A Mulher E A Política, Em Uma Sociedade Ligada Aos Costumes
Trabalho Universitário: A Mulher E A Política, Em Uma Sociedade Ligada Aos Costumes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CamillaSilva • 22/2/2014 • 1.058 Palavras (5 Páginas) • 503 Visualizações
A obra Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado, configura-se como um romance, narrado em terceira pessoa. O brilhante autor nasceu em 10 de agosto de 1912, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Publicou seu primeiro romance, O País do Carnaval, em 1931. Amado mereceu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se: Stalin da Paz(União Soviética,1951), Nonino(Itália,1982), Pablo Neruda(Rússia,1989), Mediterrâneo(Itália,1990),Luis de Camões(Brasil,Portugal,1995), Jabuti(Brasil,1959,1995) e Ministério da Cultura(Brasil,1997).
Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina; além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, na Itália, na França, em Portugal e em Israel. ²
A narrativa de Amado se passa em 1925, na cidade de Ilhéus. Sendo o ano considerado como decisivo na vida da região. Para uns, foi o ano da luta política entre o personagem Mundinho Falcão, um jovem exportador de Cacau, que migrou para Ilhéus e tem a pretensão de acelerar o desenvolvimento da cidade e o coronel Ramiro Bastos, o inepto coronel governante.
Outros lembravam como o ano do sensacional julgamento do personagem Jesuíno Mendonça, casado com a senhora Sinhazinha. Que cometeu um adultério com o dentista Osmundo Pimentel, ambos mortos por terem infringido a honra do coronel Jesuíno. A lei que imperava na cidade de regime coronelista era de que se a mulher fosse flagrada em adultério, esta deveria ser morta. Apenas assim, a honra do marido traído seria lavada.
Outro personagem também de destaque, é o sírio chamado Nacib, dono do principal bar da cidade, o Bar Vesúvio. O qual, no desenrolar da história acaba perdendo sua cozinheira e sai em busca de uma nova para dar um jantar a mais de trinta pessoas que estavam na cidade, para a inauguração de uma linha automotiva para a cidade de Itabuna, também na Bahia. Logo, surge Gabriela... Uma jovem recém-migrada do sertão de Alagoas, fugindo da seca, junto com seu tio e “amigo”, com o qual deitava-se todas as noites. Ambos sonhavam em deixar a cidade seca e irem atrás do progresso do Sul da Bahia. Gabriela estava em busca de um emprego, a jovem fica no porto e Nacib sai em busca de sua cozinheira; e acaba a encontrando. Contratando- a para ser sua cozinheira. Porém, ambos se apaixonam e Nacib não se contenta em ter Gabriela apenas como sua cozinheira, quer tê-la como esposa.
Gabriela casa-se com Nacib, mas é flagrada o traindo com o padrinho de casamento, Tonico Bastos. Porém, Gabriela não é morta, apenas surrada. Mas, ao passar o tempo, Nacib volta a ter um relacionamento com a mesma, mesmo tendo anulado o casamento. O tema central da obra é a situação política-social da cidade e o tratamento da mulher sendo sempre inferior ao papel exercido pelo homem. O tratamento do tema segue a linha realista de como a mulher era tratada em determinada época, não tendo poder político, não participando da política e sendo submissa ao marido. O papel da mulher em determinada época era ser criada para servir ao marido, cuidar da casa e dos filhos. Jamais podiam estudar! Tudo era muito rígido, ligado a moral e os bons costumes. Mas, aos poucos, a cidade foi modificando-se, modernizando-se e a mulher começa a conquistar o seu espaço. Ao focarmos apenas em Gabriela, a narrativa pode ser entendida em dois campos de visão: a de que poderá considera - lá como um ser primitivo, ingênuo ou imoral ou a possibilidade da liberação feminina traduzida pela opção da protagonista em ser livre e dona de seu prazer, desprendida das convenções e dos padrões, mesmo com a força do coronelismo existente.
Na narrativa as (os) personagens
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