Linguística Textual

De primeiro momento conceitua-se a linguística textual e seu objeto de estudo. O seu objeto de investigação e o texto e "não mais a palavra ou a frase, por serem os textos a forma especifica de manifestação da linguagem". As gramáticas que não consideram o texto como seu objeto encontram dificuldades no tratamento de fenômenos como a correferência, pronominalização, a relação tópico-comentário, etc. Estas dificuldades, segundo Fávero e Koch, determinaram o surgimento da linguística textual que evoluiu através de uma tipologia consubstanciada em três momentos: Primeiro momento é a análise transfrástica, que nada mais é do que o estudo das relações entre diversos enunciados de uma sequência significativa; Segundo, construção das gramáticas textuais que tem como finalidade de refletir sobre os fenômenos linguísticos inexplicáveis por meio de uma gramática do enunciado. E por fim o terceiro momento e onde adquire particular importância o tratamento dos textos em seu contexto pragmático.

A conceituação da gramática textual e do texto é feita pelo confronto entre as opiniões de vários autores europeus, principalmente Van Dijk, Heidolph Hartung, Isenberg, Thummel, Hartmann, Weinrich e etc. Na discussão sobre as diferentes concepções de texto e discurso as autoras comentam a posição de Van Dijk que considera o discurso, como unidade passível de observação e o texto como a unidade teoricamente reconstruída, subjacente ao discurso, assinalando, entretanto, que outros autores não aceitam estas acepções. Na conclusão do capítulo, o "texto" e definido como "unidade de sentido de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza pela coerência e pela coesão, onde é o conjunto de relações responsáveis pela estrutura do texto”. A gramática textual define-se em termos do tipo objeto que se propõe descrever de maneira explícita o “texto” ou o “discurso”.

Acerca do conceito de texto Stammerjohann (1975: 490 ss) diz, que se trata de um conceito central da Linguística Textual e da Teoria de te Texto, abrangendo tanto textos orais quanto escritos que tenham como extensão mínima dois signos linguísticos, um dos quais, porém, pode ser suprido pela situação, no caso de textos de uma só palavra. De maneira geral, contudo, a linguística textual trabalha com textos delimitados, cujo início e cujo final são determinados de um modo mais ou menos explícito. As demarcações mais evidentes são decorrentes de alterações na interação pragmática dos indivíduos que produzem ou recebem um texto. O texto e discurso há diferentes concepções e acabaram por criar uma confusão entre os dois termos, ora empregados como sinônimos, ora usado pra designar entidades diferentes. Uma das causas da confusão é o fato de, em algumas línguas, como alemão, o holandês e etc., só existir o termo “texto”, a partir do qual se criam as denominações “gramática de texto” e “linguística de texto”.

Portanto, o termo texto pode ser tomado em duas acepções: texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano, e se tratando da linguagem verbal teremos o discurso que é, a atividade comunicativa de um falante, em numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor. O discurso é manifestado, linguisticamente, por meio de textos (em