LETRA: critérios de avaliação
Seminário: LETRA: critérios de avaliação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gps_gustavo • 3/11/2014 • Seminário • 2.769 Palavras (12 Páginas) • 216 Visualizações
REDAÇÃO: critérios de avaliação
Como professor e participante de várias bancas examinadoras, temos observado que muitos alunos se submetem
a exames vestibulares sem ter noção de como são avaliados pelos corretores das redações. Este texto objetiva
orientá-los sobre os critérios de avaliação de redação adotados pela maioria dos concursos no Brasil.
Inicialmente apresentamos algumas situações que, apesar de aparentemente simples, provocam a desclassificação
de muitos candidatos. São elas: 1) Fazer a prova a lápis (Você pode estar se perguntando: - Há quem aja dessa
maneira? Eu respondo: - Sim); 2) Não obedecer ao número mínimo de linhas solicitadas pela Instituição
promotora do concurso; 3) Escrever a redação em forma de poema (normalmente são solicitados textos em
prosa); 4) Fugir totalmente do tema; 5) Escrever de forma a não ser entendido (a).
De maneira geral, os professores corretores observam: 1. Abordagem do tema/organização do texto
Os alunos precisam organizar seu texto de maneira que haja progressão de ideias, ou seja, a cada parágrafo
devem apresentar uma novidade dentro do tema proposto. A seguir, um exemplo de texto sobre o tema televisão,
em que essa progressão acontece.
A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade.
Uma reportagem de tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que
controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do
cameraman, que seleciona os ângulos de filmagem; finalmente de todos aqueles capazes de intervir no processo
de transmissão.
Alternando sempre os closes (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a
vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental,
ou seja, aquilo que ele precisa ver em grandes ou pequenos planos. Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a
sua maneira especialíssima de ver o real. (SOARES, M.B.; CAMPOS, E.N. Técnica de Redação. São Paulo: Ao Livro
Técnico S.A., s.d.).
Observe que o escritor discorre sobre o mesmo tema do início ao fim de sua redação, mas a cada parágrafo nos
traz uma novidade, sem ficar repetindo as mesmas ideias, o que é próprio de alguém que não domina o assunto
sobre o qual está escrevendo.
A organização das ideias deve ser feita de forma clara e os argumentos apresentados devem ter consistência, a
fim de que não sejam facilmente contestados. Um exemplo de falta de consistência argumentativa é o trecho
seguinte: “No Brasil, a maioria da população ativa ganha acima de dez salários mínimos.”
Qualquer pessoa com conhecimento médio da situação econômica do Brasil é capaz de colocar por terra essa
afirmação.
2. Coerência Textual A coerência dá sentido ao pensamento, tornando-o inteligível. Ocorre quando a informação se
harmoniza com as demais referidas no texto e com o conhecimento que temos da realidade, isto é, de outros fatos
similares ou análogos.
Tipos de Coerência: Narrativa, Figurativa e Argumentativa.
Narrativa A estrutura narrativa tem quatro fases distintas: manipulação (fase em que alguém é induzido a querer
ou dever realizar uma ação); competência (fase em que esse alguém adquire um poder ou um saber para realizar
aquilo que ele quer ou deve); desempenho (fase em que de fato se realiza a ação); e sanção (fase em que se
recebe a recompensa ou o castigo por aquilo que se realizou). Essas quatro fases se pressupõem, isto é, a
posterior depende da anterior. Assim, por exemplo, um sujeito só pode fazer alguma coisa (desempenho) se
souber ou puder fazê-la (competência). Constitui, portanto, uma incoerência narrativa relatar uma ação realizada
por um sujeito que não tinha competência para realizá-la.
Observe o texto que segue:
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era
tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina
em que ficava um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas
para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem
corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
Figurativa
Suponhamos que se deseje figurativizar o tema “despreocupação”. Podem-se usar figuras como “pessoas deitadas
à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, “passeios pelos shoppings”. Não caberia, no entanto, na
figurativização, a utilização de figuras como “pessoas
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