A Produção de Fármacos
Por: Caroline Oliveira Coelho • 16/4/2024 • Trabalho acadêmico • 3.263 Palavras (14 Páginas) • 60 Visualizações
RESUMO
Gerenciar adequadamente os resíduos na indústria farmacêutica demonstra preocupação não só com a questão ambiental, mas também com a saúde pública e o combate ao desperdício. O presente estudo de caso referente ao artigo “Gerenciamento de resíduos no laboratório farmacêutico do estado do Rio Grande do Sul (LAFERGS) como contribuição para a otimização da produção de medicamentos” deve-se a pesquisas referentes à aula de Tratamento de Resíduos Industriais, do curso de Engenharia Química, da UTFPR – Câmpus Londrina. O trabalho baseou-se no processo industrial farmacêutico, em sua estrutura de gerenciamento dos resíduos gerados e os efeitos causados pelos resíduos quando presentes nos efluentes. Foi possível também, aplicar uma nova proposta de modelo econômico, aprendida ao decorrer do curso, conhecida como economia circular.
Palavras-chave: indústria farmacêutica, gerenciamento de resíduos, economia circular.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
2 PROCESSO INDUSTRIAL 7
3 PROCESSO DE GERENCIAMENTO/ TRATAMENTO DOS RESÍDUOS 13
3.1 Resíduos dos fármacos em efluentes 14
4 APLICAÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR 15
5 CONCLUSÃO 17
REFERÊNCIAS 18
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma de produção de sólidos orais. Fonte: LAFERGS, 2003. 9
Figura 2 – Fluxograma de produção de cremes. Fonte: LAFERGS, 2003. 10
Figura 3 – Fluxograma de produção de medicamentos líquidos. Fonte: LAFERGS, 2003. 12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resíduos gerados na produção de medicamentos sólidos. 7
Tabela 2 – Resíduos gerados na produção de medicamentos semi-sólidos. 10
Tabela 3 – Resíduos gerados na produção de medicamentos líquidos. 11
Tabela 4 – Identificação e categorização dos resíduos de acordo com a cor dos sacos plásticos. 14
INTRODUÇÃO
No intuito de preparar medicamentos, a produção de fármacos transpõe processos fabris de substâncias farmacologicamente ativas, obtidas por síntese química. O princípio ativo do medicamento - responsável pela ação terapêutica no organismo - está inserido na produção de fármacos, e, por essa razão, é notório o fato de que a produção de medicamentos é dependente de tal processo.
Portanto, realizar o controle de qualidade nas indústrias tornou-se uma parte do processo industrial para garantir a eficácia e qualidade dos medicamentos para o consumidor, e pode ser considerada a etapa mais importante do processo. Para que ocorra a garantia desses requisitos no processo de produção, as indústrias necessitam cumprir normas impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). (ROCHA, 2014)
Junto a isto, o monitoramento de resíduos de fármacos descartados impropriamente vem sendo pauta de discussões devido ao fato de serem encontradas em efluentes de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e em águas naturais, o que pode ser considerado uma contaminação. O uso constante de antibióticos, hormônios, anestésicos etc. causam não só a contaminação dos recursos hídricos como também a resistência de microorganismos ao princípio ativo do medicamento, acarretado pela mudança no material genético. (BILA e DEZOTTI, 2003).
A indústria farmacêutica contribui fortemente para a área de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, englobando dois cenários: um referente a países desenvolvidos, nos quais a principal demanda são os medicamentos para tratamentos de câncer, Alzheimer e Parkinson, além daqueles para calvície, estímulo sexual masculino e feminino e controle dos níveis de colesterol; o outro referente a países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, nos quais a necessidade é o tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, principalmente antivirais. (CARTAXO, 2014).
Entretanto, 2020 mudou drasticamente a visão do setor farmacêutico. Tanto países desenvolvidos quanto subdesenvolvidos estão se reorganizando em função da repentina demanda por anestésicos, antibióticos para doenças pulmonares e até mesmo antidepressivos, tudo em nome do enfrentamento da emergência global do covid-19.
A pandemia estimulou o consumo de analgésicos e relaxantes musculares, o medicamento mais vendido do país há vários anos, segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Outro fármaco em alta é o Rivotril (clonazepan), usado para tratar depressão, insônia e crises de ansiedade, cujas vendas de março e abril de 2020 subiram 22% em relação ao mesmo bimestre de 2019, passando de 4,6 milhões para 5,6 milhões de caixas, segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos. (CORRADINI, 2020).
A indústria farmacêutica é um dos setores de produção mais regulamentados do Brasil. A padronização da produção farmacêutica é dinâmica e requer atualização constante. Além das Boas Práticas de Fabricação (BPF), os laboratórios farmacêuticos também devem cumprir as regulamentações ambientais. Não só produzir medicamentos de qualidade, mas também destinar adequadamente os resíduos gerados no processo produtivo são preocupações existentes neste setor.
Um estudo de caso foi realizado com o objetivo de investigar e analisar os tipos de resíduos gerados nas diversas etapas da produção de medicamentos. Os medicamentos que estavam em produção no período de análise foram: comprimidos de AAS (100mg e 500mg), Furosemida, Hidroclorotiazida, Propanolol e Sulfametoxazol + Trimetoprima, solução oral de Morfina e Sulfato Ferroso, xarope de Salbutamol, Solução Fisiológica Nasal e creme de Dexametasona.
Para solucionar o grande volume de resíduos sólidos produzidos nas indústrias farmacêuticas, a Economia Circular surge para diminuir os processos produtivos lineares, e reinserir itens no ciclo produtivo, diminuindo o descarte no meio ambiente (FOSTER, 2016).
PROCESSO INDUSTRIAL
A descrição das operações de produção e seus resíduos gerados no processamento de um lote de medicamentos é de extrema importância para o conhecimento e melhora do processo produtivo. De acordo com AZEVEDO (2008), pode-se dividir os fármacos em três categorias: sólidos (comprimidos), semi-sólidos (cremes) e líquidos (soluções de uso oral, nasal e xaropes). A Tabela 1 indica os principais resíduos gerados em diferentes etapas do processo para medicamentos sólidos.
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