Abordagem Critico Emancipatória
Artigos Científicos: Abordagem Critico Emancipatória. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cupcake • 21/10/2014 • 2.379 Palavras (10 Páginas) • 725 Visualizações
4.10 Crítico-emancipatória
Tal proposta procura refletir sobre a possibilidade de ensinar os esportes
por meio da transformação didático pedagógica dos mesmos, tendo como objetivo
transformar ao ensino escolar em uma educação voltada para as competências
crítica e emancipada. (AZEVEDO, 2000).
Por ser a abordagem idealizadora da transformação didático-pedagógica do
esporte, que é tema deste trabalho, esta proposta foi descrita com mais
detalhamentos.
A abordagem crítico-emancipátoria é baseada na pedagogia libertadora de
Paulo Freire, tendo como principal teórico o professor Elenor Kunz, da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC).
Orienta-se numa perspectiva educacional crítica, que também é
fundamentado em propósitos da teoria social crítica, ta,bem chamada de “Escola de
Frankfurt”. (PIRES, 2002).
Defende que o ensino da Educação física privilegie situações didáticas
que beneficiem a construção da autonomia e que oportunizem aos alunos refletir
sobre os reais interesses que orientam sua participação no mundo de movimentos e
na cultura esportiva. (PIRES, 2002).
O que se pretende é que não sejam utilizados apenas objetivos
relacionados ao alcance de habilidades e conhecimentos que somente inserem o
aluno no campo do esporte e do exercício físico, mas principalmente que os 24
habilitem a serem autores e atores da sua própria cultura de movimento e esportiva.
(PIRES, 2002).
Tal abordagem busca uma ampla reflexão sobre a possibilidade de
ensinar os esportes e demais conteúdos da Educação Física, por meio da
transformação didático-pedagógica e de tornar o ensino escolar em uma educação
de crianças e jovens para a competência crítica e emancipada. (KUNZ, 1994).
Conforme relata seu idealizador Kunz (1994, p. 144) “uma educação mais
emancipadora, voltada para a formação da cidadania do jovem, do que mera
instrumentalização técnica para o trabalho.”
A emancipação, do termo “crítico-emancipatória”, pode ser entendida
como um processo contínuo de libertação do aluno das condições limitantes de suas
capacidades racionais críticas e até mesmo o seu agir no contexto sociocultural e
esportivo. O conceito crítico pode ser entendido como a capacidade de questionar e
analisar as condições e a complexidade de diferentes realidades de forma
fundamentada, permitindo uma constante auto-avaliação do envolvimento objetivo e
subjetivo no plano individual e situacional. (KUNZ, 1994).
Atualmente a cultura de movimento, principalmente o esporte, foi
colonizada, ou seja, foi apropriada pela lógica do sistema, estando condicionada a
interesses econômicos e pela ideologia, o que impede seu questionamento crítico,
sendo transmitido desta maneira à sociedade e também aos campos de atuação da
Educação Física, como a escola. (PIRES, 2002).
Devido ao esporte estar orientado com caráter essencialmente de
rendimento esportivo, o processo pedagógico fica limitado à competência objetiva ou
técnica. Isso significa uma redução do conjunto de possibilidades de formação
cultural que esse componente curricular e as demais culturas de movimento podem
proporcionar. (PIRES, 2002).
Na visão crítico-emancipatória, uma das tarefas que desafia o profissional
de educação física atualmente, seria o desenvolvimento de competências para
transformar didaticamente o esporte e a cultura de movimento, afim de recoloca-los
na esfera do mundo vivido, onde a veracidade e a adequação de normas sociais
possam ser reconstruídas consensualmente pela racionalidade comunicativa.
(PIRES, 2004).
Esta concepção de ensino sugere que a intervenção do professor deva ser planejada, implementada e avaliada, a partir de um conjunto de estruturas 2universais à formação humana. Seriam elas as três categorias: trabalho, interação e linguagem. (KUNZ, 1994).
Para a competência objetiva vale que o aluno precisa treinar destrezas e informações, precisa técnicas racionais e eficientes, precisa aprender certas estratégias para o agir prático de forma competente. Precisa, enfim, se qualificar para atuar dentro de suas possibilidades individuais e coletivas e agir de forma bem sucedida no mundo do trabalho, na profissão, no tempo livre e no caso, no jogo. (KUNZ, 1994).
A competência social deverá contribuir para um agir solidário e cooperativo, deverá levar os alunos à compreensão dos diferentes papéis sociais existentes no jogo e fazê-los se sentir preparados para assumir estes diferentes papéis e entender/compreender os outros nos mesmos papéis diferentes. (KUNZ, 1994).
Acredita que um processo escolar de ensino-aprendizagem necessita gerar a apropriação da competência social, entendendo e refletindo sobre a constituição das normas das relações sociais e culturais, e também o reconhecimento e respeito as diferenças, identificando e combatendo as discriminações,
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