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Álvaro

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Por:   •  15/3/2015  •  406 Palavras (2 Páginas)  •  182 Visualizações

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"Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas."-Várias personalidades vividas pelo poeta no seu mundo interior

"Sendo nós portugueses, convém saber o que é que somos. O bom português é várias pessoas.”

 Tentativa de representar a multifacetada vida portuguesa

“O ponto central da minha personalidade como artista é que sou um poeta dramático; tenho continuamente, em tudo quanto escrevo, a exaltação íntima do poeta e a despersonalização do dramaturgo.”

Poeta dramático

Nasceu em Tavira, a 15 de Outubro de 1890

Fernando Pessoa sentiu “um impulso para escrever”

Formou-se em Engenharia Naval em Glasgow, Escócia.

Os seus primeiros poemas foram publicados na revista Orpheu, em 1915

Álvaro de Campos foi criado na primavera de 1914

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Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.   Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;   Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!

Vou fazer as malas para o Definitivo,   Organizar Álvaro de Campos,   E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem - um antes de ontem que é sempre...  Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.  Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...  Produtos românticos, nós todos...  E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.  Assim se faz a literatura...  Santos Deuses, assim até se faz a vida!

Os outros também são românticos,   Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,   Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,   Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,   Os outros também são eu.   Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,   Rodinha dentada na relojoaria da economia política,   Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,   A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...  Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,   Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,   E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafísica.  Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,    Fitei de frente todos os destinos pela distracção de ouvir apregoando,   E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,    E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...  Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...

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