A Coorporação

1. Documentário “A Corporação”

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The Corporation (A Corporação) é um documentário canadense produzido e dirigido por Mark Achbar e Jennifer Abbot em 2003, que gerou uma grande repercussão no mundo, principalmente dentro das instituições acadêmicas. Mais de 40 entrevistas são apresentadas, com diversos pontos de vistas historiadores, executivos, críticos e ativistas, como Noam Chomsky, Naomi Klein, Vandana Shiva e Michael Moore.

“A Corporação” trata de um assunto singular e que se torna cada vez mais nítido no cenário das grandes empresas: a falta de ética existente na maioria delas. Muitos opinam que as empresas querem dominar o mundo e que a falha do capitalismo é a falha da cobiça.

O filme mostra que as corporações, de acordo com a lei, agem como uma pessoa jurídica que não tem uma “consciência moral”. As corporações foram criadas pela lei para beneficiarem os acionistas e gerar lucros, não gerando valores humanos, cultura crítica ou questões de cidadania, ou seja, não contribuem diretamente para as demandas de interesse público e da sociedade. As corporações seriam simplesmente uma estrutura legal e artificial, apesar de todos os seus membros possuírem , a priori, responsabilidades e caráter. O documentário discute, sob ponto de vista psicológico que tipo de pessoas essas empresas seriam e traça um diagnóstico de personalidade para a corporação: a psicopatia. Os sintomas são: despreocupação com a vida do outro, impossibilidade de assumir culpa, entre outros.

O filme traça também uma série de males que a corporação causa em nosso mundo atual:

• Mal aos empregados: corte de vagas, fim dos sindicatos, incêndios em fábricas.

• Mal à saúde humana: produção de produtos perigosos e químico- sintéticos, lixo tóxico, poluição.

• Mal aos animais: destruição dos habitats, fazendas industrializadas, experiências com animais.

• Mal à biosfera: devastação florestal, emissões de CO2, lixo nuclear.

São mostrados no documentário diversos casos de corporações que não se preocupam com o mal que podem estar fazendo com o meio ambiente, com as outras pessoas e até consigo mesmas. Apesar de não ser citado no documentário, temos como exemplo a empresa internacional de roupas Zara. Diversas operações já foram realizadas, nas quais encontraram pessoas que estavam em condição de trabalho escravo, inclusive na capital paulista. Outro exemplo prático pode ser visto na Monsanto. A empresa detêm 80% da produção mundial de sementes e quebrou centenas de produtores rurais, além de ter dizimado plantações orgânicas pela polinização de cultivos e sementes transgênicas muitas vezes contrabandeadas e ilegais.

Os entrevistados também mostram que as empresas que desenvolvem ações sociais, não o fazem necessariamente por serem “boazinhas” e terem a vocação para ajudar as pessoas. Elas o fazem por vários motivos, dentre eles: isenção de impostos com projetos sociais, por haver demanda do mercado e das pessoas que muitas vezes optam por consumir produtos e serviços de empresas politicamente corretas, ou seja, dentro do contexto da responsabilidade social