A SOLUÇÃO PARA REGENERAÇÃO DA PELE POR QUEIMADURAS UTILIZANDO PELE TILÁPIA (TILÁPIA DO NILO, OREOCHROMIS NILOTICUS)
Por: RenataHa • 5/1/2019 • Projeto de pesquisa • 3.086 Palavras (13 Páginas) • 350 Visualizações
SOLUÇÃO PARA REGENERAÇÃO DA PELE POR QUEIMADURAS UTILIZANDO PELE TILÁPIA (TILÁPIA DO NILO, OREOCHROMIS NILOTICUS)
AMANDA DA LUZ LAZZARETTI¹; ANA PAULA AZEVEDO²; JÚLIA CAROLINA POTHINᶟ; JÚLIA HAAG ZIMMER⁴; RENATA HARKSEN⁵
Alunas do 8º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Willy Oscar Konrath¹ ² ᶟ ⁴
Professora de Ciências e Orientadora do projeto de pesquisa da EEEF Willy Oscar Konrath⁵
E-mail: rharksen@gmail.com⁵
INTRODUÇÃO
No Brasil, os números de queimados somam 1 milhão ao ano. Dado preocupante, uma vez que a demanda de bancos de pele encontra-se precários. Diante desta realidade, uma novidade científica foi divulgada por pesquisadores brasileiros cearenses com o estudo da utilização da pele da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), para regeneração de tecidos por queimaduras de forma eficaz e de baixa custo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017; LIMA-JUNIOR, 2017).
O tratamento de queimaduras adotado nos serviços públicos de saúde do Brasil, em casos de queimaduras superficiais extensas e os mais graves, inclui a pomada Sulfadiazina de Prata. É uma pomada com uma boa cicatrização e antimicrobiana. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). Alguns países da América do Sul, nos EUA e na Europa são realizados tratamentos com outros métodos, como a pele humana ou animal. (LIMA-JUNIOR, 2017). Conforme informações do Ministério da Saúde (2017), a situação de queimados no Brasil é muito grave, a maioria das vítimas são crianças e pessoas de baixa renda. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017) Em 2015, as pesquisas com o uso da pele da tilápia foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2015 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
De acordo com o Ministério da saúde (2017), o Brasil conta com apenas três bancos de peles e que não suprem nem um por cento da necessidade de pele do país. Existe um atraso no investimento em pesquisa com peles para tratamento de queimaduras no Brasil, onde 97% da população de queimados não possui planos de saúde. Além destes aspectos, o trabalho abordará tipos de graus de queimaduras, como os de 1º, 2º e 3º graus. As lesões por queimaduras também são classificadas de acordo com a profundidade. Queimaduras de 1º grau atingem camadas superficiais da pele. As de 2º grau e 3º grau são os mais graves. Estes graus atingem as camadas mais profundas da pele e podem atingir até os ossos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
Visando os benefícios da pele da tilapia, análises microscópicas foram realizadas para verificar suas camadas de tecido, sua composição e semelhanças com a pele humana. Estas análises foram estudadas através da literatura e investigada entre as autoras deste trabalho no laboratório de Ciências da Escola Estadual de Ensino Fundamental Willy Oscar Konrath.
Esta pesquisa tem como objetivos demonstrar as vantagens de se utilizar um produto totalmente natural como curativo, além de apresentar um baixo custo em seu processo de desenvolvimento e aplicação. Além disto, pretendemos analisar os resultados obtidos em pesquisas científicas com pele de Tilápia no tratamento de vítimas de queimaduras graves. Identificar os tipos e graus de queimaduras que podem receber este tratamento e o provável tempo de regeneração que cada um deve levar.
SOLUÇÕES PARA REGENERAÇÃO DA PELE, EM VÍTIMAS DE QUEIMADURAS UTILIZANDO PELE DE TILÁPIA
O uso da pele da tilapia tem sido uma novidade para o tratamento de lesões por queimaduras no Brasil. Em 2015, este método de tratamento foi desenvolvido por pesquisadores cearenses e que promete indicar uma alternativa no tratamento de lesões de queimaduras para os serviços de saúde. Trata-se de um curativo natural feito de pele de tilápia, peixe de água doce comum e exótico no país. O estudo apresentou bons resultados. (LIMA-JUNIOR et al., 2017).
O uso desse tipo de material como curativos para queimaduras é algo utilizado no mundo. Alguns países utilizam até pele humana, de suínos e de aves. É a primeira vez, que uma pesquisa usa pele de peixe. (JORNAL O TEMPO, 2017).
As vantagens de um curativo natural são o baixo risco de infecção, a facilidade do tratamento e a baixa perda de líquido na cicatrização. Na rede pública do Brasil, o tratamento (de queimaduras) é feito com uma pomada ou creme. Esses tipos de pomada só agem normalmente por 24 horas. (G1 CEARÁ, 2016). E após esse período, devem ser removidas, causando dor ao paciente e dificultando a cicatrização. Com a pele de tilápia, não necessitando uma troca de curativo, o que facilita muito na cicatrização. Outra vantagem do uso da pele de tilápia também é o baixo custo que o processo exige. (G1 CEARÁ, 2016).
Não se sabe se há substâncias analgésicas ou antibióticas no material, mas os pesquisadores estão em busca dessas respostas. Segundo pesquisas, parece que há alguma substância na pele da tilápia que alivia a dor, pois os relatos dos pacientes são de um grande alívio com o curativo. Embora, este fator analgésico da pele da tilápia esteja ainda em estudo, os pesquisadores já vêm trabalhando com as análises histoquímicas observando as atividades colagênicas da pele da tilápia sobre a pele humana. (LIMA-JUNIOR et al., 2017; NUNES-ALVES et al., 2015).
Umas das pacientes a utilizar a pele de tilápia, foi Leticia Basiliano, que sofreu uma queimadura de terceiro grau com gasolina em 2016. A mãe da paciente afirma que o método funciona. “Que no começo ficamos nervosas quanto ao resultado, mais graças a esse tratamento não foi necessária uma cirurgia de enxerto de pelo”. As pesquisas iniciadas em 2015 foram coordenadas pelos cirurgiões plásticos: Edmar Maciel, Marcelo Borges e Nelson Piccolo e também pelo pesquisador Odorico Moraes compondo a equipe de coordenação do trabalho, que teve seu prazo até junho de 2018. Conforme alegam os pesquisadores, o curativo com base em animais aquáticos é inédito no mundo. (G1 CEARÁ, 2017).
Além de queimaduras, a pele de tilápia está sendo empregada em outros tratamentos para regeneração de tecidos de outros órgãos é o caso da reconstrução do canal da vagina. Recentemente, a revista VEJA (2108), publicou uma pesquisa sobre a forma inédita na construção do canal vaginal em mulheres portadoras da Síndrome de Rokitansky. A técnica, desenvolvida pelo médico Leonardo Bezerra, professor da Universidade Federal do Ceará. Na técnica mais comum usa-se a própria pele da virilha da paciente. O próximo passo é ampliar o estudo para desenvolver as técnicas em mais pacientes.
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