A Prevenção ao F.O.D.
Por: RodrigoAbrantes • 27/10/2022 • Artigo • 868 Palavras (4 Páginas) • 73 Visualizações
Prevenção ao F.O.D.
Em 25 de julho de 2000, uma aeronave Concorde da Air France, quando decolava do aeroporto Internacional Charles de Gaulle, nas imediações de Paris, sofreu uma explosão em dois de seus motores e caiu poucos metros após a cabeceira da pista, matando todos os 100 passageiros e nove tripulantes. As investigações apontaram como causa da avaria nos motores a desfragmentação de um dos pneus do trem de pouso e a consequente ingestão dos detritos pelas turbinas.
Mas o princípio desta catástrofe ocorreu quatro minutos antes, quando um Mc Donnell Douglas DC-10 da Continental Airlines deixou cair acidentalmente uma peça do seu reversor sobre a pista. Foi exatamente essa peça de titânio que veio a estourar o pneu da aeronave francesa.
Parece uma grande contradição o fato de uma simples peça ou objeto ter a capacidade de gerar consequências gigantescas e incalculáveis. Um pedrisco ou um arame de freno, se ingeridos, podem destruir uma turbina, danificar um sistema hidráulico e conforme o relato acima, ser um início de um acidente que resultou na destruição completa da aeronave e a morte de todos a bordo.
Apesar do FOREING OBJECT DAMAGE (FOD), ou dano por objetos estranhos ser uma causa de acidentes pouco frequente, muito devido as inspeções e processos pró-ativos focados na prevenção, não devemos diminuir sua importância, visto que o fator FOD é um grande responsável por incidentes.
DEFINIÇÃO
Mas o que vem a ser FOD?
No dia–a-dia das unidades aéreas costumamos nos referir ao FOD como o objeto estranho que pode vir a causar uma avaria à aeronave. Mas a sua sigla em inglês é para o dano causado por ele. Também é comum acharmos que o FOD está exclusivamente associado à ingestão de objetos pelas turbinas. Porém, qualquer parte da aeronave pode sofrer um dano, como por exemplo, pás dos rotores ou para-brisas. Por último, face ao maior número de ocorrências neste sentido, temos tendências de só considerarmos o choque, colisão ou sucção do objeto estranho com ou pela aeronave. Contudo, um travamento de cabos e superfícies de comando ou pedais por algum material estranho ou até mesmo pertencente a outro sistema da própria máquina, pode ser definido como FOD.
Portanto, FOD pode ser definido como “[...] o dano causado a um ou mais componentes de uma aeronave, devido ao contato direto como objeto(s) estranho(s) àquele meio”.
PREVENÇÃO
É fato que as ocorrências de FOD são originárias principalmente do fator humano. Logo, o foco da prevenção é exatamente sobre as atitudes e procedimentos de pessoas e instituições direta ou indiretamente ligadas à aviação.
Para isso, há duas áreas de atuação por parte do Oficial de Segurança de Voo (OSV) ou Agente de Segurança de Voo (ASV): o trabalho genérico e o trabalho específico.
- Trabalho Genérico:
Buscando acima de tudo a conscientização, o OSV/ASV faz através de suas instruções, reuniões, palestras semanais, cartazes, etc... o trabalho contínuo de leva a todos os partícipes a ideia básica da prevenção. Sempre com uma abordagem simples e direta, visando em todos os níveis o entendimento e as consequentes correções de atitudes e procedimentos.
Uma das mais eficientes ferramentas do OSV/ASV é a conhecida “Patrulha FOD”. Feita de uma forma organizada e programada, em horários adequados à organização e ao bem estar das pessoas (horário de menor calor), deve contar com a participação de todos os integrantes da instituição, dos mais altos postos até o mais simples funcionário, onde a importância de cada um na busca por objetos estranhos é a mesma. Ressalta-se ainda que o material recolhido durante as patrulhas não deve ser tratado simplesmente como lixo, mas deve ser analisado com o objetivo de se identificar sua origem e se realizar as necessárias correções.
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