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Atps Contabilidade

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Por:   •  28/10/2013  •  2.772 Palavras (12 Páginas)  •  235 Visualizações

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tapa n° 3

Passo 2

Avaliação de Empresas: da Mensuração Contábil à Econômica São várias as formas de se medir o patrimônio e o lucro de uma empresa; desde o Custo Histórico, com base nas transações ocorridas, passando pelo Custo Corrente, considerando a reposição dos fatores de produção sendo consumidos, avaliando cada ativo e passivo pelo seu Valor Líquido de Realização e chegando ao Valor Presente dos Fluxos de Caixa

Futuros. Todas elas consideram, no fundo, um único

Objeto: o caixa; ora o caixa acontecido, o prestes a acontecer, o que aconteceria se ativos e passivos fossem vendidos, o caixa esperado por transações futuras etc., cada uma das informações válidas para uma finalidade diferente. Logo, não são modelos alternativos, que implicam, obrigatoriamente, a eliminação ou não adoção dos demais; podem simplesmente ser tratados como complementares.Os únicos fatores que, no longo prazo, podem fazer divergir a mensuração do lucro são: inflação e custo de oportunidade.

A avaliação patrimonial das empresas tem provocado enormes discussões acadêmicas e profissionais ao longo do tempo (séculos), confusões conceituais, críticas quanto à relevância e à utilidade da Contabilidade, conferências, artigos etc. (Ganhavam muito com isso os produtores de papel; agora dividem os ganhos com os provedores e demais integrantes da cadeia da internet. Ah! Ia me esquecendo: ganham os mestrandos e doutorandos que continuam podendo fazer teses sobre esse assunto e os professores que temos oportunidade de pesquisare também escrever a respeito da matéria.)

Assim, a Contabilidade a Custo Histórico nada mais é do que uma inteligente distribuição do fluxo de caixa das transações ocorridas. Espetacular porque amarra o lucro ao fluxo financeiro; útil porque mede o desempenho de uma gestão pelas transações acontecidas que já o afetaram ou que o afetarão.Entretanto, não inclui receitas e despesas (entradas esaídas de caixa) por promessas, transações esperadas, expectativas, fatos geradores de caixa ainda por ocorrer etc. E, é claro, exatamente esse último conjunto, o do que não está incluído na Contabilidade de hoje, pode ser, e é comumente entendido, como sua grande falha

O conceito de custo de oportunidade é um dos mais relevantes na economia e nas decisões, não só do homem como de qualquer ser vivo que decide. É natural, instintivo, intuitivo. (Se o leitor chegou até aqui, arcou com o custo de oportunidade relativo ao que teria ganho se tivesse aproveitado esse tempo para fazer o que considerava a segunda melhor alternativa

no momento. (Espero que não se considere no prejuízo.) Mas sua não consideração na Contabilidade é a segunda (e última) mentira com a qual convivemos.

Dizer, por exemplo, que uma empresa lucrou porque obteve um resultado que foi de apenas 2% sobre o valor do patrimônio líquido investido quando qualquer

alternativa (inclusive a aplicação nos títulos de maior liquidez e menor risco produz mais do que isso) não é dizer a verdade. A consideração do custo do capital próprio como sendo nulo é algo insustentável conceitualmente, é cegueira que parece nos pegar de

nascença. Aliás, aproveitando-se dessa nossa doença quase congênita é que nasceu a óbvia idéia do Economic Value Added - EVA. Na verdade, quantos profissionais e professores de Contabilidade já discutiram e tentaram implantar a idéia, pelo menos, do Juro Sobre o Capital

Próprio (não só gerencialmente, como o método de custeio RKW do início do século, mas também na Contabilidade Financeira – como Schlatter, Anthony e outros até muito mais antigos). O que é essa nova febre do EVA? (Nenhuma recriminação aos seus idealizadores, divulgadores e seguidores – muito pelo contrário - que pena que não apareceram mais cedo,

pois com um bonito nome em inglês e com uma boa dose de marketing conseguiram acordar tantos executivos que com certeza conheciam a idéia, mas não a praticavam.) O EVA nada mais é do que apenas atribuir um custo ao capital próprio e deduzi-lo do lucro!

O Prof. Armando Catelli4 vem trabalhando há quase 30 anos no desenvolvimento de um modelo, conhecido por GECON, muito mais completo e rico, calcado

exatamente no mesmo conceito, o de custo de oportunidade, só que aplicado de forma muito mais ampla (ele precisa mudar o nome e contratar uma boa campanha mercadológica!).

Voltando ao custo de oportunidade: nossa Contabilidade só irá medir bem o lucro quando introduzir de forma completa, abrangente e definitiva, os efeitos

da inflação e o custo de oportunidade do capital próprio. De uma maneira bem simples, podemos definir como custo do capital próprio aquele percentual de retorno

É comum hoje dizer que o valor econômico de qualquer bem corresponde ao valor presente do fluxo líquido de caixa que se espera esse bem produzirá no futuro. O mesmo se aplica ao caso da empresa como um todo; esse é o critério mais utilizado nos processos

de avaliação de empresas para fins de negociação, fusão, cisão, privatização etc. O alvo é sempre o caixa e, no fundo, o que interessa é o futuro; tomamos

decisões hoje para procurar maximizar nossos benefícios futuros.

Daí toda a discussão sobre a total falta de utilidade e relevância (idéia da qual discordamos) das Demonstrações Contábeis de hoje. A falada Nova Economia trouxe isso muito à tona, já que a avaliação das empresas por ela abrangidas, por essa forma, possui a maior discrepância já vista na história contábil com relação às demonstrações tradicionais.

Define-se, inclusive, que a melhor maneira de médio lucro de uma empresa é pela comparação entre o seu valor de mercado em dois momentos diferentes;

o verdadeiro lucro seria o obtido pela diferença entre essas expectativas futuras trazidas a valor presente calculadas em dois pontos distintos do tempo.

Todas essas formas de avaliação são diferentes maneiras de se ver o mesmo objeto: de forma geral, o patrimônio da empresa, e de forma específica e final, o seu caixa. A diferença é a perspectiva temporal: transações ocorridas, prestes a ocorrer, que poderiam ocorrer e que se espera ocorrerão.

Mas, no final, lucro continua sendo o que os sócios conseguirem levar comparado ao que trouxeram à empresa. Mesmo quando os sócios mudam com o tempo, uns vendendo sua participação aos outros, o que ocorre é uma diferença entre os lucros de uns com relação aos produzidos pela empresa durante o tempo em que são sócios, com os

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