CASO CONCRETO 1
Artigo: CASO CONCRETO 1. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: reginnafreitas • 13/3/2015 • 1.245 Palavras (5 Páginas) • 258 Visualizações
O Direito caracteriza-se por ser um conjunto de regras que visam à organização da vida
social e pacificação dos conflitos de interesse eventualmente existentes. Portanto, na área
jurídica, fato social e norma são elementos indissociáveis.
É relevante que um advogado, ao produzir suas peças processuais, considere a
necessidade de convencer seu auditório[1] da tese que pretende sustentar. Para tanto, esse
profissional tem à sua disposição dois métodos por meio dos quais poderá desenvolver
seu raciocínio e, assim, persuadir seu interlocutor. São eles o método dedutivo e o
indutivo.
A dedução, própria do silogismo, é uma inferência que parte do universal para o
particular. Considera-se que um raciocínio é dedutivo quando, a partir de determinadas
afirmações (premissas) aceitas como verdadeiras, o advogado chega a uma conclusão
lógica sobre uma dada questão discutida no processo.
Dito em outras palavras, a dedução parte de uma verdade geral (premissa maior),
previamente aceita, para afirmações particulares (premissas menores). A aceitação da
conclusão depende das premissas: se elas forem consideradas verdadeiras, a conclusão
será também aceita. Por isso, toda informação da conclusão deve estar contida, pelo
menos implicitamente, nas premissas.
Assim, considere o caso de uma mulher cujos dois filhos, gêmeos, recém-nascidos,
morreram em uma maternidade, no Pará, por infecção hospitalar, onde, em apenas uma
semana, mais 17 crianças faleceram pelo mesmo motivo. Qual o raciocínio que essa mãe
ou o advogado que a representa - deveria seguir para chegar à conclusão de que faz jus à
indenização por danos morais?
Tabela 1:
PREMISSA MAIOR
(norma)
PREMISSA MENOR
(fato)
CONCLUSÃO
(junção das premissas)
O Código de Defesa do Consumidor estabelece, em seu art. 14, que o fornecedor de
serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danoscausados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços?
Os dois filhos da autora e mais 17 crianças morreram em decorrência de infecção
hospitalar.
A clínica tem o dever de indenizar a autora, mesmo que não tenha agido com culpa,
porque houve defeito na prestação de seus serviços.
Você deve ter percebido que houve, no gráfico anterior, a subsunção do fato à norma, ou
seja, buscaram-se os fatos que se "encaixassem" à norma "adequada" para defender a tese
escolhida. Esse procedimento é dedutivo. Mas será que esse método é sempre o mais
apropriado para redigir parágrafos argumentativos? Veremos que não.
Suponha que um advogado pretendesse sustentar, em juízo, no ano de 2002, que seu
cliente - com 75 anos de idade e com grau de escolaridade elevado - foi ludibriado ao
assinar um contrato de concessão de crédito em um banco que faz propagandas na
televisão, oferecendo altas taxas de juros, com facilidade de crédito para os aposentados.
O advogado pretende conseguir a anulação do contrato, sem o pagamento dos juros
pactuados no momento de sua assinatura.
Por que deve o negócio jurídico ser desfeito? Que tipo de vício foi observado? A
proposta argumentativa do advogado é sustentar que, em decorrência da idade do
contratante, ele era mais vulnerável que outra pessoa mais jovem. Lembre que o Estatuto
do idoso[2] somente foi sancionado pelo Presidente da República em outubro de 2003[3].
A argumentação seguiria o seguinte raciocínio:
Tabela 2:
O Estado protege de maneira peculiar as mulheres nas relações de trabalho[4] porque há
situações específicas em que ela está em desvantagem em relação aos homens.
O Estado protege, com maiores garantias, as crianças e os adolescentes[5] porque são
mais fracos que os adultos.
Então...
É papel do Estado proteger os mais fracos, tal como é o caso dos idosos.
O Estado protege os consumidores[6]nas relações de consumo porque há situações
específicas em que eles estão em desvantagem relativamente às empresas.
QUESTÃO
Agora que você já compreendeu o que caracteriza a dedução e a indução, leia o caso
concreto que se segue e produza um texto argumentativo por indução, de cerca de
quinze linhas, que se posicione sobre se houve ou não publicidade enganosa.caso concreto
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ajuizou ação civil pública em face de
Bebidas S/A, com objetivo de impedir a comercialização dos seguintes produtos, sem a
adequação das informações em seus rótulos:
1) Cerveja com a mensagem "Sem Álcool",
...