Lingua Portuguesa
Monografias: Lingua Portuguesa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mnuterra • 5/11/2014 • 1.630 Palavras (7 Páginas) • 1.486 Visualizações
I – LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA
TEXTO I
1. É proposta do simbolismo expressar o mundo interior, intuitivo, antilógico e anti-racional. A dor existencial de que tratam os quadrinhos acima encontra-se presente na estrofe simbolista:
a) Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
b) Anda em mim, soturnamente,
Uma tristeza ociosa,
Sem objetivo, latente,
Vaga, indecisa, medrosa.
c) E enquanto a mansa tarde agoniza,
Por entre a névoa fria do mar
Toda a minhalma foge na brisa;
Tenho vontade de me matar.
d) Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
e) Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
TEXTO II
Choro
Rubem Braga
Eram todos negros: uma viola, um clarinete, um pandeiro e uma cabaça. Juntaram-se na varandinha de uma casa abandonada e ali ficaram chorando valsas, repinicando sambas. E a gente veio se ajuntando, calada, ouvindo. Alguém mandou no botequim da esquina trazer cerveja e cachaça. E em pé na calçada, ou sentados no chão da varanda, ou nos canteiros do jardinzinho, todos ficamos em silêncio ouvindo os negros.
Os que ouviam não batiam palmas nem pediam música nenhuma; ficavam simplesmente bebendo em silêncio aquele choro, o floreio do clarinete, o repinicado vivo e triste da viola.
Só essa música que nos arrasta e prende, nos dá alegria e tristeza, nos leva a outras noites de emoções – e grátis. Ainda há boas coisas grátis, nesta cidade de coisas tão caras e de tanta falta de coisas. Grátis – um favor dos negros.
Alma grátis, poesia grátis, duas horas de felicidade grátis – sim, só da gente do povo podemos esperar uma coisa assim nesta cidade de ganância e de injustiça. Só o pobre tem tanta riqueza para dar de graça.
Texto adaptado de BRAGA, Rubem. Um pé de milho. 5 ed., Rio de Janeiro: Record, 1993, pp. 104-105.
2. O texto acima é, do início ao fim, repleto de imagens, conforme atestam os trechos que se seguem, com EXCEÇÃO de:
a) “Eram todos negros: uma viola, um clarinete, um pandeiro e uma cabaça.”
b) “... e ali ficaram chorando valsas, repinicando sambas.”
c) “Alguém mandou no botequim da esquina trazer cerveja e cachaça.”
d) “... ficavam simplesmente bebendo em silêncio aquele choro, o floreio do clarinete, o repinicado vivo e triste da viola.”
e) “Alma grátis, poesia grátis, duas horas de felicidade grátis...”
3. No texto II, observa-se que o discurso do cronista Rubem Braga apresenta procedimentos relacionados ora com a descrição, ora com a narração, ora com a dissertação.
A linguagem empregada de forma argumentativa, conforme convém à dissertação, ocorre em:
a) “... sim, só da gente do povo podemos esperar uma coisa assim nesta cidade de ganância e de injustiça. Só o pobre tem tanta riqueza para dar de graça.”
b) “Alguém mandou no botequim da esquina trazer cerveja e cachaça.”
c) “Os que ouviam não batiam palmas nem pediam música nenhuma;”
d) “Juntaram-se na varandinha de uma casa abandonada...”
e) “Eram todos negros: uma viola, um clarinete, um pandeiro e uma cabaça.”
4. As afirmativas abaixo relacionam-se com o texto Choro. Todas são verdadeiras, com EXCEÇÃO de:
a) A riqueza de elementos do universo musical tais como o clarinete, a viola, o pandeiro e a cabaça reflete a relação desses elementos com a cultura negra.
b) A referência ao vocábulo choro traz simultaneamente a idéia de desabafo, através de lágrimas derramadas e de choro como estilo musical de caráter sentimental.
c) A dor vivida é suavizada pela presença dos amigos e pela música.
d) No texto, percebem-se reflexões sobre a política social e o modo de viver do brasileiro.
e) O autor ressalta que, na cidade, apesar de tantas coisas caras, ainda há muitas coisas grátis em favor dos negros.
5. Leia atentamente as estrofes abaixo:
I. Sua firme elegância.
Sua força contida.
O poeta da ode
É um cavalo de circo.
II. Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
III. Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
A linguagem clara e objetiva da poesia parnasiana traduz a contenção dos sentimentos e a perfeição formal que orientam o parnasianismo.
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