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Lingua E Suas Variacoes

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Por:   •  20/5/2014  •  2.987 Palavras (12 Páginas)  •  452 Visualizações

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A LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES COMO FATOR DE EXCLUSÃO SOCIAL

Maria Aparecida de Oliveira

RESUMO

A escola é o ponto de partida para a formalização do aprendizado. É nela que é sistematizado e organizado todo o conhecimento adquirido nos ambientes em que a criança vive. Por seu caráter socializador, a escola deveria proporcionar chances iguais a todos que nela ingressam, mas a realidade é diferente, pois a escola não tem promovido a igualdade entre seus alunos. Este trabalho teve como objetivo analisar a língua, objeto de estudo da Linguística como fator de exclusão social, uma vez que esta tem sido considerada como motivo de não aprendizagem, principalmente na escrita e na leitura, devido ao acesso restrito dos alunos menos favorecidos ao mundo dos livros. Para subsidiar o texto foram utilizados como referenciais autores como: Oliveira (1996), Ferreiro (1992)., A pesquisa foi bibliográfica, com autores de relevância que discorrem sobre o assunto e comparado as proposições colocadas com a realidade escolar através da própria experiência, analisando a problemática da influencia do processo de linguagem e escrita no fracasso escolar de crianças pertencentes às classes menos favorecidas, partindo do pressuposto que, se tivesse maior acesso ao mundo letrado, esse fracasso seria consideravelmente diminuído e onde se constatou que a situação socioeconômica é sim um fator de influencia relevante no sucesso ou no fracasso escolar do aluno no que diz respeito à aquisição da linguagem oral e escrita.

Palavras-chave – Aluno. Escrita. Aprendizagem. Leitura. Sociedade.

Introdução

É sabido que, em nossa sociedade, as oportunidades culturais não são igualitárias. As crianças das camadas sociais menos favorecidas continuam sem acesso a livros e outros meios de aquisição do conhecimento que facilitariam sua aprendizagem.

No decorrer dos anos, vimos que o acesso à cultura sempre se deu em diferentes níveis, permitindo às classes segregadas uma parcela mínima, mantendo a separação e a supremacia de uma sobre as outras. De acordo com Soares (2001) os mais dotados constituem uma classe dominante social e economicamente melhor do que as outras, tendo mais acesso aos bens culturais.

É fato também que a escola dá uma importância capital ao uso da norma culta da língua na leitura e na escrita, ignorando as particularidades do linguajar das comunidades sociais, mantendo-as afastadas do acesso à cultura e aos meios de aprendizagem.

O embate entre a escola e a realidade vivida pelo aluno está longe de acabar. Para que isso ocorra, a comunidade deveria estar inserida na escola, para que esta apreenda seus usos e costumes, integrando-os ao currículo praticado. Assim, conhecer o aluno em todas as suas particularidades torna-se imprescindível para a realização de um trabalho efetivo e eficaz.

O objetivo do presente trabalho é analisar como a língua e suas variações, estudadas pela Lingüística pode se tornar um instrumento de exclusão social, a partir da situação socioeconômica dos alunos e em seu aprendizado, uma vez que o aluno consegue assimilar melhor as normas da língua quando seu acesso aos livros e outros tipos de portadores de textos é facilitado pela família.

O presente trabalho se justifica principalmente porque o insucesso dos alunos na aquisição da escrita e da leitura tem sido apontado como fator principal da baixa qualidade de ensino, dos índices de retenção e de evasão escolar. Para subsidiar o texto foram utilizados como referencial, autores como Oliveira (1996), Ferreiro (1992), tentando comprovar a hipótese de que o acesso aos portadores de textos disponíveis é fundamental para a aquisição dessas duas habilidades.

A pesquisa foi bibliográfica, com autores de relevância que discorrem sobre o assunto e comparado as proposições colocadas com a realidade escolar através da própria experiência, analisando a problemática da influencia do processo de linguagem e escrita no fracasso escolar de crianças pertencentes às classes menos favorecidas, partindo do pressuposto que, se tivesse maior acesso ao mundo letrado, esse fracasso seria consideravelmente diminuído e onde se constatou que a situação socioeconômica é sim um fator de influência relevante no sucesso ou no fracasso escolar do aluno no que diz respeito à aquisição da linguagem oral e escrita.

Desenvolvimento

Linguística é o estudo da linguagem e tem como objetivo descrever e explicar os fenômenos da língua e os diversos aspectos da linguagem que permite analisar seus dois aspectos principais: a linguística externa, ou seja, os elementos exteriores a língua e a linguística interna que é o uso social da língua.

Saussure distingue duas facetas no fenômeno lingüístico: a fala e a língua. Para o mesmo autor, a língua é um produto social vista sob um sistema de signos que é compreendido pelos falantes de um mesmo meio natural (in OLIVEIRA, 2002, p. 312).

A língua é apreendida através da fala e se dá pelo armazenamento de informações do código lingüístico e que é exteriorizado através da fala. Através desta função a língua é divulgada tornando-se o mais forte laço entre os povos falantes.

Conforme Weedwood (2003), podemos dividir o campo da lingüística por meio de três dicotomias: sincronia x diacronia, teórica x aplicada, microlingüística x macrolingüística.

A língua é visualizada em um dado momento, com um sistema estável. Aplica-se a um estado determinado, num momento dado do tempo. Isto quer dizer que é possível fazer uma descrição do uso do pronome você no século XXI, como é possível realizar uma descrição, ou um estudo sincrônico do latim ou do grego antigo, desde que esse trabalho de análise seja realizado no passado, ou seja, não poderá considerar o fator de evolução da língua. (NEVES, M. H. M., citado por CASTILHO, A., 2002, p. 150).

Todo estudo diacrônico é uma explicação histórica do sistema sincrônico (por exemplo, a evolução e as mudanças ocorridas no pronome você desde o século XIX até o século XXI. Weedwood acrescenta que “hoje em dia, no entanto, essas duas abordagens estão cada vez mais em convergência, e muitos estudiosos até consideram impossível separar o sincrônico do diacrônico” (2003, p. 11).

Tem como meta construir uma teoria geral da estrutura da língua. Os estudos da lingüística aplicada objetivam “a aplicação das descobertas técnicas do estudo científico da língua para fins práticos,

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