Leitura E Produção De Texto
Exames: Leitura E Produção De Texto. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: andressarafa • 24/3/2014 • 1.607 Palavras (7 Páginas) • 333 Visualizações
Leitura, texto e sentido
A leitura é muito importante na nossa vida, à necessidade de se cultivar o hábito de ler entre crianças e jovens, bem como o papel da escola na formação de leitores competentes, são questões a serem discutidas. No bojo dessa discussão destacam-se questões como: O que é ler? Para que ler? Como ler? Essas perguntas podem ser respondidas de diferentes modos, os quais revelaram uma concepção de leitura decorrente da concepção de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se adote. São considerados basicamente três tipos de concepção de leitura. A primeira é o foco no autor, a língua como representação do pensamento. Neste sentido a leitura é estendida como a atividade de captação das ideias do autor, sem se levar em conta as experiências e conhecimentos do leitor. Na segunda o foco é no texto, a língua como estrutura ou como código. Nesta concepção, o texto é visto como simples produto de codificação e decodificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código utilizado. E na terceira concepção o foco é na interação autor-texto-leitor, onde os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que dialogicamente se constroem e são construídos no texto.
Nessa perspectiva, a leitura é uma atividade na qual se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor; e exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo.
A organização das estratégias de leitura implica o uso de três grandes redes de conhecimento: o linguístico, o enciclopédico e o interacional. É essa rede de conhecimento que permitirá ao leitor interagir com textos de gêneros variados de acordo com o contexto e seus objetivos de leitura. Neste aspecto, as autoras Koch e Elias dedicam todo um capítulo do livro Ler e compreender os sentidos do texto, à discussão do papel do contexto no processo de leitura e produção de sentidos. A concepção de contexto é um dos pontos centrais da Linguística textual. Inicialmente as pesquisas sobre o texto consideravam o contexto apenas como o entorno verbal do texto, o co-texto. Com a Teoria dos Atos de Fala e a Teoria da Atividade Verbal passou-se a levar em conta o contexto sócio cognitivo como necessário para que se estabeleça a interlocução entre duas ou mais pessoas. Assim, o contexto englobará não só o co-texto, como também a situação de interação imediata a situação mediata e o contexto cognitivo dos interlocutores.
Estabelecer uma ponte entre teorias sobre texto e escrita e práticas de ensino, com o diferencial de estudar a teoria com exemplos práticos de diversos meios de comunicação. Atividade regida pelo princípio da interação, a escrita requer a mobilização de conhecimentos referentes à língua, a textos, a coisas do mundo e a situações de comunicação. Enfim, considerando um conjunto de exemplos comentados-quadrinhos, propagandas,reportagens,crônicas,poemas, músicas e muitas produções de alunos de séries distintas – as autoras demonstram a aplicação dos conceitos teóricos abordados, favorecendo a sua compreensão e ressaltandosempre as peculiaridades de cada gênero textual. Dessa maneira, lere escrever complementa e dialoga com ler e compreender: os sentidos do texto. Estratégias de produção textual, quando se considera a língua como fator principal para a escrita “o texto é visto como simples produto de uma codificação realizada pelo escritor a ser modificada pelo leitor, bastando a eles, para tanto, o conhecimento do código utilizado”.
O acesso a diferentes gêneros textuais é de suma importância para criarmos um estoque textual e, com isso, sabermos escolher cada um deles em cada contexto. Essa bagagem é que nos propicia a escolha adequada de uma produção textual em dada situação comunicativa. Segundo Koch (2009), “construímos, ao longo de nossa existência, uma competência metagenérica, que diz respeito ao conhecimento de gênero textuais, caracterização e função”. A competência metagenérica nos dá um norte para “quem”, ‘o quê”, “como escrever/falar”. Por exemplo, não podemos apresentar uma tese científica com uma linguagem informal, ao passo que não tem lógica, em uma mesa de bar com amigos, usarmos uma linguagem poética.
A capacidade central do ser humano de dar direção às coisas do mundo permite ao indivíduo fazer sentido do que ouve ou lê, indo muito além do que está explícito ou prontamente acessível, pois o sentido não reside apenas no texto, mas depende sempre de um interpretador, a saber, o leitor. Fala-se de um sentido para o texto, não do sentido, visto que, na atividade de leitura, ativa-se: lugar social, vivências, relações com o outro, valores da comunidade e conhecimentos textuais. Dessa forma, o significado não está embutido ou inscrito totalmente no texto oral ou escrito.
Na interação que mantém com o autor, via texto, o leitor, ao compreendê-lo, vai modificando, ajustando e ampliando as suas concepções, as quais exercem um impacto sobre a sua percepção. Ao atribuir sentido ao texto, o indivíduo o constitui, transformando-o em algo novo e diferenciado e atribuindo vida ao texto, sendo o seu significado modificado com as várias leituras por ele realizadas.O leitor tem liberdade para construir sentidos, mas ele também é limitado pelos significados trazidos pelo texto e pelas suas condições de uso.O texto é gerado a partir dos significados atribuídos pelo autor quando em interação com seu mundo de significação, e é recontextualizado pelo leitor, que busca atribuir-lhe significado a partir da relação que mantém com o seu próprio mundo e com o autor, o qual delimita as possibilidades de construção de novos significados.
Gêneros textuais ou discursivos presentes na revista Vejam
Um gênero tende a configurar-se como uma instituição que incorpora e reflete a sociedade em que ocorre, regulando as ações de produtores e receptores. “É impossível comunicar a não ser por algum gênero, assim como é impossível comunicar verbalmente a não ser por algum texto.” (BAKHTIN,2000,P.-279). Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual. Três elementos que caracterizam gêneros: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Alguns exemplos de
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