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BRINQUEDOTECA: Espaço De Aprendizagem

Trabalho Universitário: BRINQUEDOTECA: Espaço De Aprendizagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/4/2014  •  1.476 Palavras (6 Páginas)  •  331 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Podemos perceber que atualmente existem muitas discussões sobre a ludicidade e seus reflexos no cotidiano escolar do ponto de vista do brincar como meio de aprendizagem. Apesar de serem defendidos muitos aspectos contrários, muitos educadores reconhecem a relevância da brincadeira como sendo parte do direito de brincar defendido por diversas leis e documentos. Podemos perceber, então, um processo de redução do tempo e espaços para a brincadeira do cotidiano das crianças.

Com este artigo, procuramos pesquisar e conhecer os aspectos relevantes em uma brinquedoteca a partir do ponto de vista de uma criança através de uma entrevista e de documentos e textos relacionados ao tema. Buscamos aqui, apresentar pontos e desmistificar a brincadeira como algo a mais para a práxis, procurando analisar criticamente e adotando um ponto de vista gestor e pedagógico, para que haja uma conscientização acerca do tema.

Explanamos aqui argumentos sobre a importância de a brincadeira ser trabalhada com a criança desde a educação infantil e suas contribuições no desenvolvimento intelectual, afetivo, emocional e social da criança.

2 DESENVOLVIMENTO

Dentre as atividades desenvolvidas na escola durante a infância podemos notar o brincar como algo natural e inevitável. Dentro deste aspecto, tomar o brincar como uma ferramenta útil ao desenvolvimento da criança torna-se essencial, pois sendo ele uma ação inata, podemos transformá-la também em uma ação dirigida ou livre de acordo com nossos objetivos.

Segundo Vygotsky, o comportamento de uma criança em relação ao brinquedo, não é apenas simbólico. A criança demonstra seus desejos sobre a realidade e suas experiências vêm à tona. O brincar da criança não é apenas um passatempo.

Para que o brincar torne-se uma atividade prazerosa e ao mesmo tempo ajude a desenvolver capacidades, faz-se necessária a criação de brinquedotecas em escolas.

Esta ideia já se faz presente no ambiente educacional, mas podemos perceber que o uso de atividades lúdicas é feito de maneira complementar, assumindo a forma de reforço dos conteúdos, desconsiderando a autonomia ou a cultura de cada criança.

A brincadeira é um elemento central para a integração social da criança e proporcionará melhor preparo para o enfrentamento das dificuldades da vida e da integração social constituindo-se, em razão disso, num direito central na educação da criança. Assim, as brinquedotecas devem ser ambientes que refletem a comunidade em que está inserida, e não um mero reprodutor de brincadeiras de forma aleatória.

Em entrevista com uma criança do sexo masculino, de aproximadamente 11 anos, pude observar a visão que tem sobre a brinquedoteca. A criança, quando perguntada sobre o que seria uma brinquedoteca, respondeu inocentemente que poderia ser uma “biblioteca de brinquedos”.

Ela não soube falar corretamente e, por isso, foi necessário que eu explicasse o verdadeiro significado. Após compreender, perguntei o que pensava sobre o assunto, e sua opinião de quais brinquedos ou brincadeiras poderiam ter em uma brinquedoteca. O mesmo respondeu:

Acho que tinha que ter aqui na escola, deve ser muito legal. [...] Deveria ter uma pista de skate e a gente podia brincar de pique-pega, pique-cola, esconde-esconde e ter um monte de carros e pistas da Hot wheels. Mas não ia ter espaço né? [...]

Podemos observar na fala da criança que ela reflete na fala seu próprio contexto, suas ambições e desejos de maneira particular. Apesar disso, as brincadeiras citadas são de domínio comum no seu cotidiano.

Isso mostra como a brinquedoteca, caso existisse na escola deste bairro, deveria ser montada e planejada visando o desenvolvimento de todos, adaptando-se ao contexto sóciocultural da comunidade.

Na continuação da entrevista, a criança ainda coloca falando sobre o espaço e complementando seu pensamento: “Mas mesmo assim ia ser legal porque agora a gente não pode mais brincar porque acabou a educação física lá da escola e a gente só fica na sala.”.

A falta da disciplina de Educação Física, torna o estudo cansativo e monótono, pois a criança não tem um lugar onde possa ter autonomia e desenvolver sua espontaneidade. Podemos destacar uma tendência à valorização da educação formal em relação ao uso do lúdico. A predominância de atividades ligadas à leitura e à escrita são aspectos encontrados em escolas de Educação Infantil, descartando a possibilidade do brincar.

Convém aqui um questionamento pertinente: onde a criança irá praticar a ludicidade que é tão importante para seu desenvolvimento, se não há um espaço e um tempo para brincar, para o lazer, nem em casa nem na escola?

A escola, sendo parte da sociedade, deve favorecer o direito de brincar da criança, considerando ser um direito que está sendo violado, devido à diminuição de centros seguros que favoreçam a brincadeira.

Não procuramos apontar, pois, que a criança está brincando pouco, ou deixando de brincar, mas sim que não há hoje espaços onde a brincadeira é valorizada. Assim, a criança busca novas maneira de brincar, por exemplo, com o uso constante de videogames e jogos, colocando em risco sua integridade física.

A Revista Escola esquematizou uma brinquedoteca muito interessante em animação disponibilizada no link a seguir. Ela está localizada na Universidade de São Paulo e traduz muito do cotidiano de uma metrópole.

http://revistaescola.abril.com.br/swf/animacoes/exibi-animacao.shtml?infobrinq.swf

Nela podemos perceber uma boa disposição dos brinquedos e materiais, ou seja, a estrutura física é impecável. Entretanto, não podemos esquecer que o planejamento das atividades é tão importante quanto o planejamento do espaço em si, pois as atividades devem ser planejadas de forma a estimular o aprendizado, tendo como função o desenvolvimento e não um mero passatempo.

O brinquedo, muitas vezes, é o suporte para que a brincadeira ocorra e, quando não o faz, torna-se um mero objeto, se não usado de forma lúdica. As atividades devem ser planejadas de forma interdisciplinar, mas não dispersando para um contexto diferente do apresentado na escola ou local

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