Lingua Portuguesa Resumida
Exames: Lingua Portuguesa Resumida. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 27/2/2015 • 7.850 Palavras (32 Páginas) • 652 Visualizações
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ÍNDICE
1 Compreensão e interpretação de textos.
2 Tipologia textual.
3 Ortografia oficial.
4 Acentuação gráfica.
5 Emprego das classes de palavras.
6 Emprego do sinal indicativo de crase.
7 Sintaxe da oração e do período.
8 Pontuação.
9 Concordância nominal e verbal.
10 Regência nominal e verbal.
11 Significação das palavras.
12 Redação de correspondências oficiais.
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1 – COMPREENSÃO E
INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
NOÇÕES LINGÜÍSTICAS E TEXTOS
A Língua é um sistema de signos verbais
objetivando a comunicação de pessoas de uma
mesma comunidade . A língua é o meio pelo
qual a consciência concebe o mundo que a
cerca e sobre ela age . Fica claro que por mais
que a língua seja institucional ,a diferença de
costumes e de cultura , faz com que exista um
complexo de variantes lingüísticas . A língua
pode ser considerada como um instrumento de
comunicação do qual temos como código a
Palavra . Este código pode ser escrito ou falado ,
quando somos emissores e ouvido ou mesmo
lido , quando somos receptores.
Os Meios de Comunicação atuam como os mais
variados códigos, entre eles: som, cor,
fotografia, gestos e símbolos. Portanto, o jornal,
a televisão, o cinema e um diálogo além de
eficientes meios de comunicação são códigos
bastante utilizados. Observe que em certas
situações, mais de um código pode aparecer em
um mesmo meio de comunicação, como por
exemplo, no teatro, temos a atuação clara da
palavra, da imagem e do som.
ELEMENTOS CONSTITUINTES DA
COMUNICAÇÃO
É fundamental ao aluno que antes de se iniciar
no estudo de um texto ele reconheça os
elementos que participam de um ato de
comunicação:
Por CONTEXTO, entenda-se o pano de fundo,
seja, toda a situação que se encontra ao redor
dos agentes da comunicação, podendo se referir
a características físicas do local onde
dá-se a comunicação, a características
psicológicas referentes aos diversos agentes, ou
mais ainda, por se tratar do assunto sobre o qual
se quer comunicar.
O Emissor é o pólo ativo da comunicação, ou
seja, aquele que atua de forma a transferir sua
mensagem, através de um código próprio,
visando atingir o receptor e ao obter sucesso
estará completo o contato. O emissor deve
codificar as mensagens.
Já o Receptor é o pólo passivo da comunicação,
ou seja, ele se prepara para receber a
mensagem, através de um código próprio. Cabe
ao receptor decodificar as mensagens.
MENSAGEM é tudo aquilo que se deseja
transmitir, podendo ser visual, oral, escrita, etc.
O código varia conforme a forma que se deseja
passar a mensagem, se for visual podemos
utilizar gestos, se for escrita, usaremos as
palavras e se for falada utilizaremos a
linguagem.
Linguagem pode ser definida como qualquer
sistema de sinais que um indivíduo utilize para
se comunicar.
Contato – quando se utiliza o código correto e
se estabelece a comunicação entre os dois
agentes (emissor e receptor), teremos realizado
o contato.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Conforme mudamos o enfoque da comunicação,
ou seja, variando o enfoque sobre cada um dos
elementos citados anteriormente, surgem
diferentes funções da linguagem, conforme se
pode observar a seguir:
Função emotiva ou expressiva: quando a
ênfase é centrada no emissor, normalmente se
refere diretamente a uma expressão do emissor
em relação ao assunto do que se podendo ser
uma interjeição, por exemplo:
Oh que bom.
Calem-se.
Função denotativa ou referencial:quando a
ênfase é centrada no contexto, a intenção é dar
uma idéia generalizada sobre o assunto, por
exemplo:
Em virtude da greve dos caminhoneiros,
iniciada no presente mês, fruto da indignação
destes em relação aos aumentos dos
pedágios nas estradas, o Presidente da
República ameaçou acionar os militares.
Função conotativa ou apelativa:quando a
ênfase é centrada no receptor, a intenção é
influenciar a pessoa com quem falamos, esta
função pode ser bem representada quando
aparecer os vocativos c/ou imperativos. Por
exemplo:
Venha, José.
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Função fática: quando a ênfase é centrada no
contato, a finalidade é de prolongar ou
interromper a comunicação e algumas vezes
testar a eficiência.
Como não estou lhe ouvindo, você poderia
repetir/
Função metalingüística: quando a ênfase é
centrada no código, tem-se a finalidade de
verificar;
Se o emissor e o receptor estão usando o
mesmo código de comunicação. Observe o
exemplo a seguir.
Taxa é ato e/ou efeito de taxar?
Função Poética: quando a ênfase é centrada
na mensagem. A mensagem toma a forma de
emissor, fato que só ocorre quando estamos
diante de uma realidade transfigurada, mais
precisamente, diante de uma obra artística.Vide
o exemplo:
"Stop! A vida parou/ ou foi automóvel". (Carlos
Drumont de Andrade)
NÍVEIS DE LINGUAGEM
É possível perceber que as pessoas em cada
falante faz da língua variar de acordo com social,
etc. Existem, portanto, vários níveis de em três:
O nível (linguagem) Coloquial (cotidiana,
popular, informal) – representada pelas formas
de linguagem usadas na conversação diária,
numa situação de informidade, existindo uma
despreocupação com a norma gramatical.
O nível (linguagem) Culto (formal)—caracterizase por uma sintaxe aperfeiçoada, pelo
vocabulário escolhido e pelo excessivo rigor
gramatical .
O nível (linguagem) literário (poético) –
caracteriza – se pela agramaticabilidade, ou
seja, existe a famosa ‘licença poética ",onde se
aceita do artista a quebra das normas
gramáticas".
A famosa "licença poética",onde se aceita .
2 - TIPOLOGIA TEXTUAL
A DIFERENÇA ENTRE
DESCRIÇÃO,NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO
Existem três tipos de textos: descrição, narração
e dissertação. É importante que você consiga
perceber a diferença entre elas. Leia ,
primeiramente , as seguintes definições.
Três exemplos dessas modalidades:
Descrição
Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A
pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior
de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia
calma, que mais parecia uma pintura.
Narração
Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo
e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada
que conduzia sua residência .Subitamente foram
abordados por um homem estranho. Pararam,
atemorizados, e tentaram saber o que o homem
queria, receosos de que se tratasse de um
assalto. Era, entretanto, somente um bêbado
que tentava encontrar, com dificuldade, o
caminho de casa.
Dissertação
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do
sistema educacional brasileiro. Argumentam
alguns que ele deve Ter por objetivo despertar
no estudante a capacidade de absorver
informações dos mais diferentes tipos e
relacionadas com a realidade circundante. Um
sistema de ensino voltado para a compreensão
dos problemas socio-econômicos e que
despertasse no aluno a curiosidade cientifica
seria por demais desejável.
DISSERTAÇÃO
Como você pode perceber, não há como
confundir estes três tipos de textos. Enquanto a
descrição aponta os elementos que caracterizam
OBS: Por ocasião da resolução das questões de análise
os seres, objetos, ambientes e paisagens, a
e interpretação de textos, cabe ao candidato a análise
narração implica uma idéia de ação, movimento
do texto segundo as normas do avaliador lance mãoempreendido
de
pelos personagens da história. Já
textos de escritores linguagem coloquial.
a dissertação assume um caráter totalmente
diferenciado,na medida em que não fala de
pessoas ou fatos específicos,mas analisa certos
assuntos que são abordados de modo
impessoal.
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NARRAÇÃO
Tipo de narrador
Narrar é contar um ou mais fatos que ocorreram
com determinados personagens, em local e
tempo definidos. Em outras palavras, é contar
uma história, que pode ser real ou imaginária.
Quando você vai redigir uma história, a primeira
decisão que deve tomar é se você vai ou não
fazer parte da narrativa. Tanto é possível contar
uma história que ocorreu com outras pessoas
quanto narrar fatos acontecidos com você. Essa
decisão determinação o tipo de narrador a ser
utilizado em sua composição. Este pode ser,
basicamente, de dois tipos:
Narrador em 1ª Pessoa : é aquele que participa
da ação, ou seja,que se inclui na narrativa.
Trata-se do narrador-personagem.
Exemplo:
Estava andando pela rua quando de repente
tropecei em um pacote embrulhado em
jornais. Peguei-o vagarosamente, abri-o e vi,
surpreso, que ali havia uma grande quantia
em dinheiro.
Narrador em 3ª pessoa: é aquele que não
participa da ação, ou seja, não se inclui na
narrativa. Temos então o narrador-observador.
Exemplo:
João estava andando pela rua quando de
repente tropeçou em um pacote embrulhado
em jornais. Pegou-o vagarosamente;abriu-o e
viu, surpreso, que ia havia uma grande
quantia em dinheiro.
OBSERVAÇÃO:
Em textos que apresentam o narrador em 1ª
pessoa, ele não precisa ser necessariamente o
personagem principal;pode ser somente alguém
que, estando no local dos acontecimentos,
Presenciou-os.
Exemplo:
Estava parado no ponto de ônibus, quando
vi, a meu lado,um rapaz que caminhava
lentamente pela rua. Ele tropeçou em um
pacote embrulhado em jornais. Observei que
ele o pegou com todo o cuidado, abrindo-o e
viu, surpreso, que lá havia uma quantia em
dinheiro.
Elementos da narração
Depois de escolher o tipo de narrador que você
vai utilizar, é necessário ainda conhecer os
elementos básicos de qualquer narração.
Todo texto narrativo conta um FATO que se
passa em determinado TEMPO e LUGAR. A
narração só existe na medida em que há ação;
esta ação é praticada pelos PERSONAGENS.
Um fato, em geral acontece por uma
determinada CAUSA e desenrola-se envolvendo
certas circunstâncias que o caracterizam. É
necessário, portanto, mencionar o MODO
Como tudo aconteceu detalhadamente, isto é,
de que maneira o fato ocorreu. Um
acontecimento pode provocar
CONSEQÜÊNCIAS, as quais devem ser
observadas.
Assim, os elementos básicos do texto narrativo
são:
FATO (o que se vai narrar):
TEMPO (quando o fato ocorreu);
LUGAR (onde o fato se deu);
PERSONAGENS (quem participou do ocorrido
ou o observou);
CAUSA (motivo que determinou a ocorrência);
MODO (como se deu o fato);
CONSEQÜÊNCIAS.
NARRAÇÃO OBJETIVA
Observe agora um exemplo de narração sobre
um incêndio, criado com o auxílio do esquema
estudado. Lembre-se de que, antes de começar
a escrever, é preciso escolher o tipo de narrador.
Optamos pelo narrador em 3ª pessoa.
Ocorreu um pequeno incêndio na noite de
ontem, em um apartamento de propriedade
do sr. Marcos da Fonseca.
No local habitavam o proprietário, sua
esposa e seus dois filhos. Todos eles, na
hora em que o fogo começou, tinham saldo
de casa e estavam jantando em um
restaurante situado em frente ao edifício. A
causa do incêndio foi um curto circuito
ocorrido no precário sistema elétrico do
velho apartamento.
O Fogo despontou em um dos quartos que,
por sorte,ficava na frente do prédio. O
porteiro do restaurante, conhecido da família,
avistou-o e imediatamente foi chamar o sr.
Marcos. Ele, mais que depressa, ligou pa o
Corpo de Bombeiros.
Embora não tivessem demorado a chegar,
Não obstante o prejuízo, a família consolou5
se com o fato de aquele incidente não Ter
tomado maiores proporções, atingindo os
apartamentos vizinhos.
Vamos observar as características dessa
narração. O narrador está em 3ª pessoa, pois
não toma parte na história,não é nem membro
da família, nem o porteiro do restaurante, nem
um dos Bombeiros e muito menos alguém que
passava pela rua na qual se situava o prédio .
Outra característica que deve ser destacada é o
fato de a história Ter sido narrada com
objetividade: O narrador limitou-se a contar os
fatos sem deixar que seus sentimentos, suas
emoções transparecessem no decorrer da
narrativa.
Este tipo de texto denomina-se narração
objetiva. É o que costuma aparecer nas
"ocorrências policiais" dos jornais, na quais os
redatores apenas informam os fatos, sem se
deixar envolver emocionalmente com o que estio
noticiando. Este tipo de narração apresenta um
cunho impessoal e direto.
NARRAÇÃO SUBJETIVA
Existe também um outro tipo de texto chamado
narração subjetiva. Nela os fatos são
apresentados levando-se em conta as emoções,
os sentimentos envolvidos na história. Nota-se
claramente a posição sensível e emocional do
narrador ao relatar os acontecimentos.O fato
não é narrado de modo frio e impessoal; ao
contrário, são ressaltados os efeitos psicológicos
que os acontecimentos desencadeiam nos
personagens. É, portanto, o oposto da narração
objetiva.
Com a fúria de um vendaval
Em uma certa manhã acordei
entediada .Estava em minhas férias
escolares do mês de junho.Não pudera
viajar.Fui ao portão e avistei, três
quarteirões ao longe, a movimentação
de uma feira livre.
Não tinha nada para fazer, e isso
estava me matando de aborrecimento.
Embora soubesse que uma feira livre
não constitui exatamente o melhor
divertimento do qual um ser humano
pode dispor, fui andando, a passos
lentos, em direção aquelas barracas.
Não esperava ver nada de original, ou
mesmo interessante. Como é triste o
tédio ! Logo que me aproximei, vi uma
senhora alta, extremamente gorda,
discutindo com um feirante.
O homem, dono da barraca de
tomates, tentava em vão acalmar a
nervosa senhora.Não sei por que
brigavam, mais sei o que vi: a mulher,
imensamente gorda, mais do que
gorda (monstruosa),erguia seus
enormes braços e, com os punhos
cerrados, gritava contra o feirante.
Comecei a me assustar, com medo de
que ela destruísse a barraca (e talvez
o próprio homem) devido a sua fúria
incontrolável. Ela ia gritando e se
empolgando com sua raiva crescente e
ficando cada vez mais vermelha, assim
como os tomates, ou até mais. De
repente, no auge de sua ira, avançou
contra o homem já atemorizado e,
tropeçando em alguns tomates podres
que estavam no chão, caiu,tombou,
mergulhou, esborrachou-se no asfalto,
para o divertimento do pequeno
público que, assim
Como eu, assistiu aquela cena
incomum.
O DISCURSO DO NARRADOR
Comparando os dois modelos de narração
apresentados você poderá perceber a diferença
entre o narrador em 1ª e 3ª, essas, a maneira
como se elabora uma narração utilizando o
esquema estudado, a existência da narração
objetiva em oposição á narração subjetiva e
alguns outros aspectos.
É importante também que você observa um
outro fato sobre o qual ainda não fizemos
qualquer comentário. Lendo as narrações O
incêndio e Com a fúria de um vendaval, você
notará com facilidade que o narrador contou
cada uma das histórias com suas próprias
palavras.
NARRAÇÃO E OS TIPOS DE DISCURSO
Discurso direto e discurso indireto
O discurso direto (registro da fala dos
personagens) em meio a uma narração, bem
como transformá-lo em discurso indireto.
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O primeiro passo é conseguir diferenciar o
discurso indireto do discurso direto. Veja estes
exemplos:
Discurso indireto
O rapaz, depois de estacionar seu automóvel
em um pequeno posto de gasolina daquela
rodovia, perguntou a um funcionário onde
ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu
que havia vilarejo a dez quilômetros dali.
Discurso direto
O rapaz, depois de estacionar seu automóvel
em um pequeno posto de gasolina daquela
rodovia, perguntou:
-Onde fica a cidade mais próxima?
-Há um vilarejo a dez quilômetros daqui –
respondeu o funcionário.
Observe o exemplo de discurso direto. Antes
do registro da fala do personagem existe um
travessão (-) que inicia um novo parágrafo. No
último período desse texto você notou que há
também um outro travessão, colocado antes da
palavra respondeu; ele serve para separar a fala
do personagem da explicação do narrador
("respondeu o funcionário").
Quando o narrador quer informar qual o
personagem que fala, o texto pode ser
organizado de duas maneiras:
Primeiro explica-se quem vai falar. A frase
termina por dois-pontos (: ). Abre-se então um
novo parágrafo para nele colocar o travessão,
seguido da fala do personagem.
Exemplo:
O funcionário respondeu:
-Há um vilarejo a dez quilômetros daqui.
Em primeiro lugar, registra-se,depois de posto o
travessão,a fala do personagem. Na mesma
linha coloca-se um outro travessão e, em
seguida, a frase pela qual o narrador explica
quem está dizendo aquilo (iniciada por letra
minúscula).
Exemplo:
-Há um vilarejo a dez quilômetros daqui –
respondeu o funcionário.
O PRIMEIRO DIA NO CURSINHO
Maria Helena acabava de
matricular-se em um famoso
cursinho,desses que preparam os
alunos para os exames
vestibulares.
Logo no primeiro dia de aula,
depois de subir os seis lances de
escadas que a conduziam à sua
classe de duzentos e quarenta
alunos, entrou na sala espantada
com a quantidade de colegas.
Assistiu às três primeiras aulas
(ou conferências) que os
professores deram com o auxílio
de microfones.
Quando bateu o sinal do intervalo,
Maria Helena perguntou a um
colega de classe:
- Você, por acaso, sabe onde fica a
lanchonete ?
- Fica no térreo – respondeu-lhe o
colega gentilmente.
Ela então começou a descer os
seis lances de escadas,
acompanhada por uma quantidade
incontável de pessoas, ou seja, os
colegas das outras quinze salas
de aula existentes em cada andar.
Sentia-se como uma torcedora
saindo do Morumbi depois de um
clássico.
Após algum tempo chegou ao
térreo e lá avistou uma
aglomeração comparável ao
público que comparecia aos
comidas das "Diretas".
- Por favor, você sabe onde fica a
lanchonete ? Disseram que ficava
no térreo – perguntou Maria
Helena para uma moça que estava
a seu lado .
- Mas você já está na lanchonete!
Descobriu então que estava no
lugar procurado, mas não dava
para ver a caixa registradora,
situada a alguns metros dela, de
tanta gente que havia. Ela já
estava na fila da caixa e não sabia.
DISCURSO DIRETO
verbos no presente do indicativo (fica, há)
pontuação característica (travessão, dois pontos)
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DISCURSO INDIRETO
verbos no pretérito do indicativo (ficava, havia)
ausência de pontuação característica.
Tempos verbais
No exemplo apresentando de discurso direto,os
personagens utilizavam o verbo no presente do
indicativo. E se eles estivessem se expressando
no pretérito ou em outro tempo verbal ? Siga, na
tabela da página seguinte, as correlações entre
alguns tempos verbais e os tipos de discurso.
DISCURSO DIRETO
presente do indicativo:
- Tenho pressa – disse o rapaz.
pretérito perfeito do indicativo:
- Presenciei toda a cena – declarou o jovem.
imperativo:
- Cala-te – ordenou o senhor a seu vassalo,
futuro do presente do indicativo:
- Farei o possível - -disse o moço.
DISCURSO INDIRETO
pretérito imperfeito do indicativo:
O rapaz disse que tinha pressa.
pretérito – mais - que – perfeito simples ou
composto:
O jovem declarou que presenciaria (tinha
presenciado) toda a cena.
pretérito imperfeito do subjuntivo:
O senhor ordenou a seu vassalo que ele se
calasse.
futuro do pretérito do indicativo:
O moço disse que faria o possível.
Não vamos relacionar todos os tempos de
verbos e suas modificações. Acreditamos que
basta uma observação de caráter geral: ao
transforma o discurso direto em indireto, você
estará transcrevendo algo que alguém já disse;
portanto,no discurso indireto, o tempo será
sempre passado em relação ao discurso direto.
O mecanismo é basicamente o mesmo para
todos os casos. Preste atenção neste último
exemplo:
Discurso direto
- Quero que você me siga – disse Pedro.
(presente do indicativo, presente do subjuntivo)
- Se estiver disposta, eu o farei – replicou Paula.
(futuro do subjuntivo, futuro do presente do
indicativo)
Discurso indireto
Pedro disse a Paula que queria que ela o
seguisse. (pretérito imperfeito do indicativo,
pretérito imperfeito do subjuntivo) Paula replicou
que, se estivesse disposta, ela o faria. (pretérito
imperfeito do subjuntivo, futuro do pretérito do
indicativo)
Pronomes e advérbios
Outras classes de palavras, com os pronomes e
alguns advérbios, podem igualmente requerer
alterações. Observe o exemplo abaixo:
Discurso direto
- Venha cá,minha filha – disse a mãe,
impaciente.
- Estarei aí daqui a cinco minutos.
Discurso indireto
A mãe, impaciente, pediu a sua filha que fosse
até lá. Ela respondeu que estaria lá dali a cinco
minutos.
Discurso direto
- Onde estão os meus ingressos para o
espetáculo de patinação? – perguntou Pedro.
- Estavam aqui ainda neste instante! – replicou
Maria.
Discurso indireto
Pedro perguntou a Maria onde estavam os seus
ingressos para o espetáculo de patinação. Ela
replicou que eles estavam ali ainda naquele
instante.
DESCRIÇÃO
A DESCRIÇÃO DE PESSOAS
Descrever uma pessoa não é tão simples quanto
parece. Vários fatores precisam ser levados em
conta quando nos dispomos a fazê-lo.
Entretanto, todo o conjunto de elementos que
compõem o perfil de um ser humano pode ser
dividido basicamente em dois grupos: o das
características físicas e o das características
psicológicas.
Entendemos por características físicas aa
aparência externa, isto é, tudo o que pode ser
observado externamente quando analisamos
alguém: a altura, o peso, a cor da pele, a idade,
os cabelos, os traços do rosto, a voz e o modo
de se vestir (que, evidentemente, não é
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componente físico de alguém, mas é um aspecto
exterior).
Por outro lado, entendemos por características
psicológicas tudo o que se associa ao
comportamento da pessoa, ou se, a
personalidade, o temperamento, o caráter, as
preferências (referentes a certas atividades
esportivas ou artísticas), as inclinações (aptidões
para determinadas tarefas), a postura em
relação a si mesma e aos outros e os objetivos
(metas profissionais ou pessoais a serem
alcançadas no futuro). E, enfim, aquilo que
caracterizam seu modo de agir ou ser.
Uma boa descrição deve levar em conta se não
todos, pelo menos a maioria dos aspectos
físicos e também dos psicológicos. Devemos
optar por aqueles que mais nos impressionam e
mais fielmente podem fornecer um retrato da
pessoa, de modo que o leitor do nosso texto
possa visualizá-la ou reconhecê-la.
A esta altura, você pode estar pensando em
como organizar uma composição dispondo
adequadamente esse número bastante grande
de elementos. Vamos nos deter agora no
esquema a ser utilizado para a descrição de
pessoas, que tem por objetivo auxiliá-lo a
organizar suas idéias – assim, ele é um ponto de
partida para a sua redação.
Esse esquema comporta duas variações no que
se refere à ordem de apresentação das
características físicas e psicológicas do
retratado. A seguir, passaremos a detalhar
essas possibilidades.
No primeiro parágrafo, ou seja, na Introdução,
você deve fornecer uma idéia geral da pessoa a
ser descrita. Assim, evite, nesse momento, a
referência a pormenores pouco significativos.
Não seria conveniente você começar sua
descrição com uma frase do tipo: "Ele tem uma
pinta na face esquerda". Isso tornaria sua
redação bastante inadequada. Por isso, procure
começar por um aspecto capaz de apresentar o
ser descrito como um todo. Por exemplo: "Ele
parece ser uma pessoa simpática, que sempre
faz amigo com facilidade". Esta ou outra
afirmação da mesma natureza é o que
denominamos aspecto de caráter geral. Um
outro exemplo deste procedimento seria
começar a redação dizendo qual foi a primeira
impressão que lhe causou essa pessoa, quando
você a conheceu.
No início do segundo parágrafo, começando,
portanto, o Desenvolvimento, você apontará
detalhadamente as características físicas do
indivíduo. Essas características devem ser
mencionadas segundo uma determinada ordem
.Parece-nos adequado que o sentido da
descrição seja de cima para baixo, uma vez que,
em geral, observamos inicialmente o que está à
altura de nossos olhos, ou seja, o rosto de
alguém. Não teria cabimento começar o segundo
parágrafo com uma frase como esta: "Seu pé
era um tanto grande".
Os outros elementos que compõem os traços do
rosto não precisam ser descritos com tantos
detalhes. São suficientes algumas poucas
referências.
Em seguida fala-se da voz. Em geral, o que se
comenta neste item (profundamente relacionado
com o aspecto psicológico,assim como alguns
outros) diz respeito ao tom, entoação e volume.
Explicando melhor, se a pessoa fala
rapidamente ou de modo mais pensando, em um
tom alto ou mais baixo e se demonstra um
sotaque característico de qualquer região.
Segue–se então a análise das roupas, ou seja,
do modo como a pessoa se veste. Podemos
comentar se costuma usar roupas esportivas ou
sociais, fazendo referências a detalhes mais
significativos dos trajes. É bom lembrar que o
modo como alguém se veste costuma estar
intimamente ligado a certos elementos das
características psicológicas.
Às vezes, através das roupas, podemos fazer
uma vaga idéia do que a pessoa pensa ou de
como se comporta.
Analisando a personalidade de alguém, você
fará comentários sobre a maneira como defende
suas idéias:com firmeza ou deixando-se levar
facilmente pelas opiniões dos outros. Dirá o
quanto tem idéias formadas no que se refere a
certos assuntos ou não. Convém mencionar
também se demonstra vocação para exercer a
liderança do grupo ou releva um tipo de
comportamento mais passivo, que prefere
acompanhar sugestões ou obedecer a ordens.
Quanto ao temperamento, observamos se o
indivíduo é extrovertido (expande suas emoções,
demonstra seus sentimentos diante dos fatos e
não tem por hábito emitir suas idéias,
principalmente se não for solicitado). Ainda neste
item analisamos se a pessoa parece ser alegre
ou triste, entusiasmada ou derrotista, tranqüila
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ou facilmente irritável, otimista ou pessimista,
etc. Podemos tentar avaliar também o grau de
sensibilidade que apresenta: se parece
excessivamente sentimental ou se demonstra
certa frieza.
O caráter trata, por sua vez, das qualidades ou
defeitos que uma pessoa possa apresentar.
Aspectos como estes devem ser em conta:
honestidade, sinceridade, lealdade e
preocupação com seus semelhantes, por
exemplo.
É interessante também que se fale das
preferências da pessoa descrita em vários
campos: música ou artes em geral, esportes,
formas de lazer, leituras, etc.
Sobre suas inclinações, falarmos a respeito de
algumas aptidões facilmente observáveis. Certas
pessoas demonstram grande interesse e
vocação para atividades artísticas; outras
gostam de executar trabalhos manuais; há as
que apresentam extrema facilidade de
comunicação, e assim por diante. É, dessa
forma, um pequeno relato sobre a vocação que
cada um tem para exercer determinada
atividade.
Ao próximo item damos o nome de postura.
Explicamos anteriormente que é o
posicionamento do indivíduo em relação a si
mesmo e aos outros. Isso tem direta relação
com o que se poderia chamar de visão de
mundo ou ideologia. Na abordagem deste item,
podemos captar alguns aspectos básicos que
compõem o conjunto de suas idéias sobre a
vida. Então, tentaremos perceber como ele se
vê, enquanto ser faz parte de uma comunidade,
e como entende que deva ser sua atuação junto
à sociedade a que pertence. E importante notar
como encara os problemas econômicos, sociais
e políticos que o envolvem e o que pensa das
questões mais importantes que preocupam o
seu meio.
O último item mencionado, dentre as
características psicológicas, é objetivos. Aqui
diremos o que a pessoa espera alcançar na
vida: exercer algum cargo em especial, ter uma
profissão específica, viajar para determinado
lugar ou qualquer outro sonho que possa ter.
Por fim, a Conclusão. Neste último parágrafo
não convém terminar a descrição com um
detalhe insignificante, mas com uma afirmação
de caráter geral, como foi feito na Introdução.
Podemos sugerir que termine a redação falando
sobre a maneira como a pessoa descrita
costuma relacionar-se com os outros; você pode
também afirmar algo sobre sua simpatia e
comunicabilidade. Enfim, faça qualquer
observação final, procurando referir-se à pessoa
como um todo.
A DESCRIÇÃO DE OBJETOS
Inicialmente, é preciso distinguir dois tipos
básicos de objetos:
aqueles que se constituem essencialmente de
uma única parte. Exemplos:um pedaço de
giz,uma pedra, um balão de gás, um cinzeiro,
um clipe, etc;
os que se constituem da reunião de várias
partes. Exemplos: uma caneta, um aparelho de
televisão, uma cadeira, um relógio, etc.
Convém utilizar processos diferentes para
descrever estes dois tipos de objetos.
Objetos constitutivos de uma parte
Aqueles que se constituem basicamente de uma
única parte poderiam ser descritos através do
esquema abaixo:
DESCRIÇÃO DE AMBIENTES
Toda vez que nós quisermos descrever um
lugar, devemos primeiramente apontar se esse
local é fechado ou aberto.
Caso seja um local fechado, nós o
denominaremos ambiente; se, entretanto, for um
lugar a céu aberto, chamaremos paisagem.
A paisagem por sua vez, pode ser rural
(campestre) ou urbana (vista que se tem de uma
cidade).
Cumpre, dessa forma, elaborar dois esquemas
básicos: o da descrição de ambientes e o da
descrição de paisagens.
No inicio do Desenvolvimento, tratamos da
estrutura do ambiente. Falamos de como são
suas paredes (cor, estado de conservação, etc.),
apontando a existência e a localização de
janelas e portas. Comentamos, em seguida, as
características do chão e do teto, fazendo
também observações acerca de sua cor,
material com o qual são construídos, estado de
conservação e outros detalhes relevantes. Ao
falarmos sobre a luminosidade, podemos
mencionar, por exemplo, a presença de lustres
luxuosos ou, dependendo do local, de uma certa
escuridão decorrente da má iluminação. Ainda é
10
possível fazer referência ao aroma de plantas lá
existentes ou a outros menos agradáveis, como
o do mofo. Tudo dependerá do tipo de ambiente
que você estiver descrevendo.
No segundo parágrafo do Desenvolvimento
entramos em pormenores. Escolhemos uma
ordem (ou direção) para descrever os móveis,
utensílios ou adornos do local. A ordem tanto
pode ser da esquerda para a direita, da direita
para a esquerda, como também de trás para
frente, ou vice-versa, levando-se em conta a
posição do observador e a disposição dos
objetos.
Na Conclusão, terminamos por fazer um
comentário de caráter geral, que pode ser, por
exemplo, sobre a atmosfera do ambiente
descrito (de luminosidade, cor e alegria, ou de
desolação e tristeza), ressaltando a impressão
que causa em quem dele se aproxima ou o
freqüenta.
DISSERTAÇÃO COM PREDOMINÂNCIA
CRÍTICA
A técnica que você vai conhecer agora deve ser
aplicada a temas que contêm uma profunda
crítica pode referir-se a algum aspecto da
natureza humana,qualquer circunstância da
nossa realidade nacional ou mundial;
evidentemente pode tratar-se de uma questão
política, um grave problema social, uma
inadequação econômica, um conflito entre
nações, ou qualquer assunto que permita uma
análise cr´tica ao longo de toda a dissertação.
Observe alguns temas que, a nosso ver, seriam
desenvolvimentos de maneira bastante
satisfatória, pela utilização desta técnica.
No segundo parágrafo do desenvolvimento, é a
vez dos comentários críticos, apresentados em
seqüência associativa, ou seja, um comentário
leva a outro, na continuidade natural do
raciocínio. Boa parte dos comentários refere-se
diretamente às idéias do parágrafo anterior. Os
demais são decorrência da abordagem do
assunto . Convém que alguns recursos sejam
usados para enriquecer os comentários críticos.
A comparação é um excelente recurso.
Comparar duas situações, regiões ou dois fatos
similares, ou mesmo duas pessoas com
características afins é bastante
recomendável,inclusive para esclarecer certas
afirmações ou tornar mais claro o que se quer
retratar. Se possível, a metáfora seria um
recurso de grande valia em certos momentos da
dissertação. Mas, acima de tudo, o recurso
estilístico mais adequado a este tipo de
composição é a ironia. Seu uso deve ser
dosado, para não imprimir um tom cínico à
redação. Algumas ironias bem colocadas em
pontos estratégicos podem, em associação a
uma linguagem formal, conseguir excelentes
efeitos.
A conclusão é um comentário final, seguido de
uma expectativa. Nela, tanto você pode reafirmar
sua perplexidade diante de situação tão adversa,
quanto lamentar este estado de coisas. Da
mesma forma poderá expressar o desejo de
transformações, a resignação diante dos fatos,
ou mesmo sua total descrença, indignação ou
qualquer outra expectativa que tiver, depois de
expostas todas as circunstâncias que envolvem
o assunto.
É importante ressaltar que o esquema dado
sugere o desenvolvimento em duas etapas
diferenciadas, conforme foi explicado.
Entretanto, o desenvolvimento pode ser feito de
outra maneira: em vez de dividir as idéias em
referências e comentários, você pode apresentar
ao mesmo tempo estes dois componentes do
esquema, ou seja, é possível fazer a referência
ao fato de conhecimento público e tecer o
comentário crítico logo a seguir.
É bom lembrar que, independentemente do
procedimento que você utilize, os dois
parágrafos do desenvolvimento podem ser
ampliados para três ou mais, de acordo com o
espaço disponível para a dissertação, ou
conforme o quanto você tenha a dizer.
Leia agora uma composição escrita com base no
esquema apresentado:
A IDADE DA HUMILHAÇÃO
É claro que a corda sempre se
rompe do lado mais fraco, mas
para tudo existe um limite que,
quando ultrapassado, causa-nos
espanto, revolta e vergonha. Até
quando, neste país, o aposentado
será visto pelas autoridades como
um cidadão de quinta categoria,
sobre o qual podem recair todos os
tipos de infâmia ?
Não é segredo para ninguém que o
salário do aposentado sempre
esteve muito aquém de suas
necessidades básicas. Ao longo dos
11
anos temos visto os indicadores
financeiros apontando para uma
vertiginosa queda do valor real
recebido por esta categoria.
Muito embora a constituição de
1988 tenha garantido o
recebimento do mesmo número de
salários mínimos daquele da data
cada aposentadoria, é de causar
vergonha o que fez o primeiro
governo eleito pelo povo, após o
período de exceção: a medida
provisória que desvinculou o
rendimento dos idosos do salário
mínimo pago aos trabalhadores em
atividade. Isso sem falar do
confisco dos ativos financeiros
daqueles que economizaram
durante toda uma vida. Os que
viram dificilmente esquecerão as
enormes filas de idosos, que se
comprimiram a duras penas nas
agências bancarias, quando o
governo, atendendo a inúmeros
pedidos, resolveu liberar o dinheiro
de seus pais, avós e bisavós até
então esquecidos no emaranhado
de cálculos e fórmulas da
tecnocracia.
Exatamente como uma peteca,
envolvido por uma seqüência
interminável de informações
contraditórias, o aposentado
brasileiro tem vivido muito mais de
promessas do que de pão. Levando
em conta os valores da ética cristã
e a civilidade própria das
sociedades que alcançaram um
mínimo de desenvolvimento,
questionamos nossos valores, ao
compararmos a situação desses
idosos com a dos velhos em
algumas aldeias indígenas do
passado, que não conseguiam
mais prover seu sustento e eram
levados a um lugar distante da
tribo, para encontrarem a morte.
Resta saber por quanto tempo mais
o aposentado e o indigente estarão
no mesmo patamar, depois das
árduas décadas de empenho e
sacrifício dos que acreditaram no
trabalho e na honestidade e, até o
momento, receberam em
retribuição somente humilhações.
ARGUMENTAÇÃO
Argumentar é um processo que apresenta dois
aspectos: o primeiro, ligado à razão, supõe
ordenar idéias, justificá-las; o segundo, referente
à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e
persuadi-lo. Assim, argumentar é uma operação
delicada, já que é necessário construir idéias e
não uma realidade.
Argumentação compreende um quadro
constituído de um tema, assunto sobre o qual
haja duvidoso quanto à legitimidade, um
argumentador, que desenvolve um raciocínio a
respeito do tema, em um receptor, a quem se
dirigem os argumentos com a finalidade de que
venha a participar da mesma opinião ou certeza
do argumentador.
Entre os elementos da lógica argumentativa há
alguns básicos: a asserção inicial (premissa), a
asserção final (conclusão) e uma ou várias
asserções intermediárias, que permitem passar
de uma a outra (inferência, prova, argumento).
A asserção inicial (premissa) apresenta como
tipos mais comuns: afirmações factuais, que
podem ter seu valor de verdade verificado pela
confrontação com os fatos que representam;
julgamentos, que são inferências deduzidas
dos fatos, de menor confiança que as afirmações
factuais; testemunhos de autoridade de
responsabilidade de pessoas supostamente
especialistas no assunto.
A indução pode ser dividida em três subtipos: a
generalização, a relação causal e a analogia. A
generalização é uma conclusão sobre um
conjunto a partir do estudo de alguns indivíduos
e, apesar de bastante útil, corre o risco de se
tornar falsa quando apoiada em poucos
exemplos. A relação causal estabelece a
relação entre dois fatos e conclui que um è a
causa do outro: essas causas podem ser
necessárias (quando estão presentes, o efeito
ocorre), suficientes (podem produzir um efeito
involuntário) e contributiva (ajudam o efeito a
ocorrer, mas não podem, sozinhas, produzi-lo).
A analogia (correlação) combina generalização
e relação causal, estabelecendo uma ligação
entre o efeito e uma causa hipotética.
A dedução tem como forma mais importante o
silogismo.
12
O silogismo é um argumento constituído de três
proposições. a premissa maior, a premissa
menor e a conclusão. Cada proposição contém
dois termos, ligados por um verbo. Cada termo
ocorre duas vezes no silogismo; assim, o
conjunto contém três termos, cada um deles
usado duas vezes. O silogismo só é verdade se
satisfaz algumas condições.
Ter somente três termos, cada um cada um
usado duas vezes; esses termos não podem ser
ambíguos;
Apresentar premissas verdadeiras;
Ser válido, ou seja, apresentar uma conclusão
logicamente deduzida das premissas.
Os erros de raciocínio são chamados
tradicionalmente de falácias. Eles ocorrem com
freqüência e devem ser conhecidos para que
sejam evitados. As situações em que
comumente se verificam as falácias São as
seguintes.
Quando premissas que deveriam ser
comprovadas passam a ser aceitas como
verdadeiras, sem provas.
Quando a questão principal é abandonada, por
digressão, tomando-se um argumento
desimportante, fruto de desatenção ou de intuito
deliberado de fugir do assunto.
Generalização excessiva, que produz uma
conclusão a partir de uma evidência insuficiente.
Estereótipo, correspondente ao erro de dar
muito valor a características ou traços
supostamente apresentados por membros de
um mesmo grupo e nenhuma atenção às
diferenças individuais.
Relação causa e efeito defeituosa, quando se
supõe ser causal a relação entre dois fatos, sem
que isso seja verdadeiro.
Simplificação exagerada, que leva a um caminho
mais fácil do que a procura trabalhosa de uma
resposta mais adequada.
Falsa analogia, quando os elementos
comparados são diferentes em algum ponto
essencial para essa analogia.
Deduções falsas, que ocorrem quando alguma
das condições de construção do perfeito
silogismo não é respeitada.
Estatística tendenciosas, que só podem ser
detectadas com o total conhecimento dos dados
em que se fundamentaram essas estatísticas e
nos procedimentos empregados em sua
realização.
Círculo vicioso, quando um aparente argumento
é, na verdade, repetição, com outras palavras,
do argumento anterior.
Argumento autoritário, quando o uso de um
depoimento que se julga inatacável, pela
autoridade de seu autor, encobre falta de
argumentos convincentes.
Em geral, o termo argumento significa dar
razões favoráveis ou desfavoráveis, a respeito
de um tema. Na "linguagem comum equivale a
apresentar razões a fim de persuadir ou
convencer alguém".
Pode-se, porém, fazer aqui uma distinção entre
argumentar e persuadir: o primeiro se
refere ao processo de chegar a conclusões; o
segundo, à arte de fazer com que os outros
aceitem essas conclusões.
Um dos elementos discursivos mais empregados
para a persuasão do ouvinte consiste na
conveniente seleção lexical. De fato, em muitos
casos, uma mesma realidade pode ser
apresentada por vocábulos positivos, neutros ou
negativos:
A Falta de outra designação,
CORREÇÃO,COERÊNCIA, COESÃO e
CLAREZA
É óbvio que uma boa parte desses exercícios
limita-se tão somente a conjugação; em uma
única alternativa, os mais diversos pontos de
programas divulgados em edital, "desde erros de
ortografia e formas equivocadas de Flexão
Normal e Verbal até as construções sintáticas
(Concordância, Regência e Colocação)".
A noção de CORREÇÃO, neste caso, pauta-se
pelas prescrições da norma culta do idioma,
desconhecidas por grande parte dos seus
usuários comuns, criando autênticas
"armadilhas" para que participam da
"competição". Os concursos, infelizmente, visam
sobretudo a eliminar o maior número possível de
candidatos, sem preocupar-se com a devida
avaliação do domínio concreto que o futuro
profissional possui sobre a Língua Portuguesainstrumento oficial de comunicação dos cidadãos
deste País).
A escolha equivocada do conectivo determinou,
neste caso, uma falha de coesão seqüencial do
texto: a interpretação de um elemento do
discurso dependerá sempre do outro,
assegurando-se as relações de sentido
existentes entre ambos a partir
13
fundamentalmente, de recursos do sistema
léxico-gramatical a oportuna seleção de uma
singela conjunção coordenativa.
Redefine-se, em certa medida, o perfil das
provas de Língua Portuguesa. Ainda que os
conhecimentos mais usuais de Gramática não
devam ser desprezados, valoriza-se a prática da
Interpretação de Textos e confere-se uma
inequívoca atenção a aspectos inusitados da
"Gramática Textual". Assim, ao lado de velhas
perguntas sobre compreensão de leitura e de
exercícios convencionais de paráfrase de um
texto, de um parágrafo ou de um curto período.
Surgem questões sobre a adequação da
mensagem ao registro culto, formal da língua, ou
sobre o competente manuseio dos mecanismos
que ensejam a plena coesão e coerência
textual.
OS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
Outra preocupação estimulada pelo advento da
"Gramática Textual", a que os concursos
públicos vêm paulatinamente se rendendo, é o
reconhecimento dos mecanismos de coesão
textual, ou seja, a identificação das "marcas
lingüísticas" que se manifestam de forma linear
na ordem seqüencial do texto,possibilitando uma
perfeita conexão entre as frases (ou outros
segmentos menores do texto) e o
desenvolvimento proposicional do conjunto da
enunciação discursiva. Em suma: as bancas
examinadoras passaram a avaliar a
compreensão que o leitor possui sobre
articulação dos elementos superficiais do texto.
Imbuídas deste objetivo, elaboram cada vez
mais perguntas sobre as diversas relações
semânticas e comunicacionais estabelecidas ao
longo de uma sucessão coerente de frases e
segmentos textuais.
Há 5 mecanismos básicos de coesão textual: o
uso de elementos de referência os recursos de
substituição, elipse e conjunção, além de alguns
expedientes de coesão lexical.
a) Elementos de Referência - pronomes
(pessoais, possecivos, demonstrativo,) e
estruturais correlativas (típicas de orações
comparativas) que nos remetem a outros itens
do discurso enunciado.
Ex: O Nápoli é o Milan simbolizam duas faces
distintas da Itália. Este é um legítimo
representante do norte, mais rico e
industrializado; aquele é o orgulho do sul, de
perfil mais popular e agrário.
Os dois pronomes demonstrativos constituem
uma clássica estrutura "anafórica", remetendo o
leitor para 2 elementos anteriormente
enunciados. Este refere-se mais próximo na
cadeia linear do texto (Milan); aquele, ao mais
distante Napoli).
b) substituição emprego de um determinado item
(um pronome, advérbio, uma palavra denotativa,
etc.) em lugar de outro (s) elemento do texto,
conferindo-lhe (s) quase sempre um novo
caráter dentro da enunciação
Ex: Os candidatos julgaram as provas difíceis, e
os professores também.
O emprega de uma palavra denotativa de
inclusão (também) substitui satisfatoriamente o
predicado da oração anterior "(Julgaram as
probas difíceis), evitando a desnecessária
repetição desse termo".
c) Elipse em última instância, consiste numa
espécie de recurso, ou seja, sinaliza a omissão
elemento de fácil reconhecimento dentro do
texto.
Ex: Mariana foi ao cinema ?- Foi.[-foi-]
A Segunda frase omite dois elementos
explicitamente referidos pela primeira (o sujeito
Mariana e o complemento ou adjunto locativo ao
cinema), sem trazer qualquer embaraço à
comunicação estabelecida entre os
interlocutores.
d) Conjunção ou conexão uso de marcadores
formais (coordenativas e subordinativas, em
geral) que correlacionam o que àquilo que já foi
enunciado.
Ex: Assim que ela saiu, os dois começaram a
brigar /ou
Os dois começaram a brigar logo depois que ela
saiu.
O emprego da conjunção subordinativa temporal
ou de outras construções variantes estabelece
uma indiscutível conexão entre as duas
proposições enunciadas, não nos permitindo
dissociá-las do mesmo contexto sintático,
semântico e pragmático.
14
e) Coesão Lexical emprego de vocábulo que expressam uma reiteração de elementos já enunciados
no texto (o que se dá através da repetição de um mesmo vocábulo ou pelo emprego de sinônimos,
hiperônimos, nomes genéricos, etc) ou que estabelecem uma relação de contigüidade entre
elementos de um mesmo campo significativo.
As provas de Língua Portuguesa encerram inúmeros desafios aos candidatos. Submetida ás
prescrições da gramática normativa, a disciplina toma-se um obstáculo para os seus próprios
usuários.
3 – ORTOGRAFIA
OFICIAL
(orto = correto; grafia = escrita)
É a parte da gramática que trata da escrita
correta das palavras. E, com certeza, não é
uma das partes
mais fáceis de nossa Língua Portuguesa.
Para começar, deve-se saber que o nosso
alfabeto oficial é formado por cinco vogais e
dezoito
consoantes. Estão descartadas, portanto, as
letras K, W e Y.
Um dos obstáculos na aprendizagem é a
interferência do excesso de estrangeirismo.
Brasileiro
adora modismos e isso não é segredo para
ninguém. Colocar nome em filhos, como Kelly,
Sheila e
Washington, é uma prática constante. Mas,
por outro lado, é difícil de se imaginar esses
nomes
adaptados à nossa ortografia oficial, como
Quéli, Uóxinton e Cheila, não é mesmo? Para
os
substantivos próprios realmente o território é
livre para criações. E quanto ao restante, aos
comuns?
O que muitos não sabem é que há várias
adaptações já consagradas (outras ainda não
consagradas,
mas existentes) e palavras que passaram por
uma reforma em 1943
Acredito que a dificuldade maior em aprender
ortografia é a influência do cotidiano,
carregado de
erros. Você vai ao mercado, pega um ônibus,
vai ao banco, lê placas de ruas, vai a um
restaurante e
está tudo errado! O que você será capaz de
memorizar? O errado, que passa 24 horas
pela sua
frente, ou ver o que é certo estudando
algumas horas por dia para uma prova?
O maior incômodo para o estudante de
ortografia é que há regras e regras, mas logo
após ele
decobre que há uma série de exceções.
Então como obter um estudo eficiente? Eu
sugiro que você
comece a ter o hábito da leitura em sua vida.
Durante a leitura de um texto
responsavelmente bem
escrito aparecerão palavras com X, SC, Z, J,
G, Ç, etc. Pegue-as e procure os seus
significados no
dicionário; volte ao texto e releia o trecho com
o significado achado; escreva a palavra umas
cinco
vezes num caderno reservado para esta
finalidade. Faça isto, pelo menos umas três
vezes por
semana. É uma conhecida técnica de
memorização por repetição.
Outra maneira é verificar como é o
substantivo primitivo da palavra a ser escrita,
assim os seus
substantivos derivados terão a mesma letra:
rijo (enrijecer), gorja (gorjear, gorjeta), cheio
(enchente), etc. Mas também é muito
perigoso fazer disto uma regra fixa. Veja: anjo
(angelical),
catequese (catequizar), batismo (batizar), etc.
Por esta você não esperava, heim?!?!
Como eu já disse, há regras sim, mas há um
caminhão de exceções. Seguem mais alguns
exemplos.
Distinção Entre J e G
1. Escrevem-se com J:
a) As palavras de origem árabe, africana ou
indígena: canjica, canjerê, pajé, Moji, jirau,
jerimum
etc. Exceção: Sergipe.
15
b) As formas dos verbos que têm o infinitivo
em -JAR: despejar: despejei, despeje;
arranjar:
arranjei, arranje; viajar: eu viajei, que eles
viajem, etc.
Outras palavras grafadas com J (as ditas
exceções): alfanje, alforje, berinjela, cafajeste,
cerejeira,
intrujice, jeca, jegue, Jeremias, jerico,
Jerônimo, jérsei, jiu-jitsu, majestade,
majestoso, manjedoura,
manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza,
sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos -GEM: a coragem,
a viagem, a vertigem, a ferrugem, etc.
Exceções:
pajem, lambujem, lajem.
b) Os finais: -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO e
ÚGIO: estágio, privilégio, prodígio, relógio,
refúgio,
etc.
c) Os verbos em -GER e -GIR: fugir, mugir,
fingir.
Distinção Entre S e Z
1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo: -OSO: cremoso (creme + oso),
leitoso, vaidoso, etc.
b) O sufixo -ÊS e as formas femininas
terminadas em –ESA ou –ISA, em palavras
que indiquem
origem, profissão ou título honorífico:
português – portuguesa; camponês –
camponesa; marquês –
marquesa; burguês – burguesa; sacerdote –
sacerdotisa, montês, pedrês, princesa, etc.
d) Os finais -ASE, -ESE, -ISE e E -OSE, na
grande maioria se o vocábulo for erudito ou
de
aplicação científica, não haverá dúvida:
hipótese, exegese, análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois
de ditongos: coisa, Neusa, causa, maisena,
etc.
f) O sufixo -ISAR dos verbos referentes a
substantivos cujo radical termina em S:
pesquisar
(pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso),
etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS:
escaNDir - escaNSão; preteNDer preteNSão;
repreeNDer - repreeNSão, etc.
Grafam-se com S: alisamento, análise, ânsia,
ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado,
descansar,
descanso, diversão, excursão, farsa, ganso,
hortênsia, lasanha, pesquisa, pretensão,
pretensioso,
propensão, remorso, sebo, siso, tenso,
utensílio, etc.
2. Escrevem-se em Z:
a) O sufixo -IZAR, de origem grega, nos
verbos e nas palavras que têm o mesmo
radical: civilizar,
civilização, civilizado; organizar, organização,
organizado; realizar, realização, realizado,
etc.
b) Os sufixos -EZ e -EZA formadores de
substantivos abstratos derivados de adjetivos:
limpidez
(limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e
-ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito,
etc.
Grafam-se com Z: azar, azeite, azáfama,
azedo, amizade, aprazível, baliza, buzina,
bazar, chafariz,
cicatriz, ojeriza, prazer, prezado, proeza,
vazar, vazamento, vazão, vizinho, xadrez.
Distinção Entre X e CH
1. Escrevem-se com X:
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de
ditongo: faixa, caixote, feixe, etc. Exceção:
caucho.
b) Palavras iniciadas por ME: mexerico,
mexer, mexerica, México, mexilhão, etc.
Exceção: mecha
(de cabelo).
c) Palavras iniciadas po EN: enxada, enxame,
enxotar, etc. Exceção: enchovas. Não serão
consideradas exceções as palavras que
tiverem CH na sua origem: cheio – encher,
enchente;
chumaço – enchumaçado; etc.
Grafam-se com X: exceção, exceder,
excelente, excelso, excêntrico, excessivo,
excitar, inexcedível,
16
expectativa, experiente, expiar (remir, pagar),
expirar (morrer), expoente, êxtase, extasiado,
extrair,
fênix, têxtil, texto, bexiga, bruxa, coaxar,
faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer,
mexerico,
puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xadrez,
xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
2. Grafam-se com CH: bucha, charco,
charque, charrua, chávena, chimarrão,
chuchu, cochilo,
cochilar, tachada, ficha, flecha, mecha,
mochila, pechincha, salsicha, recauchutagem,
etc.
Distinção Entre S, SS, Ç e C
Grafam-se com C ou Ç: acetinado, açafrão,
almaço, anoitecer, censura, cimento, dança,
contorção,
endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço,
maciço, miçanga, muçulmano, muçurana,
paçoca,
pança, pinça, Suíça, vicissitude, muçarela,
fogaça, Turiaçu, etc.
Grafam-se com SS: acesso, acessível,
acessório, assar, asseio, assinar, carrossel,
cassino, concessão,
discussão, escassez, escasso, essencial,
expressão, fracasso, impressão, massa,
massagista, missão,
necessário, obsessão, opressão, pêssego,
procissão, profissão, profissional,
ressurreição, sessenta,
sossegar, submissão, sucessivo, etc.
Grafam-se com SC ou SÇ: acréscimo,
adolescente, ascensão, consciência,
consciente, crescer,
cresço, cresça, descer, desça, disciplina,
discípulo, discernir, fascinar, fascinante,
florescer,
imprescindível, néscio, oscilar, piscina,
ressuscitar, seiscentos, suscetível,
suscetibilidade, suscitar,
víscera, etc,
Grafam-se com E: arrepiar, cadeado,
cadeeiro, cemitério, confete, creolina,
cumeeira, desperdiçar,
desperdício, destilar, disenteria, empecilho,
encarnar, encarnação, indígena, irrequieto,
lacrimogêneo, mexerico, mimeógrafo,
orquídea, quase, quepe, senão, sequer,
seriema, seringa,
umedecer, etc.
Grafam-se com I: aborígine, açoriano, artifício,
artimanha, camoniano, Cabriúva, Casimiro,
Ifigênia, chefiar, cimento, crânio, criar, criador,
criação, crioulo, digladiar, displicência,
displicente,
erisipela, escárnio, feminino, frontispício,
inclinar, inclinação, incinerar, inigualável,
invólucro,
lajiano, lampião, pátio, penicilina, privilégio,
requisito, silvícola, etc.
Grafam-se com O: abolir, banto, boate,
bolacha, boletim, botequim, bússola, chover,
cobiça,
cobiçar, concorrência, costume, engolir,
goela, mágoa, magoar, mocambo, moela,
moleque,
mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência,
rebotalho, Romênia, romeno, tribo, etc.
Grafam-se com U: bulício, buliçoso, bulir,
burburinho, camundongo, chuviscar, chuvisco,
cumbuca,
cúpula, curtume, Cutia, cutucar, entupir, Juá,
língua, jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel,
mutuca,
rebuliço, tábua, Tabuão da Serra, tabuada,
trégua, urtiga, etc.
Conforme eu mencionei anteriormente, já
existem alguns aportuguesamentos de
palavras
estrangeiras. Infelizmente algumas delas
ainda sofrem certa resistência por parte de
pessoas que
insistem em continuar falando e escrevendo
errado. Para mostrar e provar ao leitor que
nada do que
virá é invenção minha, terei como fonte de
referência o que o gramático e professor pela
Universidade de São Paulo (USP), Luiz
Antonio Sacconi, retrata em seu livro Não
Erre Mais (13ª.
edição, páginas 41 e 256), citando algumas:
muçarela, bêicon, rímel, xortes, picape,
estresse,
Paiçandu, uísque, futebol, pufe, turfe, surfe,
tíquete, ringue, estêncil, frízer, robife, laicra,
iate,
nocaute, Piraçununga, Piaçagüera,
Pirajuçara, Susano, xampu, Guaianases,
entre tantas outras.
17
Daí eu pergunto ao meu caro estudante: o
que cai em uma prova? A ortografia oficial,
aquela que
está nos livros de gramática, ou a oficiosa, a
que está na boca do povo e muitas vezes
veiculada pela
mídia?
É ou não é para ser muito cauteloso na hora
de sua prova?
Quero que você me dê um PORQUÊ de seu
atraso.
Quero que você me dê uma RAZÃO de seu
atraso.
4 - POR QUÊ (separado e com acento) é
empregado em um ÚNICO caso: em final de
frase ou
quando a expressão estiver isolada:
Você não veio ontem, POR QUÊ?
Uso dos PORQUÊS
Este é um assunto que costumo não tratar
teoricamente, mas sim usando macetes
práticos. Não
quero que você perca tempo tentando se
lembrar de teorias confusas, mas que resolva
a questão da
prova de maneira rápida e eficiente.
1 - Usa-se POR QUE sempre que puder ser
trocado por “pelo qual”. Você estará fazendo
uma
correlação visual: este POR QUE é
constituído por duas palavras separadas e
sem acento, então será
trocado por outras duas palavras separadas e
sem acento. Veja as frases:
Vá pelo caminho POR QUE te ensinei.
Vá pelo caminho PELO QUAL te ensinei.
Há uma variável para este macete, que é
acrescentar a palavra MOTIVO logo após
POR QUAL:
POR QUE ela não veio?
POR QUAL MOTIVO ela não veio?
Quero saber POR QUE ela não veio.
Quero saber POR QUAL MOTIVO ela não
veio.
2 – Usa-se PORQUE em substituição a POIS.
Você estará substituindo uma única palavra
toda
junta e sem acento por outra palavra toda
junta e sem acento; é usado como resposta
ao POR QUE.
Veja:
Ela não veio PORQUE não quis.
Ela não veio POIS não quis.
Venha PORQUE precisamos de você.
Venha POIS precisamos de você.
3 – Usa-se PORQUÊ (junto e com acento)
sempre quando puder ser substituído pela
palavra
RAZÃO (palavra toda junta e com acento),
pois ambas têm valor de substantivo.
ONDE x AONDE
Emprega-se AONDE com os verbos que dão
idéia de movimento. Equivale sempre a PARA
QUE
LUGAR.
Aonde você vai? (Para que lugar você vai?)
Aonde nos leva com tal rapidez? (Para que
lugar nos leva com tanta rapidez?)
Com os verbos que não dão idéia de
movimento emprega-se ONDE e equivale a
EM QUE
LUGAR.
Onde estão os livros? (Em que lugar estão os
livros?)
Não sei onde te encontrar (Não sei em que
lugar te encontrar.).
MAU x MAL
MAU (antônimo de bom).
Escolheu um mau momento.
Era um mau aluno.
MAL (antônimo de bem)
Estou passando mal.
Mal chegou e foi dando as ordens.
SESSÃO x SEÇÃO x CESSÃO
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura
uma reunião.
Assistimos a uma sessão de cinema.
Reuniram-se em sessão extraordinária.
SEÇÃO significa parte de um todo,
subdivisão.
Lemos a noticia na seção (ou secção) de
esportes.
Compramos os presentes na seção (ou
secção) de brinquedos.
CESSÃO significa o ato de ceder.
Ele fez a cessão dos seus direitos autorais.
A cessão do terreno para a construção do
estádio agradou a todos os torcedores.
HÁ x A
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Na indicação de tempo passado emprega-se
HÁ (equivale a FAZ).
Há dois meses que ele não aparece.
Ele chegou da Europa há um ano.
A para indicar tempo futuro.
Daqui a dois meses ele aparecerá.
Ela voltará daqui a um ano.
À TOA x À-TOA
Á TOA é advérbio de modo: Ontem eu fiquei
à toa em casa.
À-TOA é adjetivo: Deixa de ser um à-toa e vai
trabalhar.
AFIM DE x A FIM DE
AFIM DE significa ter afinidade: Sogra é afim
do genro.
A FIM DE significa ter uma finalidade, um
objetivo: Eu estudo a fim de que possa ser
aprovado.
FORMAS VARIANTES
Existem palavras com duas grafias. Nesse
caso, qualquer uma delas é considerada
correta. Eis
4 - ACENTUAÇÃO
GRÁFICA
Regras gerais
1) Acentuam-se as oxítonas terminadas em
A, E, O, EM, ENS.
Ex.:
cajá, você, vovô, alguém, vinténs.
2) Acentuam-se as paroxítonas terminadas
em L, N, R, X, I, U, UM, UNS, PS, Ã, OM,
ONS, DITONGOS (todos os tipos).
Ex.:
hífen, clímax, álbum, órfã, rádom,
colégio.
3) Acentuam-se todas as proparoxítonas.
Ex.:
lâmpada.
4) Acentuam-se os monossílabos tônicos
terminados em A, E, O.
Ex.: pá, pé, pó.
alguns exemplos:
aluguel ou aluguer, hem ou hein? , aritmética
ou arimética , geringonça ou gerigonça,
alpartaca, alpercata ou alpargata ,imundície
ou imundícia, amídala ou amígdala, infarto ou
enfarte, assobiar ou assoviar, laje ou lajem,
espuma ou escuma, leste ou este, assobio ou
assovio, lantejoula ou lentejoula,
azaléa ou azaléia, nenê ou nenen, bêbado ou
bêbedo, nhambu, inhambu ou nambu, bílis ou
bile, quatorze ou catorze, cãibra ou câimbra,
surripiar ou surrupiar, carroçaria ou carroceria,
taramela ou tramela, chimpanzé ou chipanzé,
relampejar, relampear, relampaguear ou
relampar, rasto ou rastro, degelar ou desgelar,
debulhar ou desbulhar, porcentagem ou
percentagem, fleugma ou fleuma, entonação
ou entoação, toicinho ou toucinho, cotizar ou
quotizar, líquido ou líqüido, xérox ou xérox,
cociente ou quociente, cota ou quota,
cotidiano ou quotidiano, maquiagem ou
maquilagem, samambaia ou sambambaia,
impigem ou impingem, imundice ou imundície,
rastro ou rasto
Obs.:
Nas formas verbais com pronome
enclítico ou mesoclítico, não se leva em conta
o pronome átono, considerando-se o tema e
as terminações como palavras autônomas.
Ex.:vendê-lo (vendê é oxítono).
pô-lo (pô é monossílabo tônico).
parti-la (parti é oxítono, mas termina em i).
escrevê-la-ás (a terminação ás é um
monossílabo tônico).
Obs.: A letra S, unida a uma vogal, não altera
a acentuação da palavra.
Ex.: você - vocês; bônus (é a letra U que
pede acento).
Casos especiais
1) Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÉU,
ÓI.
Ex.: idéia, troféu, herói, tetéias, chapéus,
constróis.
2) Acentua-se a primeira vogal do grupo 00,
quando tônica.
Ex.: vôo, perdôo.
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3) Acentua-se a primeira vogal do grupo EE,
quando tônica, dos verbos VER, LER, CRER
e DAR, bem como de seus derivados.
Ex.: crêem, vêem, Lêem, dêem, relêem,
descrêem.
4) Acentuam-se as letras I e U, tônicas,
quando são a segunda vogal de um hiato,
estando sozinhas ou formando sílaba com S.
Ex.: saída, faísca, graúdo, balaústre.
Mas: cairmos, Raul, ainda, juiz.
Observações.
a) Mesmo sozinha na sílaba, a letra I não será
acentuada quando seguida de NH.
Ex.:
moinho.
b) Se for vogal repetida (II ou UU), não haverá
acento.
Ex.: vadiice.
5) Leva acento circunflexo a terceira pessoa
do plural do presente do indicativo dos verbos
TER e VIR e seus derivados. O singular
segue as regras gerais.
Ex.: eles têm, eles vêm, eles detêm, eles
convém.
Mas: ele vem, ele convém, ele tem, ele
detém.
6) Usa-se o trema (¨) na letra U dos grupos
GUE, GUI, QUE e QUI, quando é pronunciada
e átona.
Ex.: agüentar, pingüim, seqüência, tranqüilo.
Obs.: Usar-se-á acento agudo quando a letra
U for pronunciada e tônica, também apenas
antes de E e I.
Ex.: Averigúe, apazigúe, obliqúe, argúi.
7) Levam acento diferencial de intensidade
(para diferençá-las das preposições, que são
átonas) as seguintes palavras:
pêlo, pêlos(s,); pélo, pélas, péla(verbo); péla,
pélas(s.); pôr(verbo); pára(verbo); pêra(s.);
péra(s.); pólo, pólos(s.); côa, côas(verbo e s.)
pôlo, pôlos(s.).
Obs.:
A única palavra em português que
possui acento diferencial de timbre é PÔDE,
pretérito perfeito de PODER.
Prosódia
É a parte da gramática que estuda a correta
pronúncia dos vocábulos, levando em conta
sua sílaba tônica.
Ex.: ínterim, e não interim
Há palavras de pronúncia duvidosa, muitas
vezes por se tratar de vocábulos pouco
usados. Você precisa aprender a lista
seguinte.
São oxítonas:
ureter
novel
Nobel
recém
refém
ruim
condor
hangar
mister
obus
São paroxítonas:
avaro
aziago
algaravia
arcediago
azimute
barbaria
batavo
caracteres
látex
índex
dúplex
ônix
decano
erudito
estalido
fila
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