Choque dos Titãs no Dia de São Claudio
Relatório de pesquisa: Choque dos Titãs no Dia de São Claudio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marcolokoo • 30/11/2014 • Relatório de pesquisa • 2.669 Palavras (11 Páginas) • 177 Visualizações
“Choque de titãs no dia de São Cláudio”
Alemanha, 1974. A mais emblemática seleção da história da Holanda vence o Brasil por 2 a 0 e segue firme na Copa do Mundo. EUA, 1994. Romário, Bebeto e Branco vingam a derrota de vinte anos atrás, derrotam os holandeses por 3 a 2 e classificam a seleção brasileira para a semifinal da Copa. França, 1998. Brasil e Holanda voltam a se enfrentar em uma Copa do Mundo. Outra vez em uma fase decisiva. Outra vez com craques maiúsculos em campo. E outra vez jogando um futebol ofensivo, abusado e sem medo algum de levar um gol num contra-ataque. Nem mesmo um gol de ouro em uma alucinante morte súbita. Após 120 minutos repletos de emoção, aplausos e um tímido 1 a 1 no placar, os exímios futebolistas em amarelo e em laranja foram para a marca da cal. Nela, os tetracampeões do mundo converteram todas as suas cobranças. Já a mais brilhante seleção holandesa em um mundial desde aquela de Cruyff em 1974 marcou apenas dois gols. E perdeu outros dois. Falta de sorte? Nervosismo? Não. Culpa de Cláudio André Taffarel, um dos maiores goleiros da história e responsável por um dia/noite inesquecível para qualquer brasileiro vivo, lúcido e ligado na TV naquele 07 de julho de 1998. Com duas defesas incríveis, o goleiro canarinho colocou o Brasil na final da Copa da França e desempatou o duelo contra os ótimos europeus. O embate entre brasileiros e holandeses ficou marcado para sempre pela quantidade absurda de craques em campo (Taffarel, Roberto Carlos, Aldair, César Sampaio, Rivaldo, Bebeto, Ronaldo, Van der Sar, Stam, Frank e Ronald de Boer, Davids, Bergkamp, Kluivert…) e pelo futebol vistoso e ousado protagonizado pelas duas equipes. Com um segundo tempo de tirar o fôlego e uma prorrogação ainda mais vibrante, as seleções arrancaram aplausos de todos no estádio Vélodrome, que poderia tocar uma linda Marselhesa só para brindar o espetáculo protagonizado depois de mais de duas horas de jogo. É hora de relembrar.
Pré-jogo
A Holanda de 1998: melhor geração laranja em Copas desde 1974.
Brasil e Holanda chegaram à semifinal da Copa de 1998 cheios de expectativas. E problemas. Do lado brasileiro, o lateral-direito Cafu havia levado o segundo cartão amarelo no duelo anterior, contra a Dinamarca, e era desfalque importante. Já do lado holandês, o lateral-esquerdo Numan também estava suspenso e o reserva imediato, Bogarde, não poderia atuar por causa de uma lesão na perna. Os holandeses tiveram que recuar o meia Cocu para o setor defensivo e os brasileiros escalaram o brincalhão Zé Carlos, de 29 anos, que fazia a festa da torcida e imprensa imitando animais e outras coisas. Apesar dos desfalques, a torcida francesa esperava um jogo memorável por se tratar das equipes de melhor futebol até aquele momento no mundial.
Ronaldo: astro brasileiro era o maior jogador do mundo na época.
O Brasil havia eliminado na segunda fase o Chile (4 a 1) e a Dinamarca (3 a 2), contava com a base do tetracampeonato de 1994 e os reforços do lateral-esquerdo Roberto Carlos, do seguro e goleador volante César Sampaio, do habilidoso e criativo meia Rivaldo e do “fenomenal” atacante Ronaldo, à época ainda conhecido como Ronaldinho, jogador que virou febre no mundo inteiro pelas barbaridades que fazia com a bola com a camisa do Barcelona-ESP e pelo talento em marcar gols e dar arrancadas fulminantes e recheadas de dribles. O craque era o principal nome do mundial e a esperança máxima do Brasil. Porém, ele teria um duro teste diante da zaga holandesa comandada por Japp Stam e o capitão Frank de Boer, zagueiro leal, eficiente e que não só anulava bons atacantes como também ajudava o ataque com passes e lançamentos que eram o cúmulo da perfeição. Do meio para frente, a seleção laranja era um mar de craques e enchia de esperança os seus torcedores. Com Reiziger, Jonk, Ronald de Boer, Davids, Seedorf, Bergkamp, Kluivert e outros, a equipe já era a melhor seleção holandesa em um mundial desde a equipe vice-campeã do mundo na Copa de 1974 (e bem melhor que o confuso e apático time da Copa de 1990). Para aumentar ainda mais o entusiasmo laranja, a equipe havia eliminado a forte Argentina de Batistuta nas quartas de final com um gol antológico de Bergkamp nos minutos finais de jogo. Por tudo isso, o duelo era mais do que aguardado. E promessa de ser o melhor de toda a Copa.
Primeiro tempo – Respeito demais
Dunga e Davids: expoentes do meio de campo naquele jogo.
Com times eficientes e goleadores, o público do lotado estádio Vélodrome, em Marselha, esperava por vários gols naquele primeiro tempo. Porém, o que se viu foi um confronto de muito respeito e poucas chances claras de gol. A Holanda começou tocando a bola de maneira precisa e provando ser, de fato, o time com maior posse de bola do mundial. Aos dois minutos, Bergkamp arriscou um chute por cobertura e assustou o goleiro Taffarel. Três minutos depois, Cocu cabeceou por cima e ascendeu uma luz na mente tática do técnico Guus Hiddink: a bola aérea. A dupla de zaga brasileira formada por Júnior Baiano e Aldair não inspirava muita confiança em jogadas desse tipo e poderiam oferecer bons lances para os velozes holandeses, em especial o endiabrado Kluivert. Por outro lado, o Brasil tinha suas cartas na manga principalmente no meio de campo, com Dunga e César Sampaio extremamente entrosados tanto na marcação quanto no apoio ao ataque, além de darem a proteção necessária para Rivaldo, Leonardo e Ronaldo articularem as ações ofensivas. Essa sincronia começou a dar resultado e Ronaldo foi mostrando seu talento com velocidade, tabelinhas e chutes perigosos contra o gol de Van der Sar. Outro fato de destaque na primeira etapa foi o nervosismo e laconismo de Zé Carlos, o imitador que não conseguia sequer imitar uma atuação de um lateral-direito decente. Afoito, errando muito e disperso, o jogador brasileiro oferecia uma verdadeira avenida
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