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Analise Poetica Carlos Drummond De Andrade

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Por:   •  29/11/2014  •  703 Palavras (3 Páginas)  •  897 Visualizações

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A poesia social de Drummond apresenta a reflexão dos problemas do mundo diante dos regimes totalitários da 2ª Guerra Mundial e da Guerra Fria. Em alguns versos o poeta expressa de maneira esperançosa, ressurge a esperança, no entanto se acrescenta a descrença diante dos acontecimentos. Nega a fuga da realidade e por isso volta-se para o tempo presente. No poema CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO, por exemplo, é possível perceber o período de tribulação naquele momento em que a poesia foi trabalhada. Ressaltando ainda o medo presente em todos os lugares e a cor amarela representando o medo e a covardia

CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO

Provisoriamente não cantaremos o amor,

que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.

Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,

não cantaremos o ódio, porque este não existe,

existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,

o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,

o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,

cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,

cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.

Depois morreremos de medo

e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

(Carlos Drummond de Andrade)

Drummond deixava em poemas marcas de um contexto histórico, uma vez que todos os seus poemas traz reflexões de problemas sócio-político. No seu poema MÃOS DADAS Drummond expõem um texto marcante do modernismo e traços marcante de um momento político. O ritmo da poesia, imagens, o tom da fala, as negações, linguagem coloquial traz uma livre expressão do poeta. Um texto engajado e um dos poemas mais políticos de todo o Modernismo.

O uso da primeira pessoa nos primeiros versos implica em uma cumplicidade do poeta com o leitor compreendendo assim uma esperança ou solidariedade diante daquela situação social e neste poema quebra a distancia entre o poeta e um simples operário

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O

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