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Balandier

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Por:   •  7/9/2014  •  Tese  •  441 Palavras (2 Páginas)  •  260 Visualizações

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BALANDIER, Georges. O poder em cena. Brasília: UnB, 1980, p. 5-21

Nesta obra, o autor ilustra aquelas situações em que o poder se transforma e sofre uma metamorfose, na premissa de se manter o poder através daquilo que ele denomina como sendo a “teatrocracia”.

Na sua essência, o poder é sempre uma relação de forças desiguais, mas ele se transforma. Podemos nos ver envolvidos em relações de poder das quais não percebemos. Balandier fala exatamente desta ocultação do poder. Dessa forma, ele afirma que todas as formas de poder que se exercem nas instituições, são uma ação encenada, representada no sentido teatrático.

“Por trás de todas as formas de arranjo da sociedade e de organização dos poderes encontra-se, sempre presente, governando dos bastidores, a “teatrocracia”. Ela regula a vida cotidiana dos homens e coletividade”. (p. 3)

“A vida social, as transposições efetuadas pelos atores do drama e a teoria têm ligação; juntos, compõe e expõem uma mesma ordem de realidade”. (p. 3)

“O grande ator político comanda o real através do imaginário”. (p.6)

“O poder estabelecido unicamente sobre a força ou sobre a violência não controlada teria uma existência constantemente ameaçada; o poder exposto debaixo da iluminação exclusiva da razão teria pouca credibilidade”. (p. 7)

“As situações e as circunstâncias, não somente a natureza dos regimes, podem contribuir para acentuar a teatralidade política”. (p. 9)

“O poder utiliza, aliás, meios espetaculares para marcar sua entrada na história (comemorações), expor os valores que exalta (manifestações) e afirmar sua força (execuções)”. (p. 10)

“O silêncio é uma linguagem própria definem a expressão verbal do poder e são uma das condições da arte dramática”. (p. 12)

“Diferenciando de modo absoluto, o poder torna sagrado, separa, põe os súditos de lado, como fiéis em face das divindades – bem que a política e a religião se aparentam”. (p. 17)

“Os poderosos opõem por vezes uma humildade teatral, momentânea, ao luxo e à magnificência de sua existência habitual”. (p. 18)

“A colocação da teatralidade política e evidência, sua consagração e seus ritos, não é uma maneira oblíqua de reduzi-los a aparências e jogos ilusórios”. (p.21)

Dessa forma, o autor pretende mostrar que nenhum regime pode manter-se se não for capaz de se representar como algo diferente daquilo que é na essência. O que define poder é força, mas se o poder é exclusivamente a força, ela se torna vulnerável, porque os dominados não aceita passivamente uma dominação que seja violenta e sem justificação.

A teatrocracia é uma encenação que mostra o poder com uma nova aparência distinta da essência. Para que o poder seja percebido diferentemente daquilo que realmente é, se faz necessário um grande gasto de energia por parte da classe dirigente de forma a mostrar-se diferente.

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