Mitos sem base científica
Tese: Mitos sem base científica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: guilhermesouzagu • 29/9/2014 • Tese • 414 Palavras (2 Páginas) • 305 Visualizações
Mitos sem fundamento científico[editar | editar código-fonte]
É comum circularem algumas ideias sobre dialetologia que são erradas e sem fundamento.
"Um dialeto é uma língua menor"
Um dialeto não é uma língua, é uma variedade de uma língua. Por outro lado, qualquer língua, por menos prestígio que tenha, não deixa de ser língua e não passa a ser dialeto só por isso. Línguas como o tétum (de Timor-Leste) ou o potiguara (do Brasil) não são dialetos do português, mas línguas tão dignas como qualquer outra e que, sendo minoritárias, merecem ser protegidas e estudadas.
"O português de Coimbra é a língua portuguesa e em Minas Gerais fala-se um dialeto ou corruptela"
O dialeto falado em Coimbra é tão correto como o dialeto mineiro e vice-versa, são apenas maneiras diferentes de realizar a mesma língua. Não há nenhum critério científico que valide a superioridade de uma variedade em relação a outra. Assim, qualquer produção linguística de qualquer falante insere-se sempre numa variedade dialetal, não existindo qualquer região em que se possa dizer que, nela, se fala a verdadeira língua e não um dialeto.
"O Crioulo cabo-verdiano é um dialeto do português"
O crioulo cabo-verdiano é uma língua e não um dialeto. Tem base lexical na língua portuguesa, mas é diferente e tem os seus próprios dialetos. O mesmo se aplica a qualquer outro crioulo.
"Um dialeto é um linguajar sem regras"
Não existe nenhum dialeto sem a sua norma. Qualquer dialeto tem as suas regras gramaticais, fonológicas, morfológicas, sintáticas, semânticas e lexicais. Qualquer falante de um dialeto conhece todas as suas regras intuitivamente (Gramática implícita).
"A diferença entre dialeto e sotaque é que nos sotaques os falantes se entendem, enquanto nos dialetos não se entendem"
De acordo com a definição do dicionário Houaiss, um dialeto é qualquer variação regional de um idioma que não chegue a comprometer a inteligibilidade mútua entre o falante da língua principal com o falante do dialeto. As marcas linguísticas dos dialetos podem ser de natureza semântico-lexical, morfossintática ou fonético-morfológica.
Sotaque é um conceito de uso popular, que, em termos científicos, nem existe, e que costuma designar apenas uma mudança na entonação da palavra, ou a pronúncia imperfeita de alguns fonemas realizada por um estrangeiro. Dessa forma, os dialetos do português falados no Brasil, tal como os falados em Portugal, ou os ingleses nos Estados Unidos ou no Reino Unido, são verdadeiros dialetos, enquanto os chamados "dialetos" de países como a China são na realidade idiomas distintos - uma vez que nem sempre há inteligibilidade mútua - e apenas carecem de estatuto oficial.
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