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Visão De Mundo

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Por:   •  27/2/2014  •  2.798 Palavras (12 Páginas)  •  297 Visualizações

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Através da abordagem desse tema a espiritualidade pretende falar sobre a visão de mundo que nós costumamos ter diante da realidade que nos envolve, na intenção de que, até o final das nossas palavras possa ocorrer a semeadura de uma reflexão sobre o assunto.

Possivelmente, a personalidade mais brilhante em termo de potencialidade intelectual do século XVII, tenha sido a do filósofo francês, René Descartes. Em um dos seus livros, Discurso do Método, logo no seu primeiro parágrafo, ele diz: “O bom senso é, das coisas do mundo, a mais bem distribuída, já que todos se contentam com a cota que julgam ter, e, mesmo pessoas difíceis de se contentarem em relação às outras coisas então bastante satisfeitas com as suas cotas de bom senso”.

Descartes dizia que, todo mundo na Terra se julga possuidor de bom senso, não porque se ache mais ou menos inteligente que outras pessoas, mas sim, porque o ser humano julga, avalia e raciocina de acordo com os elementos que possui no cérebro. Assim, cada um de nós se julga rei do bom senso, porque temos o péssimo hábito de confiar nas nossas opiniões, nas nossas verdades e nos nossos conceitos.

E aqui digo, envolvido pelos amigos espirituais, que isso é um péssimo hábito, porque nós deveríamos tentar crivar melhor essas opiniões, esses elementos, essas verdades que pensamos ter, porque é exatamente sobre o conjunto das opiniões formadas através dos nossos conhecimentos, que surgem os conceitos que vão delimitar o tipo de visão de mundo que nós temos.

Assim, René Descartes se divertiu com a humanidade dizendo que todo o mundo era o rei do bom senso, porque cada pessoa, com os elementos que tem, costuma ter opiniões a respeito de tudo, costuma ter conceitos e ter absoluta certeza a respeito de tudo, esquecidos que, talvez, eles estejam longe da verdade.

Nesse sentido, é engraçado percebermos como alguém da religião católica utilizando os elementos que colheu com o aprendizado do catolicismo, raciocina de uma forma peculiar, a respeito de Deus. O interessante é que se essa pessoa não tivesse nascido aqui no ocidente, mas, no oriente, num país Islâmico, por exemplo, essa mesma pessoa iria aprender os elementos do Alcorão e iria raciocinar a respeito de Deus com os elementos do Islamismo. Cada uma dessas religiões tem um aspecto cultural diferente e o repassa para as novas gerações, essas vão formando os seus padrões culturais e, a partir daí, criam isso que nós chamamos de bom senso e cada um vai julgar a realidade, ou seja, cada um vai ter uma visão de mundo sobre a realidade que o cerca, de acordo com os elementos da cultura que estão instalados no seu cérebro.

O que dizer de um mundo que possui cerca de 30 religiões e cada umas delas pretendendo ser a única correta, impondo os seus padrões culturais a seus fieis? Esses, com os elementos a que se acostumaram a pensar, a partir deles emitem as suas verdades e seus conceitos, cada um pretendendo ser o rei e a rainha do bom senso. Como o mundo que só tem autoridade vai conseguir chegar a algum acordo sobre alguma coisa?

De fato, Descartes queria brincar conosco dizendo que nós estamos longe de ter um bom senso razoável, já que esse não é produto de uma análise criteriosa e sim, de hábitos e costumes culturais. Esse é o grande problema da humanidade, de cada um de nós, e o pior é que nem sabemos que é assim.

Nós não seriamos os mesmos que somos hoje, se estivéssemos estudado em escolas diferentes das que estudamos, se estivéssemos recebido influências de outros pais, de outros amigos, de outros tipos de canal de TV diferentes dos que ai estão, se tivéssemos sido acostumados a ler desde a infância. Nós não seriamos os mesmos que somos hoje, se nossos cérebros tivessem absorvido outros elementos ao longo da nossa vida. Isso mostra que as nossas verdades são relativas.

Quem nos observa lá de fora olha para 7 bilhões de homem e mulheres, cada um pensando que é o “rei da cocada preta”, cada um achando que é doutor daquela matéria, cheio de razão e de verdades.

Quem nos olha lá de fora percebe 7 bilhões de doidos vivendo com péssimos hábitos, achando que estão dando um show, quando, na realidade, nós estamos estragando a vida cósmica, estamos tornando feio algo belíssimo, que é o ato de existir. Nós conseguimos fazer isso porque envenenamos o nosso psiquismo com um monte de loucura. E o pior é que ao longo da história da humanidade uma geração vai repassando para a sua sucessora os mesmos valores culturais completamente equivocados, impondo uma forma de raciocino, uma forma de crença e nós vamos apenas herdando os valores.

Raciocinar, que é bom, não é conosco, porque crer é um conforto psicológico formidável, é fácil. Porem, pensar é um esforço psicológico grande, não é todo cérebro que está habilitado a pensar, é necessário esforço para romper com os padrões culturais que marcam o nosso entendimento de mundo. Se nós não rompermos com o velho padrão de entendimento de mundo jamais perceberemos os novos elementos de uma nova visão de mundo, que deve ser construída a cada geração.

Hoje vivemos piores do que os assírios, há 1.700 anos. Em certos sentidos a humanidade regrediu, em termos de elementos cerebrais e de conceitos de vida. Se nós colocarmos a nossa visão lá no passado remoto, há cerca de cinco mil anos… Existem registros históricos na antiga cidade de Tula (hoje, Cidade do México, a capital do México), também no Egito e em diversos cantos do planeta mostrando que as comunidades existiam de forma muito mais razoável que nós, homem e mulheres ditos modernos.

Mas pouco importa. Como é que alguém descobre a visão de mundo que lhe é própria? É bem simples. Pegando uma folha de papel e dizendo: O que eu penso a respeito de Deus? Ah, mas é um saco escrever! Ta bom, não escreva, pense, pelo menos tende responder, grave e depois escute. Depois você vê a perola que você vai soltar sobre Deus.

Você só pode evoluir no conceito que você tem de Deus ou em qualquer outro, se você trabalhar esse conceito, se você escutar a própria opinião, vendo que ela não é ainda a melhor, ou o melhor conceito.

Qual o ser humano que faz isso, quem de nós faz isso? Em não fazendo isso seremos os mesmíssimos ignorantes, no sentido de desconhecermos verdades mais profundas.

O que é que é eu penso a respeito de religião? Qual, na minha opinião, deve ser a função da religião no mundo? Para que elas servem? Para que eu sirvo na religião que professo? Como é que me comporto de acordo com os elementos de minha religião?

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