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Por: leovelares • 13/4/2015 • Dissertação • 1.153 Palavras (5 Páginas) • 177 Visualizações
PRÉ-MODERNISMO (1902 – 1922)
Contextualização histórica:
- A Europa se preparava para a Primeira Guerra Mundial.
- No Brasil, período em que se inicia a República do café-com-leite (união do Estado mais rico, São Paulo, com o mais populoso, Minas Gerais).
• Período de consolidação política republicana de fazendeiros-exportadores e de comerciantes ligados ao café, como também de desenvolvimento do capitalismo industrial (em SP e RJ).
• Esse momento entra em crise na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana de Arte Moderna.
- Em face do desenvolvimento capitalista industrial, intensificou-se a imigração, cresceram os setores operários, aproximando brancos, mulatos e negros, que se organizavam politicamente. Greves operárias paralisavam S.Paulo e Rio;
- Afirmavam-se, socialmente, os padrões do gosto artístico popular (enquanto a elite assistia a operetas e dançava valsas e polcas, o povo fazia suas modinhas e serestas ao violão e dançava o lundu, o maxixe e o samba);
- surgimento de uma imprensa de protesto;
- a grande imprensa entra num processo de modernização, transformando-se numa empresa capitalista (que visava lucros e, portanto, procurava adequar-se ao gosto dos leitores, sem deixar de atender as elites que a sustentavam – criação de uma imagem mais objetiva do país, mas de acordo com a ideologia dominante: nação cordial, pacífica e generosa);
- período histórico que precedeu a Semana de Arte Moderna e que teve significado artístico: surgimento de uma literatura social mais problematizadora;
- tendência mais autenticamente nacional, voltada para os problemas concretos do país, sem a idealização dos modelos europeus importados (ex: Os sertões, de Euclides da Cunha, que trazia a rude realidade sertaneja; Recordações do escrivão Isaias Caminha, de Lima Barreto, que denunciou os preconceitos raciais; Urupês, de Monteiro Lobato, que apresentou uma imagem trisste do caipira – o Jeca-tatu);
- luta de escritores engajados contra o condicionamento à utilização de uma linguagem acadêmica, convencional, meramente ornamental (ex: monteiro Lobato), a favor de uma linguagem mais direta, afim da realidade brasileira;
• Os modernistas achavam que não havia propriamente arte literária, mas uma “literatice” pseudo-artística, que repetia procedimentos estilísticos estereotipados.
• Essa estilização literária, que repetia os padrões estéticos do Parnasianismo (não somente na poesia, mas também na prosa), correspondeu aos padrões estéticos artísticos da “belle époque” * . A “belle époque” brasileira significou “um mundo cor-de-rosa”, de consumismo importado em que as elites procuravam a moda parisiense e davam festas deslumbrantes (em que se declamavam versos em francês, de autores brasileiros).
- Nos países subdesenvolvidos apareceram duas formas de nacionalismo:
• nacionalismo conservador - reprodutor de um passado estático e distante das aspirações populares;
• nacionalismo progressista – voltado para o presente, luta pela superação de carências sociais, políticas e culturais.
- Início do séc. XX: surgimento de um ufanismo nacionalista (Por que me ufano de meu país, 1902, de Afonso Celso). Monteiro Lobato contrapôs essa imagem simplista (“Jeca-tatu”, de Urepês que mostra a situação triste do homem do campo); na cidade, as obras de Lima Barreto mostraram as imagens negativas antiufanistas (visão das camadas proletárias do Rio de Janeiro).
▪ Nacionalismo pré-modernista:
- Graça Aranha ( em Canaã) procurou defender a viabilidade do Brasil como país independente;
- Euclides da Cunha (Os Sertões) mostrou o sertanejo com suas carências – uma nova visão do interior do país, mais problemática, sem o pitoresco regional ao gosto do colonizador europeu;
- Monteiro Lobato: caráter nacional e social também em sua obra, em que aproximou a perspectiva racional dos escritores do Realismo;
- Lima Barreto (Triste fim de Policarpo Quaresma – obra mais significativa que traz o tema da luta entre o idealismo e a realidade)
Características:
- desejo de emancipação intelectual em oposição ao nacionalismo econômico (busca da realidade brasileira sem idealizações).
- visão nacionalista com maior profundidade (vida política, econômica, social e cultural do país deveria ter um destino social, em função do povo brasileiro)
Pontos comuns às principais obras desse período: ruptura com o passado; denúncia da realidade brasileira ; regionalismo (vasto painel brasileiro); tipos humanos marginalizados (o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos e os mulatos tornam-se personagens) e ligação com fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos.
* Belle Époque (na Europa)
A Belle Époque (bela época em francês) foi um período na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano.
A Belle Époque foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque".
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