Nada De Mas
Trabalho Universitário: Nada De Mas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adancris • 21/8/2014 • 2.375 Palavras (10 Páginas) • 220 Visualizações
3. EFEITO DAS IRREGULARIDADES DO TERRENO
Sob o ponto de vista prático é interessante estabelecer um limite, em função do
comprimento de onda, a partir do qual este efeito deva ser considerado. Com a definição
deste limite tem-se uma base para aplicação da Recomendação P.368-9 comentada
anteriormente. Entretanto, não há um critério específico que permita atingir este
objetivo de forma precisa. Por exemplo, de acordo com Knight [4], na faixa de ondas
médias, este efeito torna-se importante quando as irregularidades do terreno são da
ordem ou superiores a um comprimento de onda. Entretanto, valores mais restritivos
podem ser observados dependendo da localização dos principais obstáculos do terreno
em relação à posição do receptor [5]. Um critério conservador seria adotar o limite de
0,5• para utilização da solução correspondente a uma terra lisa e homogênea. Por outro
lado, duas soluções se destacam quando se deseja considerar a propagação sobre um
terreno irregular e não homogêneo: a equação integral de Hufford [6] e a série múltipla
de Furutsu [7]. Apesar de complexas no que diz respeito à formulação matemática, estas
soluções permitem calcular de modo razoavelmente preciso a atenuação de propagação.
3.1 Equação Integral
Neste caso, o terreno é representado por um perfil completamente arbitrário onde as
propriedades elétricas variam continuamente. A equação integral possui uma
interpretação física relativamente simples onde os termos correspondentes às variações
do relevo e os parâmetros elétricos (permissividade e condutividade) do solo são
claramente definidos. Maiores detalhes podem ser encontrados no Anexo I. A Fig. 2
apresenta um exemplo de aplicação da equação integral [8]. A frequência de operação é
de 1618 kHz. Observa-se nesta figura que, apesar de um relevo bastante irregular, há
uma concordância satisfatória entre o calculo teórico e os dados experimentais.
Entretanto, duas importantes limitações desta solução devem ser destacadas: a) O tempo
de computação necessário para obter a solução numérica da integral; b) O relevo não
deve apresentar descontinuidades abruptas (tipo degrau) como as encontradas em
regiões costeiras (falésias), em transições abruptas entre planície e montanhas, etc.,
onde se observam acentuadas inclinações do terreno. Na faixa de ondas médias, o
problema do tempo de computação é menos crítico. Isto porque a solução converge
mais rapidamente em função do número de pontos utilizados na integração numérica.
No que se refere ao problema das descontinuidades abruptas, o recomendável neste caso
é utilizar a solução de Furutsu comentada a seguir.
3.2 Solução de Furutsu
Teoricamente, a solução desenvolvida por Furutsu é aplicável quando o terreno
apresenta uma série de descontinuidades em altitude e das propriedades elétricas ao
longo do percurso de propagação da energia. Entretanto, dependendo do número de
descontinuidades, o cálculo pode tornar-se praticamente inviável devido à lenta
convergência da solução. O método apresenta particular interesse quando se tem um
perfil do tipo mostrado na Fig. 3. A formulação matemática para este perfil consta do
Anexo II. A Fig. 4 apresenta um exemplo [9] da aplicação desta solução para o caso da
Fig. 3, onde a descontinuidade do terreno é representada por uma falésia entre a terra e o
mar. Esta figura mostra a distribuição da intensidade de campo na ausência (parte
superior) e na presença da descontinuidade (parte inferior). O cálculo foi feito para a
REVISTA DE RADIODIFUSÃO - VOLUME 03, N° 03
233frequência de 10 MHz supondo a descontinuidade com 50 metros de altura. Vale
observar que a solução de Furutsu pode ser usada como complemento da equação
integral.
Fig. 2 – Aplicação da solução integral
Fig. 3 – Descontinuidade do tipo degrau
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234Distância da fonte de sinal (km)
Fig. 4 – Efeito de uma descontinuidade do tipo degrau
4. PROPAGAÇÃO EM ÁREAS URBANAS E SUBURBANAS
Os primeiros trabalhos sobre este problema foram experimentais com base em medidas
realizadas em Nova York e Washington [10] há mais de 80 anos (1924). Embora não
houvesse na época conhecimento suficiente para uma fundamentação teórica do
assunto, os resultados desses trabalhos foram de grande relevância para estudos sobre a
cobertura da radiodifusão sonora em áreas urbanas e suburbanas de cidades. A
interpretação rigorosa das características da propagação em ambiente urbano foi dada
aproximadamente 50 anos mais tarde por Causebrook [11,12], tendo por referência
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