade; e então se faz religioso como meio de conseguir sua felicidade na eternidade. Pode-se ver bem que não há nenhuma virtude nele. É a intenção que dá caráter ao ato, não o meio empregado para realizar a intenção. O convertido verdadeiro e o falso diferem nisto. O verdadeiro convertido escolhe a glória de Deus e o bem de seu reino como objetivo de seus esforços. Este objetivo o escolhe por si, pelo que é, porque o vê como seu maior bem, como um bem maior que sua própria felicidade individual. Não que seja indiferente

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