ARARUTA

INTRODUÇÃO

Espécies alimentares tem sido esquecidas em função, sobretudo, do processo de industrialização e do êxodo rural. Atualmente é utilizada uma pequena parcela das culturas alimentares que se usava no passado. Boa parte das culturas agrícolas foi deixada de lado, chegando ao ponto da EMBRAPA chamar a atenção para o assunto e informar que há no mundo 1.492 espécies agrícolas negligenciadas, entre elas a araruta (Maranta arundinacea).

O amido é um material no qual tem grande variedade de aplicação, sendo utilizado desde a indústria de alimentos, papéis e a têxtil. Suas aplicações industriais ocorrem em função das suas propriedades físico-químicas que estão diretamente relacionadas à origem botânica do qual foi extraído. As cinco principais espécies consideradas fontes de amido comercial são o milho, trigo, arroz, batata e mandioca.

Por apresentarem propriedades especificas cada amido é considerado único, assim devido à exigência da indústria, houve nos últimos anos uma prospecção intensa de novas fontes amiláceas, principalmente dentro de tuberosas tropicais que são ainda pouco exploradas.

Os países de regiões tropicais apresentam grande vantagem em relação aos maiores produtores de amido no mundo.

Comum nas florestas tropicais brasileiras a araruta (Maranta arundinacea) é uma planta herbácea perene, apresenta casca brilhante, escamosa e caules sob forma de rizomas fusiformes dos quais são emitidas raízes, que acumulam amido, se tornando uma fonte de reserva para o desenvolvimento de uma nova planta.

Sua importância atual está relacionada ao rendimento e as características do seu amido.

DESCRIÇÃO

A araruta é uma planta herbácea perene rizomatosa, ou seja, que forma rizomas, comuns nas florestas tropicais.

É uma planta arbustiva, forma touceiras que pode chegar à altura de 1,2 metros. Da família das marantáceas, seu nome científico é Maranta arundinacea.

Popularmente são chamadas de agutingue-pé, araruta-caixulta, araruta comum, araruta-palmeira e embiri.

MORFOLOGIA

Caule herbáceo e ramoso, folhas lanceoladas (em forma de lanças), sendo peludas na parte inferior.

Raízes em parte fibrosas (Maranta arundinacea), em parte tuberosas (Maranta indica), cilíndricas (Maranta arundinacea Linneo), cobertas desquanimas triangulares. Corola monopétala; ovário colocado debaixo do cálice e pericarpo capsular.

As flores são brancas e pequenas, nascem solitárias ou em panículas terminais, protegidas por brácteas invaginates (cachos na ponta dos ramos).

O fruto contém sementes rugosas, de cor vermelho-claro.

Apresentam pulvino bastante proeminente na base que possibilitam movimentos diuturnos as flores que se colocam fechadas e eretas ao entardecer.

Os rizomas são caules prostrados, fusiformes, e crescem horizontalmente sob o solo e emitem raízes, folhas e ramos a partir de seus nós.

Estes rizomas são fibrosos e acumulam amido que formam as reservas para o desenvolvimento de uma nova planta.

CLASSIFICAÇÃO

A araruta pertence à família Marantaceae, da ordem das Zingiberales. Esta ordem reúne 8 famílias de plantas tipicamente tropicais. Seu nome científico é Maranta arudinacea e popularmente é chamada também de aguntingue-pé, araruta-caixulta, araruta-comum, araruta-palmeira e embiri.

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA

Reino: Plantae

Família: Marantaceae

Sub-reino: Tracheobionta

Gênero: Maranta

Divisão: Magnoliophyta

Espécie: M. arundinacea

São três as variedades nativas de maior importância encontradas no país: comum (Maranta arudinacea), creoula (Maranta indica) e a banana (Maranta arundinacea linneo). A comum é a que produz fécula de melhor qualidade. Seus rizomas são claros, em forma de fuso, cobertos por escamas e atingem até 30 centímetros dependendo da qualidade do solo, embora o tamanho normal varie de 10 a 25 centímetros.

A creoula, originária das Antilhas, a planta é de porte alto, produz rizomas na superfície da terra, em touceiras, que precisam ser lavados várias vezes para perder a camada escura, pois produzem uma fécula negra e de baixa qualidade. Apresentam florescimento abundante nas condições tropicais, sem, contudo, haver formação de frutos e flores. A banana, muito pouco mencionada entre as três espécies.

PROPRIEDADES FÍSICO – QUÍMICA

A caracterização físico-química dos rizomas (Tabela 01) mostrou que a araruta apresenta-se como uma matéria prima com considerável teor de matéria seca e amido, diferindo do observado por PÉREZ et al. (1997) que, analisando rizomas