Ap V
Exames: Ap V. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carolina1314 • 16/3/2015 • 604 Palavras (3 Páginas) • 200 Visualizações
Toda a forma de vida, das células, estrutura mais simples entre plantas e insetos, até os seres humanos, se organizam seguindo padrões que têm em comum um único princípio básico: estamos todos ligados uns aos outros, vivemos em rede, em relações interdependentes. Tudo, em todas as dimensões biológicas, em todos os níveis, cada célula que pulsa em nosso corpo à vida social, depende do conjunto para se sustentar. E isso constitui a vida. O físico austríaco Fritjof Capra já defendia esta ideia ao escrever “O Ponto de Mutação" (1982) e "A Teia da Vida" (1996), livros que se tornaram referência no debate das principais questões da vida contemporânea e que varreram a história ocidental da ciência para mostrar que é preciso quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano, para entender o quanto tem afetado a nossa saúde e, consequentemente, a saúde do planeta.
Em seu último livro, "As Conexões Ocultas, Ciência para uma Vida Sustentável" (2001), Capra deu mais um passo na sua crítica. Ela passou a não ser mais uma reflexão sobre a o passado e tornou-se uma análise apurada do presente.
Apurada porque, com os olhos de pesquisador, ele conta a trajetória do capitalismo para mostrar como chegamos ao modelo atual de globalização, baseado em redes eletrônicas e fluxos de finanças e de informação cuja única meta é "a de elevar ao máximo a riqueza e poder de suas elites".
Tal ideia choca-se de frente com o conceito que ele defende: se compomos a teia da vida, se cada sistema vivo contribui para a sustentabilidade do todo, como pensar numa economia cujo princípio, em resumo, é o de que gerar capital deve ter precedência sobre todos os outros valores? Pergunta grande demais, cuja resposta de Capra está numa aproximação de que os fenômenos sociais e econômicos devem ser entendidos à luz do funcionamento mecânico da natureza.
Teórico de sistemas e físico pela Universidade de Viena, Fritjof Capra fundou o Centro de Eco-Alfabetização de Berkeley, na Califórnia. Professor do Schumacher College, um centro de estudos ecológicos da Inglaterra, passou parte de sua juventude numa fazenda austríaca, onde diariamente caminhava ao menos quatro quilômetros para pegar o trem no caminho à escola. "Fui criado com as motivações e os valores orientados no sentido da observação da natureza", disse ele certa vez, numa das tantas entrevistas que deu quando esteve no Brasil, em 2003 (em palestras organizadas pelo Ministério do Meio Ambiente).
Foi na década de 70, quando já trabalhava em seu primeiro livro, "O Tao da Física" (1975), que Capra intuiu que seria possível usar a física quântica para entender modelos sociais e econômicos. Não estava sozinho. Suas idéias seguem as linhas do físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976), co-fundador da física quântica e uma de suas principais inspirações.
Por que as disciplinas acadêmicas se organizaram de tal modo que as ciências naturais lidam apenas com a matéria, enquanto as sociais buscam explicar as estruturas sociais? Ou, em outras palavras: porque as bases da economia e da política ignoram o funcionamento da natureza? Eis a questão. "Os princípios sobre os quais se erguerão as nossas futuras instituições sociais terão de ser coerentes com os princípios de organização que a natureza fez evoluir
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