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Muita coisa junta e misturada

Por:   •  28/8/2017  •  Abstract  •  5.616 Palavras (23 Páginas)  •  230 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

SETOR FARMACÊUTICO:

análise setorial no mercado brasileiro.

Beatriz Amorim

Da Hae Jung

Gabriel Wang

Isabela Alves

Mariana Vargas

Renato Rocha

SÃO PAULO

2017 – 1

SUMÁRIO

1 TENDÊNCIAS MACROECONÔMICAS        3

1.1 TENDÊNCIAS ECONÔMICAS        3

1.2 TENDÊNCIAS SOCIAIS        4

1.3 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS        5

1.4 INFLUÊNCIAS NO SETOR        5

2 PANORAMA DO SETOR        6

2.1 TAXA DE CRESCIMENTO        6

2.2 EMPRESAS        6

2.3 CONSUMIDORES        7

3 ANÁLISE DO SETOR COM BASE NAS 5 FORÇAS DE PORTER        8

3.1 AMEAÇA DE NOVOS ENTRANTES        8

3.2 AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS        9

3.3 PODER DE BARGANHA DOS FORNECEDORES        10

3.4 PODER DE BARGANHA DOS CLIENTES        11

3.5 RIVALIDADE ENTRE CONCORRENTES        11

4 EMPRESA LÍDER DO SETOR        11

5 ESTRATÉGIA CORPORATIVA UTILIZADA PELO LÍDER        12

6 ESTRATÉGIA COMPETITIVA UTILIZADA PELO LÍDER        13

7 ESTRATÉGIA OPERACIONAL        14

7.1 MARKETING        14

7.2 FINANCEIRO        15

7.3 RECURSOS HUMANOS        15

7.4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO        16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        16


1 TENDÊNCIAS MACROECONÔMICAS

1.1 TENDÊNCIAS ECONÔMICAS

O Brasil encontra-se, atualmente, em um momento de crise econômica diretamente influenciada pela conjuntura política do país - reflexo tanto dos resultados de gestões passadas quanto de problemas da atual gestão. Tal cenário político instável e incerto acarretou a desvalorização da moeda nacional diante do dólar americano e queda na bolsa de valores durante suas operações diárias. Para a indústria farmacêutica, que importa 90% dos insumos necessários para fabricação de seus produtos, a situação é de cautela - seus custos podem sofrer aumentos devido a variação cambial (SALGADO, 2015).

Além de ter os preços afetados pela alta no valor dos insumos, as farmacêuticas também lidam com outro fator que implica no valor final de seus produtos: os impostos. Em 2016, o governo brasileiro alterou as alíquotas referentes ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS), em alguns estados chegando a 20%. De acordo com o Interfarma (apud Máximo, 2015), aproximadamente 34% do preço final dos medicamentos se refere a carga tributária aplicada sobre os produtos, uma das mais altas do mundo. Isso ocorre porque, por ser um produto de baixa elasticidade, ou seja, com poucos substitutos no mercado, é uma das formas mais fáceis do governo arrecadar dinheiro (MÁXIMO, 2015).

Devido ao aumento dos preços, os consumidores finais de remédios estão buscando alternativas para economizar, o que afeta diretamente as indústrias. Muitos brasileiros acabam adquirindo medicamentos não controlados durante viagens a demais países, principalmente Estados Unidos da América, onde é possível a compra de diversos remédios sem a necessidade de receita médica. Ainda, há também quem opte pela compra de medicamentos genéricos ao invés do medicamento indicado pelo médico - outra forma de economizar diante dos altos preços.

Tal tendência impacta diretamente na performance das indústrias com produção em território brasileiro. Ao contrário da expectativa exposta pela IMS Health em 2014 - que indicava que o Brasil seria o quarto maior mercado para indústrias farmacêuticas no mundo - o país encontra-se hoje na sexta posição, atrás de EUA, Japão, China, Alemanha e França - consequência principalmente do difícil momento econômico pelo qual passa o Brasil (WEE, 2017).

Apesar de não alcançar as expectativas, o setor farmacêutico cresceu 12,5% em 2016 (em unidades vendidas). Quanto ao faturamento, também apresentou melhores resultados, devido principalmente a inflação (NARDINO, 2017).

1.2 TENDÊNCIAS SOCIAIS

No Brasil, um dos principais clientes das indústrias farmacêuticas é o próprio governo brasileiro. As compras do governo são realizadas em larga escala para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, hospitais da rede pública que atendem grande parte da população brasileira, principalmente classes de baixa renda. Ainda, o Estado firmou uma parceria com a indústria farmacêutica para conseguir implantar o programa Farmácia Popular. Tal programa oferece 112 medicamentos com redução de até 90% sobre o seu valor de mercado. Ainda, remédios selecionados para doenças como diabetes e hipertensão são adquiridos de forma gratuita por pacientes que apresentem receitas médicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). Entretanto, a Interfarma indica que o governo possui uma dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão, sendo 57% do total de responsabilidade da esfera federal. Apesar dos programas visarem maior acesso da população, o Estado não possui recursos financeiros para arcar com tal responsabilidade junto a indústria farmacêutica gerando uma crise de abastecimento na rede pública (LEAL, 2015).

Entretanto, os problemas não são exclusivos do governo. De acordo com um estudo publicado pelas Nações Unidas no Brasil, há um claro conflito de interesses entres as farmacêuticas e a sociedade. Enquanto a população brasileira necessita uma saúde pública desenvolvida e de remédios a preços justos, as farmacêuticas possuem interesses pessoais visando o lucro. As grandes empresas precisam manter seus acionistas satisfeitos por meio de crescimento e retorno financeiro, por isso, não mantém em seu portfólio produtos antigos, porém eficazes e de preços mais acessíveis. Ao invés disso, lançam no mercado produtos novos e mais caros, tornando o acesso por parte da sociedade mais difícil devido a situação econômica do país (ONUBR, 2016).

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