Resenha: A Culpa É Das Estrelas
Dissertações: Resenha: A Culpa É Das Estrelas. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 25/9/2014 • 1.477 Palavras (6 Páginas) • 588 Visualizações
difícil, que você leitora não tenha ouvido falar do livro (e agora filme) A Culpa É Das Estrelas (The Fault in our Stars)! O romance de John Green mostra o relacionamento de dois adolescentes que sofrem de câncer.
Hazel é uma jovem de 16 anos que sofre de câncer na tireóide e, graças a uma droga nova, está estabilizada. Sua mãe insiste que a filha vá a uma reunião de um grupo de apoio de jovens com câncer. Lá ela conhece Augustus – ou Gus, um jovem jogador de basquete que perdeu uma perna para o osteosarcoma. Hazel é contagiada por Augustus, que vê o mundo e as coisas ao redor dela de maneira super otimista.
Lançado em 2012, a jornada de Hazel em seu primeiro relacionamento foi um sucesso enorme. Hollywood não podia ficar de fora e esse mês foi lançado a adaptação para os cinemas, estrelando Shailene Woodley, como a protagonista Hazel e Ansel Elgort, como Augustus.
A Luiza e a Beatriz assistiram o filme e deixam suas impressões:
A culpa é das estrelas – Luiza Vilela
E eis que finalmente estreou! Vou confessar que levei mais tempo do que deveria pra ler o A culpa é das estrelas; não porque eu tenha algum tipo de preconceito com ficção young adult (ficção para jovens adultos, em tradução livre), mas porque sabia que era sobre adolescentes com câncer e isso me soava apelativo em vários níveis. Eu também não tinha lido nada do John Green, e às vezes o hype me incomoda. Mas aí minha chefe foi passar uns dias em NY e chegou no escritório com o livro no original, e eu não resisti. Faço um esforço pra ler literatura contemporânea no original, já que trabalho com isso, e acho que principalmente quando se trata de young adult, as nossas editoras ainda precisam avançar um bocado na questão da tradução. Fica sempre tudo muito empoado ou muito infantilizado, quase nunca no ponto. Enfim. Catei o livro, fui pra casa e pã: me apaixonei. Não é um livro sobre crianças com câncer, é um livro sobre primeiro amor, sobre as durezas da adolescência. E sim, há pessoas jovens com câncer, mas em nenhum momento isso as define. E está aí o brilhantismo da coisa toda. Isso e o fato de que o John Green escreve diálogos bem pra caramba. Fora que há toda uma segunda camada no livro, para além da história linda e emocionante. É como se o autor fosse inserindo camadas de complexidade pra quem quiser e conseguir pescar – toda a história deles com o autor do livro preferido da Hazel é tipo uma introdução à teoria da literatura, e eu achei isso muito bacana. Daí tem o filme. Gente, que casting! Não só dos dois pombinhos principais, que são maravilhosos (a expressão do Ensel Elgort, do momento em que eles chegam em Amsterdã pra frente, muda de um jeito tão espetacular que chega a doer, e a Shay parece que nasceu para ser a Hazel). Enfim, a trilha é linda, os coadjuvantes são incríveis e eu achei que todas as cenas mais importantes do livro ficaram lindas na telona, à exceção de uma: o beijo dentro do Anne Frank Museum. E vou explicar: pra começar, achei longa e sofrida demais a subida até o sotão – uma coisa meio Rocky Balboa, sabe? Muito drama. E segundo porque, como eu disse num texto sobre relação com a família aqui na Capitô, eu achei lindo que esse beijo tivesse acontecido depois de um vídeo em que o pai da Anne Frank fala sobre a questão de nunca conhecermos de fato os nossos filhos. Faz sentido e é lindo porque aquele é o momento em que a Hazel percebe o quanto ela precisa se deixar amar por uma pessoa que não os seus pais. E aí no filme isso não rola. Mas é coisa pequena. E o filme ainda tem uma cena maravilhosa e hilária que não rola no livro, mas vou me abster de descrever pra quem ainda não leu/assistiu. É emocionante, gente, e de minha parte está recomendadíssimo. Coloca tudo em perspectiva, sabe? Já diria o Los Hermanos: “ter fé e ver coragem no amor” <3.
A culpa é das estrelas – Beatriz Trevisan
Quando eu li o livro A culpa é das estrelas, estava fazendo uma viagem. Passei o dia lendo no carro, estava viajando para pegar um avião, e, quando sentei no avião, estava naquela parte final, que você que leu ou viu o filme sabe qual é. Eu chorei durante 20 minutos até terminar o livro, com todo mundo olhando pra mim (provavelmente achando que eu estava com medo de voar – e eu estava, mas não era por isso que estava chorando). Chorar em público por um livro: quem nunca fez, um dia fará, né?
Só que no fim do filme isso não aconteceu. Não é que eu não tenha gostado, gostei muito! Achei o filme muito fiel e o jeito que eles fizeram as conversas por SMS ficou muito engraçadinho. Mas eu não consegui sentir tanto. Não sei se é porque eu já sabia o que ia acontecer, ou porque eu estava tanto na expectativa de chorar que acabei não chorando. Mas o que eu acho que aconteceu foi que, no livro, eu mergulhei mais. Por demorar mais tempo para ler do que para ver um filme, eu acabei me envolvendo mais. Eu criei o Gus e eu criei a Hazel do jeito que eu queria e de um jeito que acabou me apaixonando mais do que o Gus e a Hazel do filme. Às vezes os personagens dos filmes superam muito aquilo que a gente imaginou ao ler né? Bom, comigo, dessa vez, não foi assim. Acho que eu estava muito apaixonada pelo Gus da minha cabeça (ele era tão lindo!).
O que me encantou na história foi a identificação que eu acho que a maioria das pessoas pode sentir. Embora poucos adolescentes tenham de enfrentar um câncer tão novos, o câncer não é o foco, é um obstáculo que a Hazel e o Gus têm que enfrentar para ficarem juntos pelo tempo que puderem. Sinto que o câncer era, sim, um modo de o autor falar sobre o sofrimento de ter que passar por isso e estar em volta de pessoas passando por isso, mas também poderia ser entendido como aquilo que acabaria com qualquer amor – no caso, o primeiro amor. Desse modo, ele disse, “ei, seu amor, principalmente seu amor adolescente, pode acabar e pode acabar de um jeito trágico; pode acabar de um modo que você não esperava (já que a expectativa era que quem morresse fosse a Hazel e não o Gus), mas ele vai deixar uma marca e ser importante para você”.
Eu gostei muito dos atores. Achei que a Shailene, a menina que fez a Hazel, combinou muito com o papel. Eu só imaginava ela mais seca, achei ela excessivamente fofa no filme. Fiquei meio triste na cena com o autor favorito deles, porque eu queria que ela chegasse lá e gritasse e quebrasse tudo e!!!! …e no fim achei que ela foi meio morna! Queria uma Hazel mais badass. O Ansel, que fez o Gus (e que me deixou muito triste quando eu descobri que ele é mais novo que eu, tô ficando velha), entrou muito no papel. A naturalidade com que ele fala da perna mecânica, por exemplo, me pareceu bem maior no filme do que no livro (ou pelo menos do que na minha imaginação) e isso me impressionou muito, o jeito como ele construiu isso. Parece que ele totalmente incorporou o próprio Augustus Waters. Todas aquelas piadinhas que ele fazia, se me dissessem que não estavam no texto do ator e que ele improvisou eu acreditaria, de tão natural que pareceu. Mas o destaque de verdade para mim foi o Isaac (interpretado pelo Nat Wolff, também mais novo que eu :-( ). Achei ele muito bom, bem melhor que o que eu imaginava no livro (o que foi aquela cena dele quebrando os troféus?!)! Eu imaginava no livro ele igual àquele loirinho de óculos daquele desenho Hora do Recreio (mais alguém aí é uma criança dos anos 90?). E imaginava o Gus muito mais do jeito que é o Isaac do filme. Me surpreendeu bastante e adorei.
De longe, a cena mais emocionante de todas para mim foi aquela em que a Hazel e o Isaac encontram o Gus para fazer para ele o discurso que tinham preparado para o funeral dele. A Hazel estava incrível, muito muito incrível. Achei que os dois combinaram tanto. Funcionou muito bem pra mim.
No mais, eu acho que curti mais o livro, e super indicaria para alguém que não leu ainda!, mas conheço gente que preferiu o filme. É que o filme é muito bom também e bem fiel. Ouvi dizer que o John Green, autor do livro, está orgulhoso! :-)
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