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AS COMPLICAÇÕES PROVENIENTES DO ACESSO VENOSO PARA HEMODIÁLISE

Trabalho Escolar: AS COMPLICAÇÕES PROVENIENTES DO ACESSO VENOSO PARA HEMODIÁLISE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  10/10/2013  •  8.754 Palavras (36 Páginas)  •  413 Visualizações

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1. CONTROLE DA FUNÇÃO RENAL

1.1 Estrutura e Função Renal

Os rins são órgãos notáveis. Cada um deles é menos que o punho de uma pessoa, mais num único dia os dois órgãos processam aproximadamente 1700 litros de sangue e combinam sues produtos de excreção em aproximadamente um litro e meio de urina.

Os rins são órgãos pares, de coloração marrom-avermelhados, cada um possui a forma de um grão de feijão com duas faces (anterior e posterior), duas bordas (medial e lateral) e dois pólos ou extremidades (superior e inferior). Na borda medial, encontram-se o hilo, por onde passam o ureter, a artéria e veia renal, linfáticos e nervos. São envolvidos em toda a sua extensão por tecido fibroso fino chamado de cápsula renal. Ao seu redor existe um acúmulo de tecido adiposo chamado de gordura perirrenal, que por sua vez, está envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo, representando a fáscia renal.

Estão localizados na região posterior do abdome, atrás do peritôneo, motivo pelo qual são chamados d órgãos retro-peritoneais. Paralelamente a colina vertebral, sobre o músculo psoas maior. Na posição de decúbito dorsal, os rins situam-se ao nível da 12ª vértebra torácica até a 3ª vértebra lombar. Apresentam cerca de 11 a 13 cm de comprimento, 5 cm de altura, 2,5 de espessura e pesam cerca de 150 gramas cada um.

O rim direito se situa mais baixo do que o esquerdo, presumivelmente devido à posição do fígado. São estruturas multilobular, constituídos de mais de 18 lóbulos, e cada lóbulo é composto de néfrons (as unidades fundamentais dos rins). Cada néfron tem um glomérulo que filtra o sangue e um sistema de estruturas tubulares que reabsorvem seletivamente de volta para o sangue o material filtrado e secretam material do sangue para o filtrado, enquanto a urina é formada.

Ao corte longitudinal, o rim pode ser dividido em córtex (mais externo) e uma medula (mias interno). O córtex renal contem os glomérulos e os túbulos contorcidos do néfron, além de vasos sanguíneos; a medula renal, é uma massa de cor clara em forma de cone, chamada de pirâmide renal. A pelve renal é uma estrutura larga em forma de taça que drena as metades superior e inferior do rim.

Como parte de sua função, os rins filtram do sangue substancias fisiologicamente essenciais como íons de sódio e potássio, e reabsorvem seletivamente as substancias necessárias para manter a composição normal dos líquidos internos. E as substancias que não são necessárias para esse fim ou estão em excesso passam para a urina (papel esse de regulação do voluma e da composição de líquidos corporais, chamada de homeostase).

Desempenham ainda a função endócrina, encontrada no complexo justaglomerular no córtex renal. Este complexo é o responsável pela liberação da renina (substância encarregada da ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona) que participa na manutenção do voluma sanguíneo e da pressão arterial; secretam também a 1,25 diidroxi-calciferol, importante na absorção e depósito de cálcio nos ossos, e secretam ainda a eritropoetina, substância que estimula a produção dos glóbulos vermelhos.

Conforme Castro (2005), a perda ou deterioração das funções renais, poderão ocorrer de forma abrupta, com o acúmulo de resíduos nitrogenados (uréia e creatinina sérica), por períodos variáveis de (dias ou horas ou meses) resultando na inabilidade dos rins de exercerem suas funções básicas e manter a homeostase hidroeletrolítica e endócrina. Paralelo a isso, Fermi (2003), manifesta-se afirmando que quando tais inabilidades acontecem surgem as Insuficiências Renais, que podem ser agudas – quando a leão é comumente reversível ou crônica – quando a lesão é gradual e irreversível.

1.2 Insuficiência Renal Aguda

Para Espínola et al. (2002), na Insuficiência Renal Aguda (IRA) – o funcionamento dos rins é interrompido de forma significante e rápida. Porém, na maioria dos casos, a IRA não resulta em grandes danos estruturais renais e, se o paciente vence a fase critica a lesão pode ser totalmente reversível.

O indicador mais comum na IRA é a azotemia – um acúmulo de metabólitos nitrogenados no sangue (nitrogênio proveniente da uréia, acido úrico e creatinina).

As causas da insuficiência renal aguda são divididas em pré-renal, renal ou intrínseca ou intra-renal e pós-renal (ESPÍNOLAE et al., 2002; FERMI, 2003; PORTH, 2006).

A insuficiência pré-renal caracteriza-se pela acentuada redução no fluxo sanguíneo renal, causada pela profunda diminuição do volume vascular (por hemorragias); distúrbios da perfusão devido a insuficiência cardíaca e choque cardiogênico; a redução do preenchimento capilar, ocasionado pelo choque anafilático ou infecções.

O processo da insuficiência renal ou intrínseca ou intra-renal resulta de condições que levam à lesões estruturais (glomerulares, tubulares ou intersticiais) nos rins. As principais causas desse tipo de insuficiência são as isquemias associadas com resquícios de insuficiência pré-renal; as lesões que ocorrem por efeito de substancias tóxicas aos rins e as inflamações e infecções como a glomerulonefrite, nefrites, vasculites, hipertensão arterial maligna e septicemia.

Por sua vez, a insuficiência pós-renal caracteriza-se por acentuada redução no fluxo urinário proveniente de uma obstrução a partir dos rins, podendo esta ocorrer nos ureteres (por cálculos ou estenose), na bexiga (por tumores ou bexiga neurogênica) e na uretra (por hiperplasia prostática).

Quando não tratada adequadamente, a IRA torna-se mais séria, levando a perda progressiva e irreversível da função renal – glomerular, tubular e endócrina – levando à Insuficiência Renal Crônica.

1.3 Insuficiência Renal Crônica

Thomé et al (1999) apud Ferreira (2005), ressalta que os sinais e sintomas da IRC ocorrem tipicamente de forma gradual e não se tornam aparentes até que a doença se torne muito avançada. E a esse conjunto de sinais e sintomas deu-se o nome de Síndrome Urêmica – caracterizada pelo agravamento da azotemia, levada pela perda progressiva da função renal depurativa e da filtração glomerular.

Para Fermi (2003), a IRC pode evoluir em quatro etapas, de acordo com o grau de comprometimento da filtração glomerular:

1ª etapa – Leve: assintomática, ocorre o inicio da perda funcional dos rins, onde cerca de 20 a 50% dos néfrons não são mais funcionantes, porém as funções renais como um todo ainda está preservado;

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