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Biografia De Alguns Escritores Do Arcadismo

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Por:   •  4/1/2014  •  5.017 Palavras (21 Páginas)  •  439 Visualizações

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Cláudio Manoel da Costa (1729 – 1789)

Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais, no ano de 1729. Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).

Em Minas Gerais ajudou a fundar a Arcádia Ultramarina com os poetas com Manuel Inácio da Silva, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga entre outros poetas e intelectuais. Adotou, no ano de 1773, o pseudônimo de Glauceste Satúrnio, sob o qual escreveu a maioria de suas poesias.

Inspirados pelo pensamento iluminista, os integrantes da Arcádia desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Por essa época, sua poesia adquire um tom político e o poeta se mostra preocupado com diversas questões políticas e sociais. O movimento levou seus membros à prisão, sob acusação de lesa-majestade, isto é, de traição ao rei de Portugal.

Por seu envolvimento na Conjuração Mineira, o poeta foi encontrado morto em sua cela no ano de 1789. A causa da sua morte ainda não foi esclarecida e alguns historiadores acreditam que ele tenha sido morto a mando do Governador, outros, que ele haveria cometido suicídio.

Anos mais tarde, ao final do século XIX, como homenagem, Claudio Manoel da Costa foi escolhido o Patrono da cadeira de número oito da Academia Brasileira de Letras.

Obras

Claudio Manoel da Costa é considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos.

O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, Claudio Manoel da Costa prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural.

Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.

Inácio José de Alvarenga Peixoto

Poeta brasileiro, Inácio José de Alvarenga Peixoto, nascido em 1744, no Rio de Janeiro, morreu a 27 de agosto de 1792, em Ambaca, em Angola, e figura entre os nomes grandes do arcadismo brasileiro.

Inácio José de Alvarenga fez grande parte da sua vida em Portugal, onde estudou com os jesuítas antes de, em 1760, ir para a Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Leis, em 1767. No ano seguinte, começou a utilizar no seu nome literário o sobrenome Peixoto. A partir de 1769 passou a publicar poesia, embora em vida não tenha editado nenhum livro.

Em Portugal, conviveu com poetas como Basílio da Gama, Caldas Barbosa e Tomás António Gonzaga.

Foi juiz em Sintra antes de regressar ao Brasil em 1775, onde exerceu o cargo de ouvidor da Comarca de Rio das Mortes, assim como se dedicou à agricultura e à mineração. Dez anos mais tarde, foi nomeado coronel do 1º Regimento de Cavalaria da Campanha do Rio Verde. Entretanto, em 1881, havia casado com a poetisa Bárbara Eliodora, a quem dedicou muitos dos seus versos.

Em 1789, juntamente com o seu parente Tomás António Gonzaga, participou no movimento nacionalista Inconfidência Mineira, em protesto contra os pesados impostos que o reino obrigava a pagar. Em consequência disso, foi preso na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e condenado à morte. No entanto, três anos mais tarde, acabou por partir para o exílio em Angola, onde morreu pouco depois de chegar, em 1792.

As suas composições poéticas foram reunidas por Joaquim Norberto, em 1865, no livro Obras Poéticas e reproduzidas praticamente um século depois, em 1964, na antologia Poesia de Ouro, um trabalho coordenado por Péricles Eugénio da Silva Ramos. Entretanto, em 1960 havia sido publicada Vida e Obra de Alvarenga Peixoto, a mais completa coleção de cartas e documentos do autor, numa organização de M. Rodrigues Lapa.

Alvarenga Peixoto, que também assinou com os pseudónimos Alceu e Eureste Fenício, enquanto elemento da Arcádia Mineira, terá ainda escrito uma obra chamada Eneias no Lácio, um drama lírico que entretanto desapareceu.

Basílio da Gama (1741-1795)

José Basílio da Gama nasceu em 1741 na cidade de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, em Minas Gerais. Falece em Lisboa no dia 31 de julho de 1795.

Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.

Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra indígena para proveito próprio.

Em 1750, com o Tratado de Tordesilhas, a missão dos Sete Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões (instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as Guerra Guaranítica (1754-56).

A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda, padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta, enviando Cacambo para as batalhas

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