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Anorexia

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Por:   •  18/5/2013  •  1.968 Palavras (8 Páginas)  •  921 Visualizações

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ANOREXIA

Introdução

Os distúrbios alimentares tornaram-se, nos últimos 15 anos, alvo de intensas pesquisas dado o grande aumento de sua incidência na população jovem, principalmente nos adolescentes. Estudos na década de 80, nos EUA, revelaram que a anorexia nervosa é a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes do sexo feminino (10 a 20 mulheres para 1 homem), só perdendo para asma e obesidade. Quanto à bulimia nervosa, afeta 1 a 5% desta população, sendo também mais frequente na mulher. A faixa etária mais acometida está entre os 10 e 19 anos. O diagnóstico e tratamento precoce podem fazer toda a diferença entre o fracasso e o sucesso terapêutico.

O que é Anorexia Nervosa: A anorexia é uma disfunção alimentar[1] que se caracteriza por uma dieta alimentar extremamente rigorosa que tem como consequência uma redução exagerada do peso corpóreo e, em muitos casos, pode até levar a morte. As adolescente e mulheres mais jovens fazem parte do grupo mais afetado por este distúrbio. Acredita-se que isso ocorra devido à distorcida imagem que elas possuem de si mesmas.

Alguns fatores podem levar uma pessoa normal a se tornar anoréxica, como, por exemplo, algumas profissões que exijam um tipo físico magro, a influência da mídia, e, em alguns casos, a busca pela “perfeição” (neste caso, entenda que elas enxergam a magreza exagerada como sinônimo de perfeição).

[1] Considera-se uma disfunção ou um transtorno alimentar qualquer alteração relacionada à alimentação de alguém. Esta alteração pode ser devida a fatores metabólicos ou psicológicos. A faixa etária mais atingida é a adolescência, tanto devido às adaptações sofridas no corpo quanto a fatores sociais e emocionais envolvendo a convivência na família, na escola, no trabalho, etc. Porém, outras faixas etárias também são atingidas pelas mesmas doenças.

O que é Bulimia Nervosa: A bulimia é um distúrbio alimentar[2] que se caracteriza pela vontade extrema de comer e, logo em seguida, provocar o vômito ou tomar laxante exageradamente para eliminar os alimentos ingeridos. Isto acontece, pois a pessoa com este problema apresenta sentimento de culpa ou vergonha após a alimentação.

[2]Os distúrbios alimentares são as doenças mentais que causam distúrbios sérios na dieta diária de uma pessoa. Pode manifestar como comendo extremamente pequenas quantidades de alimento ou severamente comendo demais.

Anorexia infantil

Ela pode manifestar-se em crianças desde o primeiro ano de vida, e tende a ser ainda mais forte quando os pais insistem para que a criança coma. Segundo os psicólogos não se deve forçar a criança a comer, nem obrigá-la, ou oferecer substitutos alimentares saborosos, mas pouco nutritivos como sorvetes, batata frita, bolachas ou chocolate após a criança recusar um prato de comida. Outra recomendação para os pais é de deixar a criança livre para comer quando ela quiser e da forma que ela quiser, não forçando. Assim ela terá em mente que comer é um prazer e não uma obrigação, melhorando o quadro da anorexia.

Na maior parte das vezes, o que a criança quer é atenção, e ao consegui-la ao rejeitar os alimentos, ela tende a rejeitá-los sempre, de modo a conseguir sempre chamar a atenção.

Dar atenção à criança, como levá-la para passear, contar uma história, caminhar de mãos dadas, fazer carinho e brincar com ela todos os dias ou sempre que for possível, são algumas formas de demonstrar amor à criança de modo que ela perceba e sinta-se bem com isso.

Os sintomas da anorexia infantil podem ser:

• Recusa alimentar constante ou em determinadas horas do dia;

• Ansiedade;

• Depressão;

• Fraqueza;

• Achar-se gordo, mesmo sendo magro.

Em geral, a anorexia infantil é passageira, mas quando os sintomas não desaparecerem com o tempo é recomendado que os pais procurem a ajuda de um psicólogo para o devido tratamento e assim evitar que a criança tenha seu desenvolvimento comprometido.

Anorexia na Adolescência

A adolescência, por si só, já oferece uma campo propício para condutas de risco de qualquer espécie. Sabe-se que são próprios da adolescência o pensamento onipotente, do tipo “isso não vai acontecer comigo” / “posso parar quando quiser”, a impulsividade, a necessidade de experimentar novas sensações, uma maior vulnerabilidade aos apelos da mídia, preocupações com o corpo e uma deturpação da imagem corporal. Ser mulher e ser adolescente, então, é um duplo fator de risco para o desencadeamento de um transtorno alimentar.

Adolescência e identidade

Faz parte do processo normal da adolescência a busca de uma nova identidade. Questões existenciais se colocam na adolescência, na forma de indagações do tipo “quem sou eu?”, “que profissão seguirei?”, “com quem quero me parecer?”.

Isso implica um movimento de diferenciação, de separação, o que significa um processo difícil, gerador de muita angústia.

A respeito das meninas anoréxicas, é que geralmente são boas filhas, boas alunas, obedientes, “perfeitas”. Por outro lado, é que nunca tiveram oportunidade de serem elas mesmas. São suas falas: “minha mãe sempre falou por mim”, ou “sempre fiz o que minha mãe queria”.

Então, quando estas meninas se tornam anoréxicas, elas se apresentam como anoréxicas. Ser anoréxica é ter uma identidade: “sou alguém que não come”. A preocupação com o peso e com os alimentos ocupam seus pensamentos e tornam-se a sua vida. Por isso, penso, é tão difícil o caminho para a cura, porque abandonar a doença é abandonar uma identidade adquirida.

Com relação às meninas anoréxicas, é que elas se identificam umas com as outras, se ajudam, se telefonam, trocam confidências, saem juntas nos fins de semana. Formam, como todo bom adolescente, uma verdadeira turma. A diferença é que jamais saem para comer. Ainda que comida seja o assunto predileto.

Psicodinâmica

Vimos que os transtornos alimentares ocorrem preferencialmente em adolescentes mulheres. Muitos são os escritos médicos que tentam explicar esse fenômeno, assim com é grande o número daqueles que o associam aos apelos da mídia e às influências culturais. No entanto serão privilegiados, aqui, os aspectos psicodinâmicos da questão.

No momento da adolescência, os conflitos edípicos são revividos, porém com um colorido mais intenso. Assim, normalmente as relações com as figuras parentais são permeadas por sentimentos de muita rivalidade e ambivalência. Por outro lado, o processo da puberdade, na menina, é acompanhado de uma grande dose de ansiedade. A menina assusta-se diante das novas sensações que seu corpo lhe propicia e diante do que seu corpo possa vir a despertar no outro. Ela é levada então a reviver um vínculo pré-edípico: busca a mãe nutriz e protetora dos momentos precoces da sua infância. Mas, ao mesmo tempo, esse vínculo é sentido como perigoso, especialmente num momento em que ela precisa diferenciar-se e separar-se de sua mãe. Ela quer e não quer tomar a mãe como modelo: a relação com a mãe é de amor e hostilidade.

O papel da família

Na maioria das vezes, porém, a família demora a perceber a evolução dos distúrbios alimentares, provavelmente pelo desconhecimento das síndromes, despreparo médico em diagnosticar as mesmas e escassez de serviços que oferecem tratamento especializado. O sentimento de culpa e vergonha aliados a ideia de que este não seja um problema médico, também adiam o diagnóstico.

O papel da família tem um grande peso na cura. A família também precisa de auxilio, devendo os médicos muito bem preparados sobre a síndrome, explicar o porquê da recusa de alimentos, que poderá ser para chamar-lhes atenção ou uma mera afirmação pessoal. Eles deverão tentar compreender a situação e lutar em conjunto contra a doença, criando um ambiente agradável perto dela.

A família também deverá ter um apoio com psicólogos e nutricionistas, porque a família deverá ser totalmente reestruturada, tendo também novos hábitos como: reunir a família em volta da mesa para o almoço e para o jantar.

O apoio psicológico ajudará a família a se preparar para uma luta diária que deverá durar até mesmo anos, geralmente a família sofre porque não consegue ajudar e sobrecarrega o indivíduo porque ele não quer ser ajudado.

Por mais que os pais e médicos achem que estão controlando a situação, as anoréxicas são sempre mais espertas... pelo menos no começo.

Prognóstico

Anorexia nervosa

É ainda discutível o efeito do tratamento sobre a evolução final a longo prazo da doença. Alguns estudos verificaram que 40% dos pacientes recuperaram-se, 30% melhoraram, 20% permaneceram cronicamente afetados e 10% morreram em consequência da doença. Problemas de alimentação persistem em mais da metade desses pacientes. É sabido que quanto mais cedo o diagnóstico e a intervenção, melhor é o prognóstico e também que os homens tem um prognóstico menos favorável que as mulheres. A taxa de mortalidade varia na dependência do tempo de duração do quadro, da precocidade da intervenção, da presença ou não de quadros depressivos associados, do grau de desnutrição e se a anorexia é complicada pela presença de purgação. A taxa bruta de mortalidade varia de 5 a 18%, sendo 5.6 vezes maior que na população geral.

Bulimia nervosa

Em geral o prognóstico é menos favorável pela maior probabilidade de distúrbios hidroeletrolíticos e hipovolêmicos e pela associação mais frequente com quadros de depressão. Não existem estudos controlados, porém os bulemicos tem uma mortalidade 9.1 vezes maior que a população geral. No único estudo em adolescentes, com seguimento longo, 44% não obtiveram nenhuma melhora e dos 56% que se recuperaram, 50% tiveram recaída nas 78 semanas de acompanhamento.

Como diagnosticar a anorexia nervosa?

O diagnóstico só é feito quando há perda de pelo menos 15% do peso esperado para idade e altura, excluindo, evidentemente, outras patologias clínicas consumptivas (é caracterizada pela perda de peso, podendo surgir, associada com febre crônica e diarréia), e os quadros psiquiátricos de relevante gravidade como as psicoses. A interrupção do ciclo menstrual e o comportamento obsessivo com relação ao peso são dois pontos de apoio para a realização do diagnóstico.

Remédio para anorexia

Não existe um medicamento próprio para a anorexia, podendo ser indicado medicamentos antidepressivos, medicamentos que abram o apetite e os polivitamínicos para combater a anemia, quase sempre presente.

Nos casos mais graves da doença, em que o indivíduo tem muito baixo peso, é necessário internamento hospitalar e até mesmo a colocação de uma sonda nasogástrica para garantir a alimentação correta do paciente.

Tratamento para anorexia

O tratamento para anorexia pode envolver terapias de grupo, familiar e comportamental são também indicadas para combater a anorexia, pois esta é também considerada um distúrbio alimentar de origem psicológica.

Fazer com que este indivíduo recupere o peso ideal não costuma ser uma tarefa fácil, visto que eles possuem uma imagem distorcida de si próprio, mas este passo é a base do tratamento, sendo de fundamental importância.

Outra parte importante do tratamento são as consultas com um nutricionista que deverá ensinar o paciente a maneira correta de alimentar-se e qual o seu peso ideal através do cálculo do seu IMC.

Conclusão:

Distúrbios alimentares continuam sendo um importante problema para o hebeatra. Esse especialista deve estar atento para o diagnóstico dessas condições, visto que a intervenção precoce determina melhora do prognóstico, sem contudo confundir o que pode ser o comportamento normal do adolescente ou mesmo de outras doenças (síndrome de má-absorção, tumores cerebrais, distúrbios hormonais, depressão, esquizofrenia, etc.) com os padrões aberrantes de alimentação e preocupação com a aparência encontrados nessas patologias. A imagem perfeita e inatingível do belo representado pela magreza, cada vez mais veiculada pela mídia, bem como a profusão de publicações leigas sobre dietas para os mais variados fins, contribuem para o aumento da incidência desses distúrbios, especialmente nos países desenvolvidos e entre as classes sociais mais favorecidas.

Embora a anorexia e a bulimia nervosa sejam atualmente consideradas como de etiologia primariamente psiquiátrica, a frequência e gravidade de suas complicações médicas requerem pronta participação do clínico. A instituição cuidadosa de uma dieta balanceada, sem provocar aumentos bruscos de peso, que pode ser um fator de ansiedade no paciente anorético, requer a participação de nutricionista capacitada. Nenhuma proposta terapêutica será efetiva sem o acompanhamento psicológico, seja psicanálise, terapia comportamental, terapia familiar ou a associação de dois ou mais métodos. Fica clara, então, a necessidade de uma equipe multidisciplinar integrada para o atendimento e apoio a esses pacientes, cujo período longo de seguimento as vezes apresenta-se como um desafio e as vezes como verdadeiro pesadelo.

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