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A Influencia Da Midia

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Por:   •  21/10/2014  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  688 Visualizações

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Mídia, manipulação e política estão diretamente ligados, caminham juntos. Entrelaçando então esses conceitos podemos perceber que a manipulação midiática é algo que se torna cada vez mais presente em nosso dia a dia. Há quem acredite que os jornalistas, repórteres e os mais variados meios de comunicação fazem, nada mais nada menos, que exercer o papel deles de informar o povo. Porém, muitos defendem (e com total razão) que tudo aquilo que é veiculado por esses meios está acoplado a interesses e ideologias particulares. A imprensa, seja aqui no Brasil ou em qualquer outro canto do mundo, sempre esteve fortemente atrelada aos interesses privados de uma classe dominante e com poder de persuasão. Os meios de comunicação de massa, tendo tanto poder como tem atualmente, acabam fazendo uso de macetes discursivos e políticos para manipular o povo. Esses veículos de “informação” são grandes formadores de opiniões que vem estabelecendo cada vez mais um processo de alienação da sociedade. O escritor e filósofo italiano Umberto Eco (1932), trata muito bem dessa questão. Em sua obra “Apocalípticos e Integrados”, o autor reflete a respeito da comunicação contemporânea e analisa, principalmente, os dois lados da moeda, ou seja, a opinião de quem condena ou absolve esses grandes meios de comunicação de massa. De acordo com Eco, os apocalípticos são aqueles que desaprovam a mídia como um todo. Segundo eles, os veículos de comunicação estariam estimulando uma cultura homogênea e padronizando a opinião das pessoas. Não obstante, o autor ressalta que essa grande mídia está promovendo o lazer e o entretenimento, enquanto desestimula o público a pensar e refletir sobre questões ligadas à política e o meio em que vivem. Nesse sentido, Eco aponta para uma despolitização do povo e um jornalismo cada vez mais deflagrado. Além disso, ele reforça que esses meios de comunicação são usados para fins de controle e manutenção de uma sociedade capitalista.

Para elucidar nossa reflexão, decidimos pegar como exemplo o caso das eleições presidenciais de 1989, na qual essa manipulação jornalística se tornou explicita. De um lado tínhamos o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e do outro Fernando Collor, do PRN. A Rede Globo, já conhecida por articular suas reportagens na época da ditadura e das Diretas Já!, transmitiu o debate em um horário de difícil acesso, o que dificultou a maioria dos brasileiros interessados por política a assistirem as propostas de ambos candidatos. Depois de transmitir o debate em rede nacional, o canal fez um resumo de tudo e, através de edições de vídeo, conseguiu prejudicar Lula e idealizar indiretamente Collor como melhor representante do Brasil. Analisando então esse caso, compreendemos o quanto é grande e eficiente o poder desses meios de comunicação. Para muitos, a mídia é o “quarto poder”, aquele que controla e maneja as informações destinadas ao interesse publico. Como podemos reparar, ocorreu uma clara manipulação que beneficiou o candidato do Partido da Reconstrução Nacional, que possuía ligações político-ideológicas com o canal. Segundo o sociólogo inglês John Brookshire Thompsom (1951) o que esses meios de comunicação fazem é articular a informação, mas não o povo. Logo, a mídia não consegue manipular as pessoas, mas sim as informações que são divulgadas à população. Thompson vem de uma linhagem de autores que reconhece a influencia da hermenêutica na mídia e nos seres humanos. Baseando-se então nos conceitos do filósofo alemão Hans-Georg Gadamer, principal pensador dessa área, o inglês aponta como hermenêutico a capacidade de se pensar e compreender certos textos, sejam eles falados ou escritos. Portanto, trazendo essa definição para a situação atual da mídia, cabe ao povo decidir se faz parte ou não da própria manipulação (biopolítica).

Mídia vem do inglês media, que representa vulgarmente todas aquelas plataformas, impressas ou digitais (internet, jornais, televisão), que são usados para a comunicação de massa. O autor estabelece o processo de transmissão da informação levando em conta essa mídia, que segundo ele, é aquilo que media (por isso o nome – sentido etimológico) a relação entre o emissor e seus receptores. Ou seja, essa “ponte” pode ser compreendida como ferramenta essencial para o controle e a manipulação daqueles que recebem as mensagens. Porém, vale ressaltar que o receptor tem a intencionalidade em suas mãos, isto é, o poder de decidir sua posição em relação aos temas abordados.

De acordo com o alemão Harry Pross (1923-2010), a mídia pode ser classificada em três ramos: a primária, a secundária e a terciária. A primeira delas é o corpo, uma das mais ricas e complexas. Essa mídia se estabelece através da relação humana, isto é, quando duas pessoas se encontram e trocam informações. Assim, ocorre um processo de comunicação por meio de relações, conexões e linguagens. Já a secundária remete a todos aqueles aparatos que ampliam o grau de conteúdo e comunicação. Essa mídia nasceu da necessidade de representação do ser humano na sociedade, e pode ser compreendida como extensão dos sentidos do homem. A escrita, por exemplo, é uma representação da fala. A roupa, o silicone e os músculos camuflados são atributos que agregam ao self do individuo e, consequentemente, amplificam a sua comunicação. Por fim, a mídia terciária é aquela que estende a secundária, e, por meio do som e da imagem, faz com que a mensagem chegue cada vez mais rápida e eficiente. Exemplo disso é a televisão que, segundo a maioria dos pensadores, é o maior aparato de manipulação da sociedade.

Desse modo, com o intuito de apresentar a situação e o campo da mídia, Thompson apresenta uma tipologia de poderes, na qual ele descreve e identifica a influencia deles na vida do ser humano. São os seguintes: político (poder paternal exercido pelo Estado); econômico (aquilo que remete ao mercado – má distribuição da propriedade privada); coercitivo (convencimento – faz o individuo tomar uma decisão que não queria) e simbólico, que é o poder que os meios de comunicação tem para articular as pessoas e suas opiniões. Segundo o filosofo, esse último é o mais importante, já que afeta os outros três poderes.+.

Os grandes meios de comunicação são, em sua maioria, verdadeiros ‘partidos políticos’, e, por meio de inúmeros macetes discursivos, fazem com que suas ideologias

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