Aguia e a galinha

A história da águia e a galinha evoca dimensões profundas do espírito, indispensáveis para o processo de realização humana: o sentimento da auto-estima, a capacidade de dar a volta por cima nas dificuldades quase insuperáveis, a criatividade diante de situações de opressão coletiva que ameaçam o horizonte de esperança. Como galinha somos seres concretos e históricos, mas jamais devemos esquecer nossa abertura infinita, nossa paixão indomável, nosso projeto infinito, nossa dimensão águia.

O autor Leonardo Boff, em 1938, formou-se em Teologia e Filosofia no Brasil e na Alemanha. É autor de mais de sessenta livros ligados à teologia, à filosofia, à espiritualidade e à ecologia, em sua grande maioria, publicados pela Editora Vozes.  Em 2002, em razão de seu compromisso com o direito dos pobres, ganhou o prêmio Nobel alternativo para a paz.

A obra se divide em sete capítulos, onde conta a história de uma águia criada como uma galinha, compreendida como uma metáfora da condição humana. O autor visita a moderna estrutura do universo, a nova antropologia, a psicologia profunda, a ecologia, a espiritualidade e a mística e o resultado é uma reflexão instigante que provoca entusiasmo na busca da identidade humana através da inclusão das contradições e da superação dos eventuais obstáculos a nível pessoal e social.

A partir disso o autor nos questiona em como equilibrar essas duas dimensões. Mostrando-nos que cada um de nós é uma águia criada como galinha. Somos galinha quando aceitamos as coisas como elas são, ficando isoladas em um espaço restrito, com seus hábitos, costumes, tradições e a rotina do dia a dia, olhando para o chão, ligadas a pequenas coisas concentrando seu foco simplesmente na sua sobrevivência e no seu sustento. Quando criamos galinha temos esse falso sentimento, porque temos materiais a nossa disposição e como homens e mulheres comuns, acreditam que precisamos desses materiais para ser felizes esquecendo assim dos nossos sonhos.

Quando somos águia, voamos em busca de novos horizontes, vamos às alturas e buscamos o sol. Por mais que a águia seja submetida à escravidão nunca deixará de ouvir a sua própria natureza que a impulsiona para o alto em busca de seus ideais, escolhendo seus caminhos e traçando seu próprio destino. Vai além do espaço limitado, criando, inovando e rompendo barreira a sua frente e com sentimentos verdadeiros.

Na obra, a águia depois de ser cuidada e seus ferimentos terem sarados, foi colocada em um galinheiro para viver com as galinhas, começando assim a ciscar e dormir no poleiro se esquecendo de como se voa, mas mesmo assim não esquece de sua essência natural, com todo o esplendor se tornou frágil e precisou de alguém que cuidasse dela com dedicação e amor, e como nossa vida é cheia de tropeços e recaídas, devemos ter confiança e voltarmos a voar cada vez mais alto.

Na área administrativa o livro a Águia e a galinha é muito importante, porque é muito amplo e complexo e com ele aprendemos a ter  um crescimento, um autoconhecimento dos nossos sentimentos e objetivos ensinando a sermos mais do que fomos até hoje e que poderemos chegar ao topo se conseguirmos voar. A todo tempo devemos ter o nosso lado águia e nosso lado galinha e ficar sempre atento, para não voar demais, nossos sonhos e não baixar os olhos a nossa realidade, sempre de cabeça erguida e respeitando os outros.