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ANALISE DO DISCURSO. PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS

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Por:   •  8/4/2014  •  1.581 Palavras (7 Páginas)  •  2.411 Visualizações

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UFT – Universidade Federal do Tocantins

Faculdade de LETRAS

RESENHA

ANALISE DO DISCURSO. PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS

Araguaína – TO

2012/1

Monaliza Andrade Ferreira

RESENHA

ANALISE DO DISCURSO. PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS

Resenha apresentada a Disciplina Enunciação e Discurso do Curso de LETRAS da UFT – Universidade Federal do Tocantins como forma de avaliação do curso sob a coordenação da Prof.ª. Dra. Janete Santos.

Araguaína – TO

2012/1

ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 2001.

Análise de Discurso: princípios e procedimentos é nesta obra que Eni Orlandi estabelece uma importante proposta de reflexão sobre a linguagem, o sujeito, a história e a ideologia. Para a autora, o estudo da Linguística concentra-se na atenção a língua como sistema de signos e a Gramática normativa nas normas do bem dizer. Ela não trata da língua, não trata da gramática embora todas essas coisas lhe interessem. Ela trata do discurso. Um dos recortes teóricos apontados pela autora é a relação língua e discurso. Assim, no quadro teórico da Análise de Discurso, “nem o discurso é visto como uma liberdade em ato, totalmente sem condicionantes linguísticos ou determinações históricas, nem a língua como totalmente fechada em si mesma, sem falhas ou equívocos” (p. 22). O discurso é assim palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando. Na A D procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem e da sua história. A Análise de discurso vê a linguagem como uma ligação necessária entre o homem e as realidades natural e social.

E essa ligação é o discurso tornando possível tanto a permanência como a continuidade quanto ao deslocamento e a transformação do homem e da realidade em que ele vive. Levando em conta o homem e a sua história, avaliando os processos e as condições de produção da linguagem, pela língua que os sujeitos falam e as situações em que se produz o enunciado. Visto que, tem esta finalidade, articular de modo impar o conhecimento do campo das Ciências Sociais e do domínio da Lingüística. Estabelecendo-se em reflexões sobre a história e a filosofia do conhecimento empírico.

A Análise de Discurso critica a prática das ciências sociais e da Linguística, refletindo sobre a maneira de como a linguagem está consolidada na ideologia e como essa ideologia se manifesta na língua e que de acordo com M. Pêcheux (1975) “não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido”. A Análise do conteúdo tem como objetivo captar o sentido do texto, a análise não se reduz à interpretação em si, nem procura uma chave para isso. Pensando assim, não existe verdade oculta em quaisquer textos. O que existe são gestos de interpretação que o analista deverá procurar para entender.

Celso Pedro Luft vem dizer que: “Em termos específicos, Linguística é a ciência que estuda os fenômenos naturais que ocorrem com a linguagem verbal e, também oral. Desta forma ela cumpre importante papel já que difunde conhecimentos e descobertas da linguagem que permitem ao homem entender melhor as mudanças provenientes do seu processo de evolução dentro da história da humanidade” . A Linguística assim é formada pela afirmação do não cristalizar a linguagem: a língua tem conceitos próprios, o sujeito da linguagem é descentrado, pois afetado pelo real da língua.. Por outro lado, a noção da língua como sistema abstrato pode ser a mesma com a contribuição do Materialismo. Outra percepção da Análise do Discurso são as condições materiais de base sobre as quais se desenvolvem os processos discursivos.

A Análise de Discurso prioriza a compreensão de como um objeto simbólico pode produzir muitos sentidos, essa compreensão, preocupa-se em apontar como o texto foi organizado e os sinais que relacionam sujeito e sentido, fazendo assim, com que novas práticas de leitura surjam. As condições em que se constituem a produção os discursos trabalham de acordo com certos fatores. Um destes é o que chamamos de relações de sentido onde os sentidos resultam de relações: um discurso aponta para outros que assume assim como para outros dizeres futuros.

A nossa sociedade é composta de relações de hierarquias, são relações de força, que se mantem no poder, esses diferentes lugares fazem valer a comunicação. As relações discursivas são as imagens que constituem as diferentes posições.

Segundo M. Pêcheux (1975) pode-se distinguir duas formas de esquecimento no discurso que são chamados de esquecimento ideológico e o esquecimento da enunciação.

O esquecimento ideológico é do empenho do inconsciente e resulta no modo pelo qual somos atingidos pela ideologia. Por esse esquecimento temos a ilusão de ser a origem do que dizemos quando, na verdade, usamos sentidos já existentes. Esse esquecimento reflete o desejo e/ou sonho adâmico: o de estar na posição inicial e absoluta da linguagem, ser o primeiro homem, a dizer as primeiras palavras que significam somente o que queremos, o esquecimento da enunciação produz a impressão da realidade do pensamento a qual é denominada ilusão referencial que faz acreditar que há uma relação direta entre o pensamento, a linguagem, o mundo de tal modo que pensamos que o que dizemos só pode ser dito com aquelas palavras e não outras.

Conforme Orlandi, “o trabalho ideológico é um trabalho de memória e do esquecimento, pois é quando passa para o anonimato que o dizer produz seu efeito de literalidade,

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