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A Língua portuguesa é a terceira mais falada no Ocidente

Por:   •  6/7/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.928 Palavras (12 Páginas)  •  204 Visualizações

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A língua portuguesa é a terceira mais falada no Ocidente, após o inglês e o espanhol. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em 29/09/2008, na Academia Brasileira de Letras, o decreto que estabeleceu o cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico entre os países de Língua Portuguesa. Seu uso entrou em vigor em janeiro de 2009, sendo obrigatório em documentos do governo. Nos demais casos, a norma atual poderá ser usada e aceita, oficialmente, até 31 de dezembro de 2012. De acordo com o Ministério da Educação “o acordo ampliará a cooperação internacional entre os oito países ao estabelecer uma grafia oficial única do idioma. A medida também deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre as nações e a divulgação mais abrangente da língua e da literatura.” Além disso, a unificação possibilitará determinar critérios para exames e certificados para estrangeiros. Atualmente, os documentos que transitam entre a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) devem ser escritos em duas versões: uma com o português de Portugal e outra com o português do Brasil. As nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa são: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A sede da CPLP fica em Lisboa e seu atual Secretário Executivo é Domingos Simões Pereira, natural de Guiné-Bissau. Este manual objetiva expor, de maneira simples e clara, algumas das principais modificações ocorridas na ortografia da língua portuguesa em virtude do Novo Acordo Ortográfico. 2 1 - O ALFABETO Nosso alfabeto tinha 23 letras antes da reforma; agora, tem 26. Foram introduzidas as letras K, W e Y que já eram usadas, mas somente nas seguintes situações: a) em abreviaturas (km = quilômetro; kg = quilograma...) e como símbolos científicos (W = watt; Y = ítrio; y = incógnita, em Matemática...); b) em palavras estrangeiras não aportuguesadas (show, skate, playground, windsurf, kung fu, smoking, black-out, week-end, flamboyant…); c) em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e seus derivados (Wagner, Kelly, Yara, Kafka, kafkaniano, Kant, kantiano, Shakespeare, shakespeariano, Darwin, darwinismo, Taylor, taylorismo, Hollywood, Watterloo...). A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X YZ 2 - TREMA É o sinal ( ¨ ) que era colocado sobre a letra u para indicar que essa letra devia ser pronunciada quando estivesse presente nos seguintes grupos: gue, gui, que, qui. Agora, não é mais empregado em palavras portuguesas ou aportuguesadas. ANTES AGORA agüentar aguentar argüir arguir bilíngüe bilíngue cinqüenta cinquenta delinqüente delinquente ensangüentado ensanguentado lingüiça linguiça sagüi sagui seqüestro sequestro tranqüilo tranquilo 3 Atenção: O trema permanece nas palavras estrangeiras e em suas formas variadas. Ex.: Müller, mülleriano. 3 – ACENTUAÇÃO 3.1 - Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas perderam o acento. Mas, o que é mesmo um ditongo? E uma palavra paroxítona? Relembrando ditongos! a) Ditongo crescente é o encontro de uma semivogal (som mais fraco) com uma vogal (som forte) na mesma sílaba: es-pon-tâ-neo, ân-sia, es-pé-cie, crâ- nio, má-goa, tá-bua, tê-nue, trí-duo. b) Ditongo decrescente é o encontro de uma vogal (som forte) mais uma semivogal (som mais fraco) na mesma sílaba: pão, pai, mãe, põe, ai-po, oi-to, a-zuis, lei-te, teu, dou-rar, ir-mão, mui-to, pa-dei-ro. c) Ditongo aberto é aquele em que a vogal é aberta, ou seja, aquela que é pronunciada abrindo-se bem a boca: fi-éis, céu, dói. d) Ditongo fechado é aquele que tem a vogal pronunciada de forma fechada, com a boca mais fechada: leis, seu, boi. Relembrando paroxítonas! As palavras recebem uma classificação específica de acordo com a posição da sílaba tônica, isto é, da sílaba pronunciada com mais intensidade. A classificação é a seguinte: a) Oxítona – a última sílaba é a pronunciada mais fortemente: a-qui, Pa-ra-ná, a-mor ... Obs.: * Para ser oxítona, a palavra deve ter, no mínimo, duas sílabas. * Se a palavra for constituída por apenas uma sílaba pronunciada fortemente, será denominada de monossílaba tônica: mar, sol, pá, meu, lá, ser, dor, lã... * Se a palavra for constituída por apenas uma sílaba pronunciada fracamente, será denominada de monossílaba átona: a, lhe, me, o, se... b) Paroxítona - a penúltima sílaba é a pronunciada com mais intensidade: es- co-la, li-vro, ca-der-no, lá-pis, ca-be-lei-rei-ro... 4 c) Proparoxítona - a antepenúltima sílaba é a pronunciada com mais força: qui-lô-me-tro, ár-vo-re, re-pú-bli-ca ...(Obs.: toda palavra proparoxítona deve ser acentuada.) Voltando à regra: Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas perderam o acento. ANTES AGORA i-déi-a i-dei-a pla-téi-a pla-tei-a ge-léi-a ge-lei-a es-tréi-a es-trei-a col-méi-a col-mei-a bói-a boi-a jói-a joi-a a-pói-a a-poi-a ji-bói-a ji-boi-a he-rói-co he-roi-co as-te-rói-de as-te-roi-de Obs.: Palavras que passaram pelo processo de aportuguesamento também perderam o acento. É o caso de Co-rei-a (Korea). O acento dos ditongos abertos ÉI(S) e ÓI(S) permanece: * nas monossílabas tônicas: dói, mói, rói ... * nas oxítonas: a-lu-guéis, a-néis, ca-ra-cóis, car-re-téis, cons-trói, cru-éis, pa-péis, he-róis ... * nas proparoxítonas: alcalóidico, aracnóideo ... Não há alteração quanto à acentuação do ditongo aberto ÉU(S), uma vez que ele não aparece em palavras paroxítonas, só nas: MONOSSÍLABAS TÔNICAS OXÍTONAS réu(s) véu(s) troféu(s) chapéu(s) céu(s) (ao) léu povaréu mausoléu ATENÇÃO É devido à alteração na regra dos ditongos abertos “EI(S)” e “OI(S)” nas paroxítonas que agora escrevemos: herói = com acento, pois é ditongo aberto “oi” em OXÍTONA; heroico = sem acento, pois é ditongo aberto “oi” em PAROXÍTONA; 5 papéis = com acento, pois é ditongo aberto “ei(s)” em OXÍTONA; plateia = sem acento, pois é ditongo aberto “ei” em PAROXÍTONA. 3.2 – I e U tônicos . Paroxítonas: não se acentuam mais o I e U tônicos (pronunciados com maior intensidade) quando vierem DEPOIS de um ditongo: fei-u-ra, bai-u-ca (= Obs.:Vale citar que essa regra é aplicada apenas com ditongos decrescentes. Exemplos: fei-u-me, boi-u-na (cobra sucuri), cau-i-la (variação cau-i-ra avarento (regionalismo)). No VOLP, encontramos cau-í com acento. De acordo com o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, seu significado é: “matéria esponjoide que se ajunta nas raízes das árvores, à margem de alguns rios da Amazônia, e cujas cinzas os naturais misturam com barro para fabricar louça”. . Paroxítonas: o I e o U (seguidos ou não de “s”) continuam sendo acentuados, desde que não venham após um ditongo: al-tru-ís-mo / a-mi-ú-de / ba-la-ústre / be-du-í-no / ca-fe-í-na / ci-ú-me / e-go-ís-mo / fa-ís-ca / ga-ú-cho / he-ro-ísmo / ju-í-zes / pa-ra-í-so / pro-í-be / re-ú-ne / sa-ú-de / sa-í-da... . Oxítonas: se o I e o U tônicos forem precedidos de ditongo ou estiverem no final da palavra (seguidos ou não de “s”), continuarão a receber acento gráfico: Pi-au-í, tui-ui-ú, a-í, da-í, ca-í, ba-ús. As formas verbais também são incluídas nessa regra: atraí-los, substituí-los, instruí-los... Obs.: Se o I e o U tônicos estiverem acompanhados de consoante que não seja o “s”, não deverão ser acentuados. O I também não levará acento se a sílaba seguinte iniciar por “nh”. Ex.: paul (= pântano) > pa-ul cair > ca - ir ruim > ru-im raiz > ra-iz 6 ruins > ru-ins rainha > ra-i-nha 3.3 - O “EE” e o “OO” finais não recebem mais acento. ANTES AGORA crêem creem dêem deem lêem leem vêem veem descrêem descreem zôo zoo vôos voos enjôo enjoo magôo magoo perdôo perdoo assôo assoo caçôo caçoo 4 - ACENTO DIFERENCIAL É utilizado para diferenciar algumas palavras que possuem a mesma escrita. Não é mais aplicado para diferenciar: para (verbo) para (preposição) pela(s) (verbo pelar e substantivo) pela(s) (contração) pelo(s) (substantivo) pelo(s) (contração) pelo (verbo pelar) polo(s) (substantivo) polo(s) (aglutinação antiga e popular de por + lo) pera(s) (substantivo) pera (prep. arcaica = para) O acento diferencial permanece em: a) pôde (passado do verbo poder) pode (presente do verbo poder) Ex.: Na semana passada, João não pôde sair de casa, pois estava gripado. Agora, que já melhorou, ele pode, inclusive, ir à praia. b) pôr (verbo = colocar) por (preposição) Ex.: Vou pôr alarme em minha casa por precaução. 7 c) têm (3ª. p. plural do verbo ter) tem (3ª. p. singular do verbo ter) Obs.: o mesmo ocorre com os derivados do verbo ter: manter, conter, deter, reter, etc. Ex.: Carlos e Lauro têm muitos imóveis alugados. Jorge só tem um. Os policiais detêm vários suspeitos. O detetive detém apenas um. d) vêm (3ª. p. plural do verbo vir) vem (3ª. p. singular do verbo vir) Obs.: o mesmo ocorre com os derivados do verbo vir: convir, intervir, advir, etc. Ex.: Luiz e Felipe vêm de carro para o trabalho. João vem de ônibus. Os governantes intervêm diretamente na vida dos cidadãos. O cidadão intervém apenas em seu próprio destino. É facultativo o emprego do acento diferencial nas palavras fôrma(s)/forma(s) como substantivos. Talvez, por uma questão de clareza, seja melhor empregá- lo. Ex.: É preciso achar uma forma criativa de utilizar as antigas fôrmas de bolo, a fim de contribuir com o programa de reciclagem. A palavra forma pode ser classificada, também, como verbo (3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo ou 2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo). Ex. 1): A conduta do pai forma a atitude do filho. (Presente do Indicativo) Ex. 2): Forma, hoje, crianças com valores para que, amanhã, tenhas adultos éticos. (Imperativo Afirmativo) Também é facultativo o emprego do acento na palavra: dêmos ( 1ª. p. plural do Presente do Subjuntivo do verbo dar): Ex.: Talvez nós dêmos mais atenção à causa animal neste ano. demos ( 1ª. p. plural do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo dar): Ex.: Nós demos conta de terminar o projeto no prazo marcado. 5 - VERBOS ARGUIR E REDARGUIR Não é mais acentuado o U tônico das formas verbais (eu) arguo, (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, (que eu) argua, (que tu) arguas, (que ele) argua, 8 que eles arguam, (eu) redarguo, (tu) redarguis, (ele) redargui, (eles) redarguem, (que eu) redargua, (que tu) redarguas, (que ele) redargua, (que eles) redarguam. 6 - VERBOS TERMINADOS EM GUAR, QUAR e QUIR Verbos como aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, possuem duas pronúncias em algumas formas. a) Caso sejam pronunciados com A ou I tônicos, estes devem ser acentuados. (Essa pronúncia é a mais usada no Brasil.) Ex.: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam / enxágue, enxágues, enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem / delínqua, delínquas, delínquam. b) Caso sejam pronunciados com u tônico, este não deve ser acentuado. Ex.: verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam / enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem / delinqua, delinquas, delinquam. 7 - HÍFEN É necessário observar que, antes do novo acordo ortográfico, em alguns casos, não havia regra específica que registrasse o uso do hífen, porém ele já era usado tal qual a regra hoje determina. Há situações em que o hífen une elementos denominados de prefixos com outros elementos que, geralmente, são palavras comuns. Prefixo é o elemento que se coloca antes de uma palavra para formar, assim, outra palavra. Ex.: INfeliz. O prefixo IN se une à palavra feliz (que já existe e significa contente, alegre, satisfeito) formando outra palavra com significado próprio: INfeliz = não feliz, desventurado, mal realizado. 9 O QUE MUDOU EM RELAÇÃO AO USO DO HÍFEN a) O hífen não é mais usado com prefixos terminados em vogal + segundo elemento iniciado por R ou S. Nesse caso, deve-se duplicar o R e o S. Alguns Prefixos ANTES AGORA ante ante-sala antessala anti anti-social antissocial anti-rugas antirrugas arqui arqui-romântico arquirromântico auto auto-sugestão autossugestão bio bio-ritmo biorritmo contra contra-regra contrarregra extra extra-regimento extrarregimento infra infra-som infrassom micro micro-sistema microssistema multi multi-secular multissecular semi semi-sintético semissintético sobre sobre-saia sobressaia supra supra-renal suprarrenal ultra ultra-sonografia ultrassonografia b) O hífen não é mais usado quando o prefixo terminar em vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Alguns Prefixos ANTES AGORA aero aero-espacial aeroespacial agro agro-industrial agroindustrial anti anti-aéreo antiaéreo auto auto-escola autoescola contra contra-indicação contraindicação extra extra-oficial extraoficial infra infra-estrutura infraestrutura intra intra-uterino intrauterino neo neo-expressionista neoexpressionista semi semi-automático semiautomático supra supra-ocular supraocular 10 ultra ultra-elevado ultraelevado Obs.: O hífen continua sendo usado quando o segundo elemento inicia por “h”: anti-higiêncio mini-hotel semi-hospitalar extra-humano pré-história super-homem macro-história proto-história ultra-humano De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), 5ª edição, 2009, temos: sub-humano ou subumano sub-humanidade ou subumanidade Exceção: Não ocorre hífen quando o 1º elemento for “des” ou “in”: desumano, inumano, inábil. Nessas palavras, a letra “h” desaparece. c) O hífen passou a ser usado com prefixos terminados em vogal + segundo elemento iniciado com a mesma vogal. Alguns prefixos ANTES AGORA anti antiinflacionário anti-inflacionário antiinflamatório anti-inflamatório auto autoobservação auto-observação contra contraatacar contra-atacar micro microondas micro-ondas microônibus micro-ônibus semi semiinternato semi-internato 11 Observações: 1) O prefixo “co” sempre se aglutina ao segundo elemento, mesmo quando esse começar por “o”: cooperar, cooperação, coordenar, cooptar, coocupante... coautor, coedição, coeducação... 2) Quando o segundo elemento iniciar por “H”, elimina-se essa letra. Ex.: co + habitação = coabitação co + herdeiro = coerdeiro 3) Quando o segundo elemento iniciar por “R” ou “S”, dobram-se essas letras. Ex.: co + responsável = corresponsável co + segurabilidade = cossegurabilidade d) Grafam-se como única palavra alguns compostos em que se perdeu a noção de composição: paraquedas, paraquedista, mandachuva. Obs.: Antes da reforma, já se utilizava essa regra para palavras como girassol, passatempo, pontapé, aguardente, malmequer, vaivém, rodapé... e) Usa-se o hífen com os prefixos circum, pan + palavra iniciada por vogal, h, m ou n. Ex.: circum-adjacente, circum-navegação, circum-hospitalar, circum-murado, Pan-Americano, pan-helenismo, pan-mágico, pan-negrismo... f) Prefixo sub + elemento iniciado por b, h e r. Ex.: sub-base, sub-bibliotecário, sub-hepático, sub-raça, sub-região, sub-reitor ... Obs.: Estão corretas as formas: sub-humano e subumano sub-humanidade e subumanidade. 12 g) Não se usa mais o hífen quando o primeiro elemento da palavra formada é “não”. Ex.: não agressão não governamental não alinhado O HÍFEN CONTINUA SENDO USADO a) Usa-se o hífen nos topônimos (nomes próprios de lugar ou de acidentes geográficos) iniciados por grã ou grão, por verbo ou se houver artigo entre os elementos. Ex.: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos... Obs.: Os outros topônimos compostos são escritos sem hífen: América do Sul, Cabo Verde... Exceções: Guiné-Bissau e Timor-Leste. Atenção: A escrita dos exemplos dados já era adotada antes do Novo Acordo entrar em vigor, porém não havia nenhuma regra formalizada que tratava, de forma específica, do emprego do hífen em topônimos. b) Usa-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas. Ex.: couve-flor, batata-inglesa, bem-te-vi, beija-flor... Atenção: Antes do Acordo, não havia nenhuma regra formalizada que tratava, de forma específica, do emprego do hífen em palavras que designavam espécies botânicas e zoológicas. c) Nos prefixos inter, hiper, super, quando o segundo elemento inicia por “R” ou “H”. Ex.: inter-resistente hiper-realista super-resistente inter-racial hiper-requintado super-revista inter-humano hiper-humano super-homem inter-hemisférico hiper-hidrose super-hidratação Fora essa situação, não se usa o hífen. Ex.: intermunicipal hipermercado superinteressante 13 interestadual hiperacidez superfaturamento interamericano hiperinflação superaquecimento interdepender hipertenso superproteger d) Nas palavras compostas por justaposição (dois elementos se juntam – sem produzir alteração no som - para formar uma nova palavra). Ex.: diretor-presidente, diretor-superintendente, sócio-gerente, arco-íris, ensino- aprendizagem, projeto-piloto, guarda-pó, porta-chapéus, guarda-noturno... e) Para separar os elementos dos adjetivos compostos. (O primeiro elemento pode estar reduzido). Ex.: latino-americano, greco-romano, histórico-geográfico, afro-luso-brasileiro, juiz-forano, mato-grossense-do-sul, verde-amarelo, azul-turquesa... f) Prefixos além, aquém, ex, grã, grão, recém, sem, vice, sota, soto, vizo (forma de “vice” em português antigo) + qualquer que seja o segundo elemento. Ex.: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, grã-fina, grão-duque, recém-nascido, sem-cerimônia, sem-teto, vice-presidente, sota-piloto (substituto do piloto), soto-capitão (substituto do capitão a bordo), vizo-rei... g) Prefixos pós, pré, pró (tônicos) + palavra com tonicidade própria. Ex.: pós-graduação, pré-escolar, pró-socialista (a favor do socialismo)... Obs.: As formas átonas aglutinam-se ao 2º elemento: prever, pospor, preanunciar... Atenção: De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), 5ª edição, 2009, encontramos: proativo e pró-ativo. h) 1) Primeiro elemento mal (como advérbio) + palavra iniciada por vogal, h ou l. Essa regra sofreu uma pequena alteração, pois a letra “l” juntou-se ao grupo somente depois do Novo Acordo Ortográfico. 14 Ex.: mal-educado, mal-estar, mal-habituado, mal-humorado, mal-limpo... 2) Primeiro elemento mal (como doença) + qualquer que seja o segundo elemento. Ex.: mal-caduco (epilepsia), mal-canadense( = sífilis)... Obs.: Se houver elemento de ligação, o hífen não é usado. Ex.: mal de lázaro (lepra), mal de sete dias (tétano do recém-nascido)... i) Primeiro elemento bem + palavra iniciada por vogal ou h. Ex.: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado... Obs.: Pode se aglutinar ou não quando o segundo elemento inicia por outra consoante. Ex.: bem-criado, bem-visto, bendizer, benfeitor, benquisto... j) Para separar os sufixos (2º elemento) tupis –açu, -guaçu e -mirim de palavra terminada em vogal acentuada graficamente ou em tônica nasal. Ex.: capim-açu, amoré-guaçu, Ceará-Mirim... k) O hífen foi mantido em locuções consagradas pelo uso: Ex.: água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, arco-da-velha, pé-de- meia, ao-deus-dará... LEMBRE-SE! Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo começa por consoante diferente de H, R ou S, o hífen não é usado. Ex.: anteprojeto antipedagógico autopeça semicírculo pseudoprofessor microcomputador ultramoderno videoconferência BOA ESCRITA! 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEREDO, José Carlos de (Coord.); INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Publifolha, 2008. 134p. MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. São Paulo: Atlas, 2009. TUFANO, Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia: saiba o que mudou na ortografia brasileira. Versão atualizada de acordo com o VOLP, 2ª edição, abril de 2009. Disponível em www. Livrariasmelhoramentos.com.br VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (VOLP). Academia Brasileira de Letras. 5ª ed. São Paulo: Global, 2009.

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