AUDITORIA PASSO A PASSO

CAPÍTULO 6 – O PROCESSAMENTO DA AUDITORIA AMBIENTAL

6.1) Início da Auditoria Ambiental

6.1.1) Introdução

A abordagem ambiental constitui-se hoje uma variável indispensável na gestão empresarial, uma vez que não se pode mais entender crescimento sem desenvolvimento. Procura-se considerar o uso correto dos recursos naturais visando preservá-los para as gerações futuras através de uma conscientização ecológica.

Faz-se necessário que a auditoria ambiental participe com a prevenção, no sentido de que sejam resguardados os interesses empresariais quanto a eventuais ameaças de acidentes ambientais.

A Auditoria trata de verificação de conformidade. A conformidade pode ser expressa de várias formas, dependendo do tema que o cliente deseja ver auditado. Vale dizer que as verificações de conformidade dependem de um modelo consagrado de a matriz de conformidade. Daí será possível realizar a comparação entre essa matriz e os acontecimentos presentes.

A doutrina da auditoria ambiental ensina que as auditorias devem ser aplicadas utilizando a ferramenta denominada ciclo PDCA. Esse método conduz para a melhoria contínua de qualquer sistema.

Ele possui 04 fases, sendo a primeira chamada Plan, a segunda Do, a terceira Check e a quarta Act. Assim o exegeta deve planejar seus atos, aplicá-los ao sistema em observação, depois Checar os itens do planejamento com os fatos verificados e finalmente revisar as melhores práticas com ações corretivas.

O PDCA ensina a melhorar continuamente as ações adotando-se as boas práticas corporativas.

Quadro 01: Ciclo PDCA adaptado para auditorias ambientais.(SILVA JR. Jerônimo, 2008)

Quadro 02: Fluxo do processo PDCA em auditoria ambiental. (ABNT NRB ISO 19011)

Quadro 03: Fluxo PDCA em vertical (ABNT NRB ISO 19011)

Gráfico 01: Modelo de esforço antrópico no desenvolvimento da auditoria ambiental pelo foco do Ciclo PDCA. (SOUZA, 2006).

PMBOK – Project Management Body of Knowledge, matriz compilada de PMI – Project Management Institute

Para processamento da Auditoria Ambiental a doutrina a dividiu em quatro fases temporais e causais:

1ª Fase: PLANEJAMENTO

O Planejamento vem a ser um ajuste prévio para se conhecer os atores da auditora, apresentação da previsão das despesas e indicação dos recursos financeiros disponíveis, do objetivo e escopo dos trabalhos e critérios.

O objetivo da auditoria normalmente se consubstancia no alvo colimado pelo cliente (finalidade). O escopo representa as características físicas da auditoria, também denominada de campo de aplicação. Assim reflete a localização geográfica que será efetuada a auditoria, a apresentação da empresa, o que será auditado, o período de duração e o tema abrangido (índices de poluição atmosférica, contaminação do solo, emissão de gases, etc).

O critério significa definir o padrão que será adotado para a futura contrafação às evidências apuradas no decorrer da auditoria. Esse padrão pode ser a lista de requisitos para certificação, para renovação da certificação, premiação, credenciamento, licenciamento, padronização, conformidade legal, verificação compromisso com um MD+L, ou qualquer SGA que se queira verificar o seu grau de aplicabilidade.

OBS: Existem casos em que as auditorias nem se iniciam. Os fatores vão desde a desistência do cliente até a falência da empresa. Todavia os fatores mais comuns são:

• INDISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÕES SUFICIENTES E APROPRIADAS PARA O PLANEJAMENTO (DOCUMENTAÇÃO X CRITÉRIO);

• COOPERAÇÃO ADEQUADA DO AUDITADO;

• DISPONIBILIDADE DE TEMPO E RECURSOS ADEQUADOS PARA A CONDUÇÃO DA AUDITORIA;

2ª Fase: PREPARAÇÃO

Na preparação o auditor-líder compõe a equipe de auditores, e contrata os especialistas necessários e auxiliares. Realiza reunião para troca de idéias com o restante da equipe, elabora o Plano de Auditoria, informa ao auditado por memorando ou carta registrada da auditoria ambiental, dando conta do escopo e objetivo, e solicita-lhe documentação e registros sobre o tema a ser observado (check list, o SGAE, documentos resultantes de fiscalizações dos órgãos de controle, multas e notificações, laudos técnicos, alvarás, mapas de tarefas diárias, planta das instalações, aviso de rotina com as suas mudanças, etc).

Exemplo de comunicação ao auditado

Memo nº 01/2010-GAA/RJ

Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2010.

Ao Sr. Gerente de Instalação

da Empresa XYZ Ltda.

Em virtude do que dispõe o art. 45 do Estatuto da Empresa XYZ, no que tange à modernização e padronização das matrizes de rotina operacional, com foco na mitigação de desperdício de insumos (peças e mão-de-obra) denominado PROGRAMA BOA IDÉIA, comunico que o subscritor e sua equipe foram contratados pela diretoria desta empresa para realizar auditoria ambiental e confirmar os arranjos operacionais das rotinas "A", "B" e "C", no âmbito desta organização.

Esclareço que os trabalhos serão realizados no período de 25 até 30/01/2010, e terão como foco as atividades profissionais do período de 01/07/2009 até 31/12/2009, conforme sugerido no Plano de Auditoria.

Certo de sua colaboração, subscrevo-me.

Fulano de Tal

Auditor-Lider

São também formalizadas as reuniões por intermédio de atas. Além do registro formal das discussões é importante efetivar o Plano de Auditoria. Esse documento revela o objetivo e escopo, o critério a ser seguido, identificação das pessoas-chave de contato dentro da organização, lista das pessoas que terão acesso e receberão