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A história de Roman Conrad

Por:   •  19/4/2016  •  Projeto de pesquisa  •  5.992 Palavras (24 Páginas)  •  1.076 Visualizações

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A HISTÓRIA DE ROMAN  KONRAD, O CINEASTA AUSTRIACO QUE

SE TORNOU FAMOSO, FAZENDO FILMES PORNÔS EM ALTO FELIZ!

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Roman Konrad nasceu em 28 de julho de 1889, em Neumarkt, Áustria, foi soldado na primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, aprendendo o ofício de fotógrafo. Viveu parte de sua vida, até os 34 anos em Leoben. Na guerra, foi fotógrafo, tendo feito várias fotos de ferimentos e deformações humanas decorrentes das batalhas, principalmente em trincheiras e corpo a corpo, que caracterizou os embates do primeiro conflito mundial. Mais tarde, já no Brasil, Konrad iria mostrar aos brasileiros, através do cinema, filmes de guerra, principalmente da Segunda Guerra Mundial, entre outros.

No início da década de 1920, Konrad entra em contato e torna-se membro da organização de Walter Wanderwell, a  WAWEC (World Educational Club for International Police) e participa da Expedição Wanderwell e um adepto do espírito aventureiro. Roman Konrad pilota o Ford modelo “T” de número 29, enquanto que Wanderwell pilotava o mesmo modelo, de número 2.  

Em 28 de setembro de 1923, Roman Konrad conseguiu visto permanente no Consulado brasileiro em Viena, para vir ao Brasil. Fotógrafo de profissão, Konrad passou a chamar-se, no Brasil Roman Conrad, depois Ramão Conrado.

Sua vinda ao Brasil deve-se, pelos indícios e pesquisas realizadas, à difusão da WAWEC no Brasil, através da obtenção de patrocínios para a expedição, junto à prefeituras e empresas.

Tal como Walter Wanderwell, Konrad veste uniforme militar da Wawec e encontra uma mulher aventureira para acompanhá-lo, aquela que seria sua companheira por mais de 50 anos, a germânica Elly Elisabeth Scholz.  Elly nasceu em 02 de abril de 1912, em Alto Nahamburg, na Prússia, emigrando para o Brasil, para fugir da iminência da guerra, em 01 de fevereiro de 1911. Na viagem, próximo da Argentina (Patagônia), o navio a vapor em que viajava a família Sholz naufragou, matando centenas de imigrantes alemães. A decisão de vir ao Brasil foi de Karl August Scholz, seu pai, da mãe, Franzilka Tuetke Sholz. Elly tinha dois anos e as irmãs, Gertrud, três anos e Erica, ainda bebê de colo.

Em entrevista dada a Alex Steffens, publicada no jornal Fato Novo, em 29 de março de 2000, Elly conta que viajaram na terceira classe. Durante o naufrágio do navio, o  comandante pediu para que todos pulassem na água, pois o navio iria afundar. Alguns navios vieram em socorro, recolhendo os náufragos, enviando botes salva-vidas, colocando-os em terra firme, nas terras frias, próximo da Patagônia.

O governo brasileiro demorou quase dois anos para enviar um navio e resgatar os imigrantes até o seu destino final, que eram os cafezais próximos do Rio de Janeiro, onde trabalhariam como mão de obra assalariada.

Ao chegarem nas novas terras, a irmã mais nova, Erica, morreu  de peste. Mais tarde, Karl August conseguiu um emprego de marceneiro no Rio de Janeiro, com as famílias que falavam alemão, profissão que aprendera ainda na Alemanha. Elly foi trabalhar então em uma casa de família, como doméstica, ainda adolescente.

Segundo o que contara ao repórter, Elly relata que “andava de coche, pois este era o táxi  de quem tinha dinheiro na época. Quanto mais cavalos tinha, mais  rica era a família”. Quando tinha 19 anos, em 1923, Elly perdeu a mãe e no mesmo ano, conheceu o cineasta e fotógrafo austríaco, Roman Konrad, por quem se apaixonou e com quem fugiu, pois o pai não aprovava o namoro.

Assim relata Elly: “fugi com o Roman e ele comigo, porque ele me amava e eu a ele, de maneira que ele queria casar comigo e não com o meu pai”. Mesmo não tendo casado, Elly adotou o sobrenome de Konrad, passando a chamar-se no Brasil de Eleonor Konrad.

A partir de então passou a trabalhar com Konrad, ajudando-o na arte de fotografar e fazer filmes, registrando eventos a partir da década de 1930, já com equipamentos de cinema sonoro.

Roman organizou no Brasil uma expedição denominada Expedição Cine Sonoro – Südamerikanische Reise film Gesellschaft  - Compania Áustria – Território Misiones, na qual intitulava-se, tal como Wanderwell, “Capitão comandante da expedição”.

1. O que foi a Expedição Wanderwell 

Walter  Wanderwell ou Valerian Johannes Tieczynski, um alemão polonês,  nasceu em  Thurn, Polônia, em 1897. Tornou-se um aventureiro do início do século XX, sendo considerado o pioneiro na organização de viagens ao redor do mundo em automóveis. Em função de sua fama como aventureiro, adotou nos Estados Unidos, o nome de Walter Wanderwell, que em alemão, significa “viajem ao redor do mundo”. Segundo relatos, o  capitão Wanderwell usava uniforme mas não tinha posto militar, mudando seu próprio nome para que os americanos pudessem pronunciar mais facilmente.

Wanderwell viveu uma vida que a maioria das pessoas gostariam de ter. Ele era literalmente um viajante do mundo. Seu currículo incluía viagens para a Sibéria, através dos trajetos mais sombrios da Amazônia, as areias do deserto do Saara e no Eito, onde assistiu à abertura do túmulo do rei Tutankhamon, juntamente com o arqueólogo Howard Carter, em 16 de fevereiro de 1923,  e numerosas viagens marítimas.

Era um homem misterioso, que alcançou na morte a notoriedade que desejou na vida. Durante a Primeira Guerra Mundial, Wanderwell foi considerado suspeito de ser um espião da Alemanha nos Estados Unidos, ( Roman Konrad também foi acusado de ser um espião alemão em 1939, em Porto Alegre- ambos pertenciam à WAWEC), sendo detido na prisão federal de Atlanta. Foi também acusado de vestir um uniforme militar para o qual não tinha autorização, em função de criar a Work Around the World Educational Club for International Police (WAWEC), uma organização paramilitar que tinha como finalidade ser uma policia supra-nacional, que deveria ser ligada ã Liga das Nações, evitando os conflitos e guerras entre as nações.

         Após a sua libertação da prisão de Atlanta (seus laços com a Alemanha nunca foram  esclarecidos)  conheceu uma moça chamada Nell Muller, nascida perto de Seatle, que participava do coro da Broadway, em Nova York, com quem se casou  no  Alabama. O casamento falhou, após sete anos.

Em Paris, em 1927, encontrou-se com  Idris Hall, uma garota canadense que fugiu de um convento-escola francês em busca de aventuras e tornaram-se marido e mulher, levando-a como secretária e motorista na expedição de automóvel pelo continente europeu e asiático. Apelidou-a , aos 23 anos, de  "Aloha" e foi por esse nome que ela aparecia na imprensa. "Muitas mulheres fizeram nosso casamento ir por água abaixo, em 1926," assim se expressou a ex-Sra. Nell Wanderwell à imprensa dos Estados Unidos quando seu ex-marido foi morto.

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