Capsaicina
Tese: Capsaicina. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vivis11 • 14/5/2014 • Tese • 3.703 Palavras (15 Páginas) • 534 Visualizações
Capsaicina
O composto químico capsaicina é o componente ativo das pimentas conhecidas internacionalmente como pimentas chili, que são plantas que pertencem ao gênero Capsicum. A capsaicina é uma substância presente em concentrações maiores nas pimentas vermelhas do gênero Capsicum sp, tanto nas sementes quanto nos frutos.(1) O gênero Capsicum, é um membro da família Solanaceae. Várias espécies são conhecidas, como as C. annuum , C. baccatum , C. chinense , C. frutescens e C. pubescens. (7)Ela é a substância responsável pelo sabor ardido da pimenta. Assim, quanto mais ardida for a pimenta, mais capsaicina essa pimenta possui e consequentemente mais benefícios medicinais será possível retirar dela. A capsaicina tem muitas propriedades, entre elas: analgésica, anti-inflamatória, energética, expectorante, digestiva (benéfico para a digestão gástrica), antioxidante e vasodilatadora.(4) As propriedades analgésica e anti-inflamatória são comumente utilizadas via tópica através de extratos e tinturas, enquanto que os efeitos de ação digestiva e antioxidante são geralmente originados do preparo condimental da pimenta.
Preparações oleosas ou em água e álcool dos frutos de várias espécies de Capsicum são medicamentos tópicos tradicionais para atrite, problemas reumáticos e vários tipos de dor, em especial quando usadas na forma de extratos alcóolicos. Os constituintes importantes são os capsinóides, sobre tudo a capsaicina. Quando aplicadas topicamente, as preparações de capsaicina incitam uma resposta inicial que consiste em eritema, dor e aumento de temperatura, seguidos por um extenso período de insensibilidade marcado por uma dessensibilização reversível das fibras nervosas aferentes. Enquanto o eritema, a dor e a temperatura se acalmam em poucas horas, os efeitos antinoceptivos podem persistir por um período de horas ou semanas. Com o uso repetido, as respostas vascular e sensorial ao agente diminuem e eventualmente extinguem-se.(3)
Assim, além de ser usada como condimento na preparação de molho picante, pode ser empregada , também, por via externa, como medicamento rubefaciente muito ativo. Por via oral o extrato dos frutos e a capsaicina tem ação protetora gástrica inclusive nos casos de gastrite associada ao H. pilori ou a aspirina(2). Seu principal uso terapêutico é como rubefaciente (Os rubefacientes possuem ação irritante que provoca aumento da circulação local e contribui para dissipar processos inflamatórios) no tratamento local de dores reumáticas e tensão muscular, por meio de compressas feitas com a tintura dos frutos para cuja preparação é necessário álcool destilado. Procede-se da maneira descrita a seguir: toma-se cerca de 100g de pimenta seca, junta-se a 35 a 100 ml de álcool para umedecê-las bem, e tritura-se tudo até que não reste mais pimentas inteiras e coloca-se o material triturado em um funil; adiciona-se mais álcool de pouco em pouco e deixa-se escoar até que o liquido filtrado comece a sair quase sem cor. Finalmente, concentra-se o extrato por destilação, ate que restem apenas 50ml, ou seja, meio copo dos comuns. Na ocasião de usá-los, molha-se o menos possível um pedaço de gaze ou de um pano limpo do tamanho da área afetada e faz-se a compressa, que deve ser coberta com um pano maior e mais grosso e deixada em contato durante 5 a 10 minutos ou menos em pessoas de pele mais sensível.(2)
A capsaicina foi obtida em laboratório pela primeira vez em 1929. Sua estrutura e propriedades químicas são bem conhecidas. É solúvel em álcool, éter, benzeno, acetona e óleos vegetais. Isto significa que a capsaicina, quando está dissolvida em um desses solventes, não perde suas propriedades originais. Ela é um sólido que passa para o estado líquido em temperatura relativamente baixa (65º C). Quando se conserva a pimenta vermelha em óleo, a capsaicina se dissolve e passa sua “ardência” para o óleo.(1)
Fórmula: C18H27NO3
Ponto de ebulição: 210 °C
Massa molar: 305,41 g/mol
Ponto de fusão: 65 °C
IUPAC: 8-metil-N-vanilil-trans-6-nonamida
Pesquisas em animais procuraram descobrir efeitos analgésicos e anti-inflamatórios da capsaicina. Um dos artigos utilizou o diclofenaco (100mg/Kg) como o agente anti - inflamatório de referência para comparação, enquanto a água destilada foi utilizado como placebo. Capsaicina produziu efeitos anti- inflamatórios que eram comparáveis ao diclofenaco para o modelo experimental. A partir disso foi possível concluir que a capsaicina também tinha propriedades analgésicas e anti – inflamatórias.(3)
Neste estudo, os efeitos da capsaicina sobre a inflamação foram comparados com o placebo (água destilada) e controle positivo (diclofenaco), respectivamente. A evidência experimental obtida neste estudo com animais de laboratório indicaram que a capsaicina têm efeitos anti- inflamatórios comparáveis ao diclofenaco. Isso dá credibilidade ao uso de Capsicum spp em condições inflamatórias. Este estudo mostra que a capsaicina possui um efeito anti - inflamatório, dependente da dose, o que é comparável com a inibição da inflamação produzida por diclofenaco. A capsaicina pode apresentar um analgésico, anti-inflamatório alternativo quando os agentes atuais são contra-indicados ou não adequados.(3)
Estudos em humanos, pesquisadores concluíram que o efeito benéfico da capsaicina na dor neuropática é devido à vasodilatação causada pela libertação de neuropeptídios vasodilatadores, tais como a substância P. A substancia P é um mediador de impulsos nociceptivos, aumentando os estímulos de dor da periferia para o SNC. A capsaicina estimula a libertação da substancia P e inibe a biossíntese e transporte axonal desta, o que leva a uma diminuição da substancia P no sistema nervoso central e periférico. A liberação inicial da substância P pode estar associada com um aumento da percepção de dor no inicio do tratamento com capsaicina, tendo uma sensação de queimadura e vasodilatação. No entanto, com o uso repetitivo da capsaicina se consegue uma dessensibilização e depleção de peptídeos, podendo causar degeneração das fibras nervosas da pele e o esgotamento de fibras nervosas sensoriais, levando a uma interrupção reversível da condutividade de fibras de nervos sensoriais, o que contribui para a analgesia. Não há evidencias de que o uso de capsaicina cause anomalias neurológicas permanentes. (5)
A substância pode ser aplicada na forma de creme ou pomada no local onde a pessoa sente dor, sendo logo absorvida pela pele. É importante observar que a capsaicina não
...