Compreensão Interdialetal

A COMPREENSÃO INTERDIALETAL

Observa-se que para a análise da interação nessas entrevistas, três aspectos devem ser considerados:

1. Assimetria entre os interlocutores;

2. Disposição para a convergência;

3. Insegurança linguística.

Diálogo 1

1. E (Entrevistadora): E do INPS, ou do FUNRURAL, você já recebeu algum benefício? Assim que você estivesse doente, tivesse assistência, alguma coisa assim?

2. MO: Como que a senhora fala?

3. E: Do instituto. Lá na roça, vocês não tinham instituto, não é?

4. MO: Lá? Assim de ganhá?

5. E: Assim de tê médico de graça...

Diálogo 2

1. E: E assim de grupo de Igreja, de dança, a senhora participa de alguma coisa?

2. MO: Participo.

3. E: De quê?

4. MO: Ah, eu sô boba, eu num sei de que que é, cumé que é que responde a senhora.

Diálogo 3

1. E: Depende de que o sucesso da gente? Pra gente conseguir alguma coisa, depende de quê? De quem?

2. MP: Uai, depende da... da sistença da gente e da boa vontade, né? Num disisti daquilo, i sempri...

3. E: Mas que tipo de assistência seria essa? Assistência assim de alguém?

4. MP: Não, assistença assim da gente, mesmo falá: i´eu vô fazê aquilo, aquilo qui i´eu tenho vontade, NE, de trabalhá pra... pra se consegui aquilo, a gente trabalha e consegue, o faiz aquilo que a gente tem vontade de fazê, né?

Diálogo 4

1. E: O senhor já tinha ganho um prêmio antes, ou não?

2. V (Vaqueiro): Cuma?

3. E: É o primeiro prêmio que o senhor ganha ou já ganhou outro antes?

4. V: Não, o primeiro foi esse.

Diálogo 5

1. E: A senhora esteve presente nas duas últimas reuniões da novena?

2. FS: Se eu tive?

3. E: É.

4. FS: Não.

5. E: A senhora não foi?

6. (interferência da filha da informante): E a senhora não foi naquela última novena, não?

7. FS: Tive na novena, mas não tive presente!

Diálogo 6

1. B: Outros traz um agradinho, um sabão assim...

2. E: Traz o quê?

3. B: Traz um agradinho de – alimento, né?

4. E: Como é que a senhora chama?

5. B: Conceição Moreira!

6. E: