CONSIDERAÇÕES INICIAIS

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A aprendizagem é um processo dinâmico, dialético, complexo e multifatorial e não um processo estanque, parcial e linear como aparece nas concepções que abordam os problemas e dificuldades na aprendizagem. Quer dizer, a dificuldade de aprendizagem também acontece de uma forma contínua, cada sujeito constrói o seu próprio conhecimento.

A presente pesquisa tem como tema as dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita apresentadas por alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo deste trabalho é analisar o papel da escola em relação às dificuldades no aprender manifestada por algumas crianças.

Esta pesquisa procurou responder às seguintes questões: qual a postura da escola em relação às crianças com dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita? A escola tem propostas para ajudar as crianças a superarem as suas dificuldades? Inicialmente, acreditava-se que as escolas procuram usar métodos variados para ajudar as crianças com dificuldades na leitura e na escrita. Sendo assim, considerava-se que a escola ajuda a criança com dificuldade, lançando mão do professor recuperador e fazendo acompanhamento dos alunos na sala de aula, no dia a dia.

Para o desenvolvimento desta investigação, foram realizadas uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa empírica. Inicialmente, como suporte teórico para a realização deste trabalho, teve-se como referência as obras de Patto (1993), “A produção do fracasso escolar”, Gomes (2002), “Dificuldades de aprendizagem na alfabetização”, Davis e Oliveira (1992) “Psicologia na Educação” e Costa (1993), “Fracasso escolar: diferença ou deficiência”.

Segundo esse embasamento teórico, o fracasso escolar, observado entre alunos do ensino fundamental, historicamente estudado por médicos, psicólogos e psicopedagogos, vem sendo tratado de forma patológica, naturalizada e a-histórica, estendendo-se este olhar à maioria das escolas. Os estudos realizados têm tentado explicar os fatores que interferem no sucesso e no fracasso escolar.

Segundo Patto (1993), no século XIX, a explicação para as dificuldades de aprendizagem escolar articulou-se na confluência de duas vertentes: das ciências biológicas e da medicina, quer dizer, as crianças que não acompanhavam seus colegas na aprendizagem escolar passaram a ser designadas como anormais escolares e as causas de seu fracasso eram procuradas em alguma anormalidade orgânica. Posteriormente outras vertentes relacionaram as dificuldades a outros fatores: psicológico, emocionais ou culturais.