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Por:   •  3/4/2014  •  1.257 Palavras (6 Páginas)  •  265 Visualizações

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Ter ou não ter, eis a questão.

O ser humano tem por si, um pensamento de poder tão grande, que se acham muitas vezes invencíveis, inatingíveis e inabaláveis, muitos se sentem como se vivessem em um campo de proteção o qual nada seria capaz de penetrá-lo, com esse mesmo sentimento se sentem no direito de fazer o que lhe apraz, sem se importar com o sentimento alheio. Esse sentimento de propriedade é tão forte, que lhe é capaz de produzir a certeza que é dono da própria vida, e, por esse sentimento dar fim a ela, expirando tudo o que ela lhe propôs de bom e ruim. Nos dias de hoje, nos deparamos com situações que para uns causam compaixão e se sensibilizam com a situação oposta, para outros nada comovem. Pode-se encontrar numa lista gigantesca, histórias de vida das mais variadas formas, histórias de sucesso, frustração, decepção, amor, ódio, vingança, mas são raras as de determinação e superação. O homem, com toda a sua força e peito de ferro, dificilmente é capaz de superar algo que atinge de forma tão devastadora a sua própria vida, a doença. É incrível acreditar que nesse século, com a medicina tão avançada, ainda existam doenças tão antigas, que ainda não se descobriu a cura, ou uma melhora significante para os seus portadores. Sendo esses portadores, talvez muitos daqueles que até certo momento “viviam” na sua esfera de proteção, e que foi transpassado por algo invisível. Agora diante dessa situação, o que fazer? Muitos se perguntam: existem saídas para esse meu problema? E as repostas variam: enfrentar, determinar, superar, ou desistir.

Existem muitos relatos de pessoas que passaram ou passam por esse marco em sua existência, mas a que mais impressiona são aquelas em que vidas foram transformadas para melhor no meio e após o furacão. Recentemente em uma revista de grande circulação, saiu uma reportagem sobre um físico de 70 anos que se chama Stephen Hawking, ele é britânico e aos 21 anos de idade descobriu ser portador de uma doença degenerativa que é diagnosticada esclerose lateral amiotrófica. Após o diagnostico o físico ouviu de seus médicos, que alguns meses mais tarde, ele veria seu corpo fugir do controle ate morrer. “Tive depressão, mas comecei a aproveitar os dias sem olhar para trás” assim ele afirmou e enviou por e-mail para a revista. É incrível como ele foi contra as evidências, como ele enfrentou seu obstáculo, superou a dor, determinou que iria viver, e superou de maneira tão fantástica, que mudou até mesmo seu tempo de vida. Após o diagnóstico, o que parecia ser uma linha com um ponto final próximo, se tornou em uma longa estrada, uma história o qual muitos deveriam ler e inspirar-se. Protagonista de uma história admirável, ele casou duas vezes, teve três filhos e três netos, experimentou a gravidade zero num vôo suborbital e assim, acrescentou novos dados a teoria da relatividade de Einstein e escreveu dois livros, Uma breve história do tempo (1998) e O Universo numa casca de noz (2001).

Ao contrário de Hawking que optou pela vida, muitos em situação semelhante, às vezes, se comparado ao caso clínico, menos arrebatador, tem visões diferentes e escolhem por desistir. É o caso de Ramon Sampedro, espanhol, 26 anos, que ficou tetraplégico, aos 50 anos iniciou uma batalha judicial contra seu país para que lhe fosse autorizada a prática do suicídio assistido, entrevista dada a mesma revista. Não houve triunfo na tentativa, e grato a sua visão distorcida sobre a vida e a maneira em que podemos aproveitá-la independente das nossas limitações, ele interrompeu sua vida em 1998 com ajuda de amigos, tornando-se assim um símbolo para aqueles que militam a favor da prática.

Na mesma revista, também havia uma reportagem de uma mulher cujo nome fictício é Raquel, ela tem 68 anos, aposentada e mora na cidade de São Paulo, na entrevista ela fala de sua vida com muito orgulho. “Aproveitei minha juventude, peguei muito sol, viajei pelo mundo, namorei, casei, tive duas filhas maravilhosas, me divorciei e trabalhei duro.” Hoje, ela mora sozinha em um bairro nobre da cidade, faz caminhada diariamente e convive com a ateromatrose, uma doença circulatória que compromete a oxigenação do cérebro e pode causar um derrame. Em que momento isso poderá acontecer? É imprevisível. Mas, quando acontecer, ela perderá a lucidez. “Quando não tiver plena consciência, prefiro morrer”, afirma. “Não me sinto uma suicida, jamais pularia da janela. Apenas quero morrer dormindo.” Essas foram as palavras de Raquel, após declarar que se associou a uma clinica Suíça que exerce a prática

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