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Aspectos Relevantes Da Madeira Para Serraria

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Por:   •  9/12/2013  •  2.916 Palavras (12 Páginas)  •  615 Visualizações

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1. Introdução

A secagem da madeira é o processo da redução do seu teor de umidade a fim de levá-la a um teor de umidade definido, com o mínimo de defeitos, no menor tempo possível e de uma forma economicamente viável, para o uso a que se destina.

Uma árvore viva pode conter desde 35% até mais de 200% de teor de umidade (o pau-de-balsa pode chegar a 400%). Logo após a derrubada, a madeira já começa a secar, e a perda de umidade vai ocorrendo durante o desdobro da tora, prosseguindo pelo processamento em diante. Podemos influir na secagem de forma artificial, isto é, submetendo a madeira à secagem em equipamentos apropriados, ou propiciar condições para uma secagem natural adequada de forma a obtermos um produto de boa qualidade ao final do processo. Para a construção de móveis por exemplo a madeira deve ter um adequado teor de umidade pois de outra forma as juntas e encaixes se abrem, as gavetas afrouxam e os painéis empenam. A redução da umidade antes da produção dos móveis minimizará o aparecimento de defeitos e dará ao cliente um melhor produto.

Alguns aspectos inerentes à madeira e ao ambiente onde esta peça esta exposta influencia no plano de secagem, no tempo de secagem e nos possíveis defeitos que esta madeira pode apresentar. Entender esses aspectos e como eles se apresentam é a chave de um bom desenvolvimento de um plano de secagem.

2. Dados de Produção

Em 2012, a área ocupada por plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no Brasil totalizou 6.664.812 ha, sendo 76,6% correspondente à área de plantios de Eucalyptus e 23,4% aos plantios de Pinus (ABRAF, 2013).

Em 2012, a área de plantios de Eucalyptus totalizou 5.102.030 ha (Tabela 1.03), representando crescimento de 4,5% (228.078 ha) frente ao indicador de 2011. O principal fator que alavancou esse crescimento foi o estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura dos projetos industriais do segmento de Papel e Celulose (ABRAF, 2013).

A área de plantios de Pinus totalizou 1.562.782 ha em 2012, valor 5,1% inferior ao registrado em 2011. Esse resultado corrobora a tendência de redução da área plantada de Pinus em prol da substituição por plantios de Eucalyptus. Analisando o período 2006‑2012, a redução da área ocupada por Pinus foi de 79.110 ha (‑3,1% a.a.) (ABRAF, 2013).

A Figura 1 mostra a distribuição proporcional do consumo de madeira de Pinus e Eucalyptus produzida em 2012 pelos principais segmentos florestais, assim como o destino dos produtos gerados em relação aos mercados internos e externos.

Constata-se que a produção de madeira proveniente de povoamentos implantados com destinação a serraria, em quase sua totalidade, é destinada para o mercado interno, sendo apenas 9,8% desta produção para exportação.

Entre o período de 2002 a 2012, a produção de serrados evoluiu de 8,3 milhões de m³ anuais para 9,2 milhões de m³, um crescimento médio de 1,0% a.a. E o consumo, de 6,4 milhões de m³ anuais, para 8,3 milhões de m³ anuais, ou seja, um incremento de 2,7% a.a. Em 2012, a produção de serrados totalizou um volume 1,1% superior ao volume produzido em 2011 e o consumo, um valor 2,5% superior (ABRAF, 2013).

Nos últimos anos, o crescimento do consumo de madeira serrada foi influenciado principalmente pelo desenvolvimento do mercado interno, estimulado pelo crescimento da indústria da construção civil e do mercado de embalagens, os quais são fortemente impactados pela política governamental expansionista orientada ao crescimento da economia brasileira. O consumo externo, dependente da desvalorização da taxa cambial e da reação da demanda internacional, em especial a norte-americana, ainda permanece em recuperação (ABRAF, 2013).

3. Importância da secagem da madeira

A madeira serrada em geral contém consideráveis quantidades de umidade (água). A saída irregular da umidade causará defeitos (rachaduras, empenamentos e colapsos) e se for mantida acima de certos valores a madeira está sujeita a ataque por fungos manchadores e apodrecedores. Por isso é necessário fazer a secagem da madeira.

Para Klitzke (2009), o processo de secagem da madeira deverá ser conduzido de forma gradual, uniforme e a um teor de umidade que será definido em função do seu uso final. Portanto, a secagem da madeira apresenta importantes vantagens:

• A contração da madeira em uso é reduzida e as rachaduras e empenamentos são evitados;

• A madeira quando seca fica protegida contra o ataque de fungos manchadores e apodrecedores;

• O peso da madeira é reduzido e portanto os custos de transporte são baixos.

• Secando a madeira resulta em acréscimo significativo da resistência mecânica, desde que os defeitos de secagem não se desenvolvam, especialmente rachaduras, além de elevar a significativamente a capacidade de fixação de pregos;

• Para obter uma pintura satisfatória ou acabamento superficial e (normalmente) tratamento com produtos preservativos requerem uma secagem ao ar ou em câmaras;

• O uso de secagem em câmaras mata fungos e insetos que podem estar instalados na madeira.

4. Fatores que afetam a secagem da madeira

4.1. Aspectos anatômicos

4.1.1. Inerentes à madeira

A madeira apresenta basicamente três tipos de células: traqueais parenquimáticas e prosenquimáticas com uma variação de forma e função (Coradin & Camargos, 2001). A parede celular apresenta uma formação complexa como pode-se observar na Figura 2.

Figura 2 – Parede celular da madeira.

4.1.1.1. Células Traqueais

O sistema traqueal é responsável na árvore viva pela condução da água e está representada pelos traqueóides e pelos vasos. Os traqueóides podem considerar-se uma forma primitiva de célula lenhosa, e formam um volume de até 95% nas coníferas. São sempre células fechadas, tubulares ou libriformes, seus extremos são mais ou menos pontiagudos. Nas folhosas chegam a 1,5mm, já nas coníferas podem ter vários milímetros (Coradin & Camargos, 2001)

Os traqueóides do lenho Inicial são de parede fina, sendo mais fácil a comunicação célula/célula no intercâmbio de líquidos. Podem possuir em suas paredes até 300 grandes pontoações areoladas. Já os traqueóides do lenho tardio, cuja função principal é dar solidez e resistência

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